Introdução

       Criatividade e Inovação mostram-se como pilares diferenciais que sustentam todas as construções que foram formando a história humana de sua evolução e que na atualidade revelam empresas que têm uma presença inconfundível no mercado, sejam porque oferecem produtos e serviços ímpares, sejam porque desenvolvem processos produtivos excelentes e que servem de referência a outras organizações.

Neste cenário, na área da educação, uma intrigante indagação emerge: podemos considerar que existem métodos e técnicas para promover e expandir a capacidade criativa e inovadora?

É importante antes de iniciarmos uma análise desta questão, ter em mente que hoje, as demandas da educação também descortinam novas características e perspectivas em que o desenvolvimento de capacidades sofre influências da sociedade contemporânea, mais competitiva e diversificada. A educação mudou muito e o profissional da área necessita se adequar a essas modificações, também precisa se transformar. Na era do conhecimento, é necessário que o educador contribua com as condições de análise e crítica sobre todas as informações disponíveis sem critérios para que os alunos saibam usar a imensa informação de dados que a tecnologia oferece de modo consciente e produtivo.

           Acredito que projetar a criatividade para o futuro, estimulando aos jovens a pensar na resolução de problemas que poderão enfrentar, e formas criativas de solucionar estes desafios, poderá, sem dúvida, aumentar as chances de melhores condições de vida das próximas gerações.

        A criatividade pode ser entendida como sendo um construto multidimensional, envolvendo variáveis cognitivas, características da personalidade, aspectos familiares, educacionais, elementos sociais e culturais.

          A busca por formas de ensinar mais criativas envolve, na verdade, a quebra de diversos paradigmas da educação tradicional. O pensamento divergente, que é aquele que procura possibilidades e novas dimensões, é inconformista e original, sendo,  portanto característico da pessoa criativa. Frente à importância da criatividade e o seu impacto sobre a inovação, certamente,  tais decisões, vão envolver uma decisão sobre o investimento em educação, que perpassa não somente à atenção aos processos criativos de alunos, mas, em primeiro lugar, a formação aos professores para se tornarem facilitadores da criatividade ao invés de meros transmissores de conhecimento.

      Partindo desse princípio o artigo por sua vez, apresentará ferramentas básicas sobre a importância às produções criativas na educação. A presente discussão pretende dar início a um debate que se mostra bastante amplo e complexo, de modo que não pretende oferecer respostas conclusivas, mas estimular o enriquecimento da reflexão frutífera que o assunto convida.

Educação território criativo e de geração da inovação

      O professor é o primeiro a transformar a si e depois seus alunos, devemos entender que a geração de hoje está muito mudada, antes de qualquer iniciativa o professor precisa conhecer sua turma e seus alunos, buscar saber o que eles esperam e o que buscam na vida.

            Freire (1987) concebe a educação como uma centelha sem a qual não há nenhuma transformação da realidade. Apenas na produção de conhecimento inovador, original, é possível intervir no mundo. E esse é um ato essencialmente político, transformador, porque temos de decidir para quem e contra quem esse mundo deverá ser mudado e questionar a quem interessa a contra educação, quem se aproveita economicamente dos métodos contra educativos ainda presentes em nossa sociedade.   

      Nessa mensagem Freire (1987), nos convida a sermos transformadores da realidade, modificar através do processo inovador e criativo, esse tem sido o grande desafio para o educador, pois não existe a fórmula mágica para essa questão.

         De fato é um desafio para todos os profissionais da área, mas nesse projeto colocamos alguns fatores que podem contribuir para o desenvolvimento do educador na sala de aula.

          Moran (2007) descreve que a educação tem mudado radicalmente, pode-se dizer que em nosso país existem diversas realidades, desde a mais tradicional a mais inovadora. Isso porque estamos passando por uma mudança complexa e lenta no processo pedagógico, e nos demais acontecimentos dentro e fora da escola. É importante ressaltar que educar não é um processo que ocorre apenas no âmbito familiar e escolar, mas em todas as esferas sociais que um indivíduo frequenta. É a soma de todos os processos de transmissão do conhecimento, do culturalmente adquirido e de aprendizagem de novas ideias, procedimentos, soluções realizados por pessoas, grupos, instituições, organizada ou espontaneamente, formal ou informalmente. Contudo, não há como fechar os olhos à ineficácia do ensino atual, já que é possível contatarmos que grande parte dos estudantes sabe muito pouco ao acabarem os estudos se levado em conta o tempo em que permaneceram na escola. E isso não é constatado apenas ao término do Ensino Médio, pois podemos verificar a mesma situação no Ensino Superior. A questão é saber a quem recai a culpa, aos estudantes? Provavelmente, não. Sem dúvida há uma grave falha no processo educativo que é, em parte, culpa do sistema, mas de maior responsabilidade do professor. Para que a mudança tenha o impacto desejado, é necessário em primeiro lugar ter na escola, educadores com um amadurecimento intelectual, emocional e ético, que valorizem mais a busca do que o resultado pronto, o estímulo a repressão, aptos a estabelecer formas democráticas de pesquisa e de comunicação. É necessário que se tire o rótulo negativo que há na profissão de professor e da imagem da escola. Em segundo lugar, os administradores escolares devem ser mais abertos, apoiando professores inovadores, para que haja intercâmbio de ideias, e equilibrem o gerenciamento burocrático, tecnológico, pedagógico e humano. Deve haver equilíbrio entre planejamento e criatividade. Essas novas atitudes refletirão nos alunos, que se tornarão mais motivados e curiosos, facilitando o processo de ensino/ aprendizagem. Se o aluno é confiante, aprende mais e com mais facilidade. Torna se mais simples assim trabalhar limites, disciplina, direito e deveres, a dimensão social e grupal. Outro aspecto importante para que a melhoria da escola aconteça, é a utilização das novas tecnologias na prática pedagógica, aproximando o aluno da realidade social que nos bombardeia com novas informações, imagens e dados a cada dia, de forma rápida e atraente. A aquisição desses novos conteúdos dependerá cada vez menos dos professores, que ficam com o papel principal de assistência do aluno a interpretar esses dados, a relacioná-los, a contextualizá-los.

             Moran (2007) descreve que a educação não avança o esperado, porque vivemos em uma avalanche de propostas individualistas. Para que se eduque para a autonomia e para a liberdade é necessário à realização de projetos participativos e interativos, respeitando diferenças, orientados por pessoas e organizações livres. É evidente, assim, a necessidade de uma mudança também nos processos de gestão da escola, nas relações humanas Interpessoais, grupais e organizacionais. Desta forma, a escola começa a modificar-se para sair do papel estável em que se encontra, buscando responder às atuais necessidades da sociedade e acompanhar o progresso científico e tecnológico mundial. Contudo isso não é uma tarefa fácil, afinal não há fórmula, receita ou modelo pronto para ser seguido. É preciso muita ousadia, tentativa, erros e acertos pra se encontrar uma nova forma de educar, mais dinâmica e eficiente. O importante neste momento é dar-se enfoque às melhorias do processo educacional, a nossa capacidade de aprender e mudar, e tirar o olhar apenas daquilo que continua estagnado.

Referências bibliográficas

FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. IN: FREIRE, Paulo. A concepção bancária da educação como instrumento da opressão. Seus pressupostos, sua crítica. Rio de Paz e terra. 1987.   p 57-72.

MORAN. José. A educação que desejamos novos desafios e como chegar lá. IN: MORAN, José. A educação está mudando radicalmente. São Paulo. Papirus. 2007 p 13-39