CRIANÇAS SIAMESES OU XIFOPAGAS

Crianças siameses são fatos raros no mundo, embora temos visto exemplos em vários países. Hoje, com a medicina avançada, a maioria dos pais não permite que tais crianças nasçam. Os que deixam as crianças nascerem, é porque sabem que a medicina pode separá-las, e alguns pais permitem por causa de suas religiões. Muitas crianças nascem e desafiam a medicina nas mais dramáticas situações.

A história nos dá notícias dos siameses Cheng e Eng que nasceram em Bancoc na Tailândia. Eles não foram separados e nem poderiam tendo em visto que alguns órgãos eram únicos, sem capacidade de divisão. Tiveram uma vida normal, tornaram-se fazendeiros, casaram-se e tiveram 21 filhos, todos normais.

Cheg morreu aos 63 anos de mal subido e logo após morreu Eng. Neste caso as toxinas do corpo falecido acabam passando para o corpo vivo, levando-o à morte também.

A revista “Fatos e Fotos “ de novembro de 1979 nos trouxe um caso de siameses masculinos: Donnie e Ronnie Golyon. Em 79 eles estavam com 28 anos e se ainda não desencarnaram devem estar hoje com 78 anos de idade. Nasceram nos EUA e não queriam se separar, pois sabiam que iriam morrer. Estes siameses eram unidos pela mesma cartilagem do esterno, possuíam um único umbigo, os mesmos intestinos, uma só bexiga e um grupo de órgãos sexuais. Em compensação possuíam 4 braços. Os dois caçavam, nadavam, pescavam e conseguiam até mesmo jogar beisebol. Ronnie gostaria de aprender a dirigir, mas onde Donnie colocaria os pés? Os dois ganhavam a vida viajando num trailler nos EUA., expondo-se a curiosidade pública. Com os comentários mais cruéis, os dois argumentavam: “Nós não somos uma aberração, somos uma raridade científica.

Temos mais um raro caso de siameses que nasceu também nos EUA.. É o caso das meninas Abigail e Brithany que foi descoberto pela revista Americana Life.

No Brasil a reportagem foi veiculada pela televisão e como parte da reportagem publicada na Revista “Fatos e Fotos” de abril de 1996, da qual retiramos algumas conclusões.

Segundo a entrevista concedida à apresentadora americana Opray Winfray, as duas crianças num só corpo são muito felizes. É um caso raro na medicina, mas tivemos muitos exemplos pelo mundo afora, inclusive no Brasil.

Antes de entrarmos em consideração, vamos a um breve relato dos fatos.

Patty estava grávida e fez todos os exames do pré-natal no hospital e nada foi detectado, nenhuma anomalia. Indo à sala de cirurgia, porém, o médico deparou-se com o fenômeno raro: estavam nascendo gêmeas siameses. Quando os pais souberam, ficaram abismados e não tinham idéias de como criar siameses, porém não tinham visto ainda as meninas. Quando as viram, ficaram cheios de amor por elas. E foi este grande amor que trouxe a felicidade de ambos.

As meninas, na mais perfeita harmonia, contam que são muito felizes e tudo o que uma faz, tem a aprovação da outra, sendo raros os momentos de desacordo.

O casal Mike (carpinteiro e paisagista e Patty (enfermeira) receberam as meninas de braços abertos e isto facilitou imensamente uma boa convivência entre os quatro. Eles possuem um bom humor e isto ajuda ainda mais a vida delas.

O que se discute é uma plena sincronização entre as mãos e os pés de Abby e Brithy. Elas agem fisicamente como se fossem uma só, mas não são. Da cintura para baixo as duas são uma só pessoa, mas da cintura para cima se desdobram em duas. Os órgãos que as compõem são: 2 colunas vertebrais, 3 ou 4 pulmões, 2 corações, 2 estômagos, 2 rins esquerdo e 1 direito, 1 caixa torácica, 1 fígado e 2 visículas, 1 intestino grosso e um delgado, um par de ovário, 1 pélvis, 1 útero, 1 bexiga, 1 vagina e 1 uretra. O mais incomum é que possuem 2 braços apenas.

Apesar do físico das duas, elas levam uma vida normal e vão à escola, vão às compras, participam das brincadeiras, são belas, sorridentes e saudáveis. Qualquer tentativa de separar uma, a outra morre.

Os médicos explicam o aparecimento das gêmeas siameses. Nascem de um mesmo óvulo, que não se dividem completamente nas 3 primeiras semanas de gestação. A cada 50 mil nascimentos, ocorre apenas um caso e 40% deles não sobrevivem.

No caso de Eng e Chegn, que estiveram nos Estados Unidos entre 1829 e 1840, os médicos atuais poderiam separá-los facilmente, pois eram ligados na altura do peito por apenas uma cartilagem flexível. Já nas duas meninas isto se torna impossível, por terem órgãos em comum e serem um corpo só da cintura para baixo.

Voltando um pouco no tempo, no Brasil também já tivemos um caso idêntico. O fato aconteceu na Bahia, segundo relatou o Jornal Espírita de junho de 1978.

De acordo com o jornal, alguém encontrou uma coisa estranha às margens da rodovia Salvador-Feira de Santana. Os pais abandonaram às margens daquela rodovia o raríssimo caso de siameses. As duas brasileiras eram idênticas à Abigail e Brithany. Lá, porém, tiveram os pais muito amor, aqui foram abandonadas.

Elas foram acolhidas na maternidade Climério de Oliveira em Salvador e só vieram a desencarnar aos 18 anos. Receberam o nome de Juraci e Nadir e tiveram por tutor um conhecido médico baiano que pagava as despesas. Alguns dizem que os pais eram bem apessoados e quando tiveram a “aberração”, internaram-na na maternidade, arcando com a conta, mas ocultando-se no anonimato.

Segundo o JE, a dona do tronco era expansiva, autoritária, apreciava programas “apimentados” de rádio e TV e leituras fúteis. A do rebento ao troco era mais sensível, calma e sensata. Era um pouco romântica, traços mais delicados e preferia leituras sérias e boas, vivia a suportar repreensões da outra.

No Brasil tal caso passou-se quase despercebido. Agora com as novas gêmeas siameses, surgem um emaranhado de perguntas. Perguntas quase sempre sem respostas.

O que mais se pergunta é: como será o futuro destas meninas? Como elas possuem um só útero, quem será a mãe dos filhos delas? Elas provavelmente terão problemas se se decidirem casar. E se uma gostar de um rapaz e a outra não? Sob o ponto de vista jurídico, poderá haver casamento? Casar com uma é casar com as duas, já que possuem uma única vagina. Será bigamia. E o registro dos filhos? São problemas sérios e deve-se refletir muito sobre isto.

Também o que se pergunta é: como Deus permite que tal fenômeno ocorra?

Podemos ver tal fenômeno sob dois aspectos:

a)As duas pessoas podem ter-se amado tanto numa vida anterior que a tendência dos dois espíritos é estarem sempre juntos. Neste caso, as duas pessoas superarão todas as barreiras.

b)No segundo caso, os dois espíritos podem ter-se odiado tanto que o único meio de se suportarem, é renascerem num mesmo corpo. Será uma expiação dolorosa, mas ela é necessária para a evolução de ambos.

Emmanuel diz na obra “O consolador”: os produtos teratológicos constituem luta expiatória, não só para os pais sensíveis, como para o espírito encarnado sob penosos resgates do pretérito delituoso.

Os médicos afirmam que isto é um caso genético. Sabemos que sim, mas os espíritos na erraticidade podem escolher o corpo em que vai habitar e com o qual pode melhor progredir na espiritualidade.

“O Livro dos Espíritos” nos traz na pergunta 335: O Espírito tem o direito de escolher o corpo no qual vai encarnar ou somente o gênero de vida que lhe deve servir de prova? – Ele pode, também escolher o corpo, porque as imperfeições desse corpo são para ele provas que ajudam o seu progresso, se ele vence os obstáculos que mais nele encontra, mas a escolha não depende sempre dele, ele pode pedir.

Portanto a gente sabe que é uma questão genética tal nascimento, mas segundo Kardec os próprios espíritos escolheram tal corpo e portanto tal prova.

A medicina terrestre está-se tornando cada vez mais sofisticada, mas os espíritos conseguem meios de driblar a nossa medicina e burilarem a melhor maneira de aqui renascerem e cumprirem melhor a sua missão. O Dr. Joy Westerdahl, médico da família das garotas, não sabe explicar como a ultra-sonografia feita em Patty não revelou que se tratava de gêmeas siameses. O médico tenta se justificar dizendo que pode ter sido a posição dos fetos. Na hora da sonografia, uma cabeça poderia estar na frente da outra.

Uma pergunta fica no ar. E se as siameses fossem descobertas nesta sonografia? Provavelmente os pais optariam pelo aborto. Dificilmente eles iriam permitir que o fato progredisse. Esta agressão seria um aborto, aliás, dois, portanto seriam dois crimes. Como é que esta máquina não registrou nada antes? Muito estranho. O importante é que o fato não aconteceu e as siameses nasceram perfeitas e saudáveis.

Tanto o pai como a mãe fizeram um papel bonito, amoroso e humano com as duas filhas. Receberam-na com alegria. Como eles, todos os pais possuem muita responsabilidade na educação dos filhos, tendo ou não algum problema, físico ou mental. Cuidar daquelas crianças será para eles uma bênção.

Em relação a estas duas crianças, o futuro ainda nos vai trazer muitas revelações. Abigail e Brithany estão agora moças, tiraram a carteira de motorista, fizeram um curso superior e estão a procura de um emprego. Começa mais uma batalha? O patrão terá que dar um ou dois empregos? Vamos aguardar a confusão que vai dar.

                                   Bibliografia:

01.Jornal Espírita Ano II n. 36 – ano 1979

02.Fatos e Fotos – Ano XVII n. 992 – Ano 1979

03.Fatos e Fotos – n 1249 – Abril – 1996

 04.O livro dos Espíritos - IDE