Crianças Invisíveis foi um projeto que contou com o apoio da UNICEF são 07 histórias diferentes, de 07 de 07 países com 07 realidades com objetivo a terrível situação na qual as crianças vivem hoje.

E sabemos que não se restringe somente a estes sete países, demonstra um problema mundial. Os maus tratos com as crianças fazem parte do cotidiano de praticamente todas as nações do mundo.

A única semelhança entre as histórias, é o tema, que envolve situações reais com crianças, onde elas são as protagonistas, que em uma realidade miserável, vivem a ausência de bens materiais, sem brinquedos e vídeo game, ou seja, crianças que vivem a margem das drogas, armas, pais viciados, malandragem, consumismo, discriminação relacionadas a uma infância perdida, esquecida.crianças que vivem a margem das drogas, armas, pais viciados, malandragem, consumismo, discriminação relacionadas a uma infância perdida, esquecida.

Os Diretores tentam retratar a realidade das crianças dos países que representam, procuraram mostrar também a negligência, exploração, fraqueza dos adultos. Esses curtas tem como objetivo chamar a atenção da sociedade e autoridades dando um tapa na cara, para acordarmos de uma triste verdade.

Não é possível negar o conhecimento de tanta negligencia com aqueles que serão "o "FUTURO", Bilu e João (Brasileiro) mostra o cotidiano de dois irmãos de uma favela que se divertem enquanto fazem pequenos bicos, recolhendo papelão, latinhas de alumínio e outros objetos recicláveis para ajudar no sustento da família.

A diretora Kátia, como ela mesma explicou, preferiu retratar uma história que nos é mais cotidiana, mostrar uma realidade sem apelação, em vez de crianças abandonadas de rua ou marginais, passar uma mensagem mais positiva, na medida do possível. "Pessoalmente, achei fraca a participação do Brasil, pois a realidade das crianças do nosso país é muito mais constrangedora." Mas é interessante observar como os brasileiros já desde criança demonstram uma criatividade nata e conseguem ser muito versáteis.

Da imaginação de uma carroça em um carro de corridas, ao jogo improvisado na feira, ao atrevimento de Bilu, a simpatia, solidariedade encontrada no caminho, a criatividade para driblar as adversidades encontradas pelo caminho longo, da fome, da escassez do dinheiro e o amor fraterno de um pelo outro.

A utilização da Megalópole para cenários onde escancarados as discrepâncias sociais do nosso país, na ultima cena se destaca arranhas céus engolindo a favela comprimida em um pedaço de rua.

O italiano Ciro mostra um garoto da periferia que assalta pessoas na rua com a ajuda de seu amigo. Diretor nos tenta passar a negligencia total dos adultos que estão tão focados em seus próprios problemas que não conseguem ver nada o que esta acontecendo ao seu redor e só percebe quando são vitimas de sua própria negligencia. Jonathan é da Inglaterra e mostra um fotógrafo de guerra e suas lembranças de crianças que tentam sobreviver sob os ataques.

Marjan é um curta da Sérvia e narra a história de um garoto cigano que prefere ficar no centro de detenção doque com o seu pai que o obriga a roubar. Com isso o leva ao questionamento se realmente a liberdade é o que ele quer. O africano Tanza mostra um grupo de crianças guerrilheiras da Ruanda. Estas crianças vivem no medo de serem abduzidas por soldados rebeldes, e estão sendo forçadas a lutar como parte de um exército violento. Os cinco guerrilheiros infantis observam um aldeia onde tem crianças brincando que são as mesmas que Tanza observa em uma escola que será atacada por ele.

Jesus Children of America, mostra a rotina de uma garota com HIV positivo, filha de pais viciados que sofre com a discriminação dos colegas. Ao mesmo tempo mostra o amor dos pais pela menina e a dificuldade dos pais de livrarem das drogas.

Song Song & Little Cat, compara a vida difícil de uma garota Chinesa rica com uma família desestruturada e de uma pobre que precisa se sustentar depois que o avô morreu. É revoltante, garotinhas de cinco anos, a com a boneca nas mãos e vendendo flores, crianças sendo exploradas por adultos, as pessoas passando por ela como se ela não estivesse existisse. É um filme de denúncia e reflexão.

Crianças têm sua infância roubada pela insensatez do capitalismo perverso, as conseqüências são graves e atinge a todos nós. Nada do que foi apresentado, visto, é novidade, elas estão ai, a muito já sabemos destes problemas, mas o filme nos faz pensar acerca da situação das crianças frente as duras adversidades da vida, revelando ao mundo problemas que a sociedade de cada país não é capaz de solucionar em se tratando de crianças.

"Com certeza não iremos mudar o mundo e provavelmente não mudará a realidade da maioria dessas crianças, mas se conseguir mudar de pelo menos algumas, ele já terá atingido o objetivo, no entanto parece ser invisível para os opressores e exploradores.", mas cada um tem a obrigação de fazer a sua parte, o simples fato de não tratar o caso com indiferença já é um começo para tornar estas crianças visíveis aos nossos corações. As crianças não são invisíveis, são as pessoas no mundo que fecham os olhos para impunidade, corrupção para não ter que tomar atitudes.

E que se nada for feito, mudado, não chegará o futuro que todos nós sonhamos. As histórias nos atingem profundamente e nos fazem sentir a dura realidade das crianças ali retratadas em diversas partes do mundo, onde denunciam a violência, exploração, descriminação, racismo, irregularidades, erros, descaminhos e problemas, que abreviam a infância e forçam muitas crianças a amadurecer prematuramente as custas de grandes sofrimentos.

O filme nos avisa de que temos que abrir os olhos,  para o que vem acontecendo no mundo. Dar mais atenção a essa infância desperdiçada, desrespeitada, violentada e desesperançada. É um filme para adultos, porque tem nos faltado a devida sensibilidade para que essa nobre causa ganhe mais atenção e defensores em todo o planeta. È um filme, entendo, não só para abrir os olhos, mas também o coração. Os morros africanos têm a lição mais emocionante, onde relata a guerra injusta, incoerente que vive aquela região. Muitos falam governos mundiais, não saem de discussões postas em papéis e nenhuma atitude e tomada na pratica.

Acostumamos-nos ao comodismo da TV, ver manchetes onde milhões de pessoas inocentes morrem nessa luta covarde, sangrenta e o ideal da paz, da igualdade, muito longe de serem alcançadas.

Crianças que se colocam no lugar de soldados para alcançarem a tal 'justiça', planejam bombardear uma escola, um povoado, para terem novamente o domínio do local, onde foram expulsos. Entrando numa escola, um menino negro, magro, brutalmente violentado pela vida a qual foi submetido, entra na sala de aula, e dá para ver em seus olhos, o que acontece no dia-a-dia de milhares de crianças, onde guardada as devidas proporções, gostariam de estar, numa sala de aula. Esta criança, 'Tanza', senta em uma cadeira e vê três perguntas feitas no quadro negro. Olhando atentamente, responde as três questões e debruçado sobre a mesa começa a chorar. Quantos 'Tanzas' conhecemos na vida ou viremos a conhecer?

Não precisa ser em uma guerra civil, com a que acontece no filme. Mas aqui no país, na cidade de cada brasileiro, quantas crianças como esse menino, passam cotidianamente em nossas vidas, e pouca importância damos a esse fato, por comodismo, por acharmos que não é da nossa conta e sim problema apenas do governo?

Essas crianças ficam desiludidas, pois, quando saírem desses reformatórios, voltaram para sua família, e terão que voltar ao mundo do crime, se tornando um círculo vicioso sem qualquer chance de mudar.

Esse filme é uma lição para que todos os adultos reflitam sobre o que andam fazendo em suas vidas, principalmente para que lembrem de quando foram crianças, não esqueçam dessa época, independente de como foi, de seus sonhos, esperanças, ideais, e trabalhem como puder, se tiverem em casa um acriança ou não, façam algo para mudar esse mundo, que as forçam a se tornarem um 'adulto em miniatura', cujo único brinquedo que conhece é o que vê outras crianças se divertirem, mas terão que trabalhar e muito para terem o mínimo para sua subsistência.

Oportunidade é a palavra chave para essas crianças. Oportunidade de terem uma vida melhor, se tornarem pessoas melhores. Onde seria bom que a única cicatriz carregada fosse aquela que ganhou em uma partida de futebol, ou ao cair da árvore onde pegava goiaba. E não da violência de receber uma bala perdida, uma garrafa quebrada na cabeça por seu pai, da fuga da policia, da briga entre gangs.