AUTOR:

GEIZIANE GALIANO OLIVEIRA

CO-AUTORES:

ARANEY OLIVEIRA DOMINGUES

IARA OLIVEIRA DOMINGUES DE  AMORIM

MARIA ANDIARA OLIVEIRA DOMINGUES

QUELMA DE SOUZA OLIVEIRA

 

 

 

crianças invisíveis bilú e joão

Várzea Grande

Várzea Grande

2015

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

crianças invisíveis bilú e joão

Trabalho apresentado ao Curso de Serviço Social da UNOPAR - Universidade Norte do Paraná, para as disciplinas  de Ciência Política, Oficina de Formação: Questão Social, Economia Política, Fundamentos Histórico, Teóricos e Metodológicos do Serviço Social III. Prof. Maria Ângela Santini, Paulo Aragão, Giane, Sérgio de Goes Barboza.        

Várzea Grande

2015

SUMÁRIO

  1. INTRODUÇÃO..............................................................pag.04
  2. DESENVOLVIMENTO...................................................pag.05
  3. CONCLUSÃO................................................................pag.09
  4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................pag.10
  1. INTRODUÇÃO

O objetivo deste trabalho é refletirmos acerca do surgimento da questão social e as suas manifestações no meio urbano e rural, bem como a sua relação com o serviço social.

Atualmente falamos muito em globalização e sistema capitalista, porem, se observarmos o constante crescimento da economia, veremos que este avanço não contribuiu para amenizar ou eliminar as desigualdades sociais presentes na sociedade. Vemos a crescente pobreza, ocasionada por falta de emprego, o que acaba por desencadear problemas habitacionais, de saúde, assistência social, violência, entre outros.

  1. DESENVOLVIMENTO

A história revela que, mesmo o homem sendo um ser de relações e em constate evolução, foi capaz de gerar entre a sua própria espécie a segregação e divisão, instaurando a verdade de que uns são melhores e superiores que outros coitados. O progresso econômico e social da humanidade foi capaz de produzir também a alienação, a exploração de uns poucos sobre muitos, bem como a divisão desigual de bens e lucros, gerando assim as desigualdades de problemáticas sociais. Estas questões foram sendo cada vez mais agravadas com o passar do tempo, cresciam na mesma proporção que a industrialização e o aumento do lucro. O avanço veio ás custas daqueles que eram obrigados a vender a sua força de trabalho, já que esta era a única coisa que tinha a oferecer em troca do mínimo para garantir a sua subsistência.  

O capitalismo surgiu na Europa no século XI ao XV, no qual os feudos transferiram o centro da vida econômica social e política, para a cidade. O feudalismo que amargava uma crise em que eliminou 40% da população europeia, pela falta de Alimentos e pela Peste Negra, que atingiu toda a Europa. O comércio foi restabelecido pelas cruzadas entre o século XI e XII. A partir daí o desenvolvimento urbano comercial e as relações de produção capitalistas cresciam, iniciando as bases do feudalismo.

Os reis na idade moderna aumentavam seu poder econômico e político, por meio do mercantilismo e do absolutismo. Os filósofos que defendiam essas teses são: Jean Bodin (os reis tinham o direito de impor leis aos súditos sem o consentimento deles), Jacques Bossuet (o rei está no trono por vontade de deus) e Niccòlo Machiavelli (a unidade política é fundamental para a grandeza da nação). O Estado é quem controlava a economia com o absolutismo e o mercantilismo, buscando adquirir nas colônias metais, por meio da exploração, dessa forma garantir o enriquecimento da metrópole. A burguesia foi favorecida com esse sistema, porque é dona dos meios de produção, começando a contestar o poder do rei. Logo vem a crise do sistema absolutista, com as revoluções burguesas, como a revolução francesa e revolução inglesa, a qual sustentava o crescimento do capitalismo.

A riqueza aumentava, a burguesia crescia dominando o capital, e as pessoas que antes viviam dos artigos de uso da terra, tiveram que se sujeitar ao trabalho assalariado. Os defensores do liberalismo não podiam ajudar aquelas pessoas, porque a interferência do estado para diminuir a exploração do trabalho assalariado, viria na contra mão do capitalismo.

A revolução industrial no século XIX mostrava crescimento atingindo os Estados Unidos, Canadá, Japão, Holanda, Bélgica, Itália, França e Alemanha. As sociedades desses países, com as indústrias e tecnologia fortalecidas, garantindo até 1914 a hegemonia europeia no mundo.

No vídeo “Crianças invisíveis Bilú e João” essa realidade de pobreza e necessidades estão muito claras, a situação de precisar se submeter a situações de miséria para se sustentar é o assunto do vídeo. Mas o que nos revolta é que não é só um vídeo, uma ficção, essa é a nossa realidade, no nosso Brasil, no nosso mundo, a cada dia essa realidade é mais agravante.

Sem contar a descriminação social, as pessoas só valem o que tem o que possui bens materiais, se você tem você vale se não tem você não vale nada, você se torna invisível, sem utilidade para a sociedade.

 

2.1 LIXÃO DE VÁRZEA GRANDE

2.2 O RETRATO DA DEGRADAÇÃO HUMANA

Em um barraco customizado com sacolas plásticas, isopor e papelão, o catador Elias Alves, 42, não economiza sorrisos ao preparar seu café preto num fogareiro não menos improvisado.

“Reclamar do quê? Aqui eu assisto até a novela das oito” justifica seu bom humor, mostrando a TV portátil ligada á bateria. Mas não é preciso apelar para a ficção para ver tristeza, miséria e degradação humana. Elias mora na boca do lixão de Várzea Grande. Os catadores mais chegados se reúnem na maloca de Elias para conversar amenidades, trocar intimidades, amarguras e risadas, entre uma pausa e outra. Em termos de popularidade, seu café só perde para o caminhão de lixo, que tão logo chega, se torna o centro das atenções. Os catadores deixam o café e o papo rumo ao novo descarregamento de detritos, ou mercadorias. Quem chega primeiro tem a oportunidade de recolher o maior número de recicláveis, fazer a melhor seleção e tirar mais dinheiro.

Um mês de trabalho no lixão pode render aos catadores de R$ 2 mil a R$ 3 mil. Com esse dinheiro alguns sustentam famílias, mantêm uma casa na cidade e se organizam em prol da categoria. Mas para tirar essas quantias, eles sequer sabem mensurar horas trabalhadas, ou horas dormidas, tão extenuante é a carga de trabalho. “Até criança morta eu já encontrei aqui” contou uma catadora. Para suportar tanto sofrimento psicológico, há aqueles que recorrem ao álcool e drogas pesadas. Nesse cenário de ruína, jovens de no Maximo 25 anos e aparência saudável se movimentam em uma pequena logística de tráfico no lixão. Elias é um dos que recorre á bebida para manter a alegria. No dia que a reportagem esteve no local, ele foi receptivo e efusivo, mas nem sempre é assim. Algumas vezes é agressivo, fechado e pouco produtivo.

2.3  PODER PÚBLICO

Na entrada do lixão, uma placa indica que o local é um “aterro sanitário” e informa um horário de funcionamento, que além de não ser seguido, sequer é fiscalizado. Contradizendo o texto da placa, a assessoria de imprensa da prefeitura de Várzea Grande admitiu que não se trata mesmo de um aterro sanitário (a disposição mais adequada de resíduos sólidos) mas sim um lixão, e afirmou que enviaria á reportagem uma nota oficial prestando esclarecimento quanto á regularização do local. A reportagem frisou a situação degradante de trabalho daqueles catadores e até o fechamento dessa edição não obteve respostas.

Responsável pela defesa da ordem jurídica do trabalho, o Ministério Público do Trabalho (MPE) informou que não existe nenhuma denúncia contra o lixão que, em termos legais, não é um ambiente de trabalho.

A assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Trabalho e Assistência Social disse não ter informações se em algum momento a categoria dos catadores buscou ajuda junto á Secretaria, mas que existe um projeto de responsabilidade social, o Vale Luz. Em nota oficial no site da Setas, a primeira- dama do Estado e Secretaria da Setas, Roseli Barboza afirma que uma das principais ações de sua secretaria é combater a extrema pobreza e gerar empregos.

  1. CONCLUSÃO

Infelizmente essa questão de pobreza e miséria existe na sociedade desde o inicio dos tempos, sempre que pararmos para refletir sobre a inserção do sistema capitalista, é possível perceber que muito há de se fazer para que se reverta o quadro de exclusão e guerra pelo capital.

A distribuição de renda sempre foi concentrada nas mãos de poucos, proporcionando um desequilíbrio econômico e, por consequência social, pois o individuo trabalhador, mesmo cumprindo com suas funções, não possuía condições de no final do mês prover o necessário ao menos. E nessas condições só restava para o homem viver em situações de miséria.

Para que a questão social seja eliminada, dissolvida, erradicada, é necessário que haja a extinção das inúmeras contradições existentes em nossa sociedade, e uma nova forma de tratar e encarar o sistema econômico vigente. Contudo, sabemos que esta ideia está muito distante de acontecer, pois diariamente vemos o agravamento, a intensificação da questão social, que vem assumindo novas roupagens, uma vez que a matriz fundante continua a mesma, apenas incorpora a si novos conflitos.

  1. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 ALBIAZZETTI, Giane; GOIS, Sergio. Ciência Política. São Paulo: Pearson Education, 2009.

SIKORSKI, Daniela. Oficina de Formação: Questão Social. São Paulo: Pearson, 2009.

ARBEX, Marco Aurélio. Economia Política. São Paulo: Pearson.

Ferreira, Claudia Maria. Fundamentos Históricos, Teóricos e Metodológicos do Serviço Social III. São Paulo: Pearson, 2009.