Crise de identidade
Um dia desses me perderei nos labirintos dos meus pensamentos
Sem saber ao certo se somos o que somos ou se somos o que queremos e pensamos ser,
Eu mesmo já não sei se sou loira, morena, Joana, feliz.
Não sei se vou pra lá e fico aqui, logo eu que andava louca pra me encontrar, acho que foi nessa busca que mim perdi.
Perdi-me por não achar um eu completo, perdi-me ao perceber que meu é formado por muitos “eus” que se conturbam e me perturbam.
Os meus “eus” não se unem enquanto um quer ficar o outro quer sair, enquanto um quer chorar o outro quer sorrir.
Já não sei se sou mulher, menina, Lorena, Beatriz.
Às vezes sou alegre
Sou triste
Mãe, tia, filha, criança, infeliz.
Um dia desses me perderei nos labirintos dos meus próprios pensamentos
Já nem sei se “olho céu e piso na terra ou se olho pra Terra e piso no céu”,
Não quero nada, quero tudo.
Sou um ser que “bota fogo no gelo e espera um incêndio amazônico”.
Sou tudo, não sou nada.
Ai! já não vivo de certezas nem entendo as incertezas que agora vive em mim.
Sinto-me presa a dois extremos intangíveis
Não sei se piso no céu e olho pra terra ou piso na terra e olho pro céu.