Há muito tempo convivemos com orientadores sociais, técnicos, monitores, promotorias e demais órgãos envolvidos com o "bem estar de crianças"! Pequenos brasileirinhos transformados em tema corriqueiro numa sociedade, por vezes omissa diante de fatos banais, segundo a visão de alguns especialistas que passam simplesmente pela vida destes pequenos deixando um rastro de regras e leis, como se cumpri-las fosse tão simples como criá-las! A contribuição de cada indivíduo em prol das crianças difere em número e valor o que não subtrai de maneira alguma a importância de cada ato. Por vezes, o que temos, são nada mais que pequenas decisões truncadas a atravancar desígnios. Isso vai contra o trabalho de equipes coesas. São causas desmedidas e inconseqüentes, resultantes talvez não da qualificação individual, mas da ausência total do exercício de cidadania. Quando nos dispomos a tratar de assuntos que dizem respeito às crianças, é com o carinho que elas merecem que devemos fazê-lo. E não por ocuparmos um nível superior numa escala de personalidades instruídas para fazer algo produtivo dentro de uma comunidade carente de recursos e de opções. Estarmos nesse nível destacado por normas criadas por homens, não significa ser melhor que outros, mas sim, dependentes de uma escola em extinção! A da arte dos primeiros aprendizados! Aquelas inesquecíveis aulas ministradas por professoras que se importavam com o aprendizado de cada um de nós, sem ressalvas! Sem preferências que não fosse o interesse em ter para suas aulas a recepção unânime por parte dos pequeninos. Aquela (e), mestre educador era um aliado às nossas conquistas! Eram amigos queridos e participativos, não toleravam perda de tempo, tampouco passavam as mãos por cima de nossas cabeças quando dos nossos atos de rebeldia ou de negligência. Retomando, hoje quando crianças são levadas ao convívio com outros que não os seus, é por que um abrigo passa a ser o seu novo lar provisório! Neste lugar novas caras surgem. E a possibilidade dessas faces serem de fadas ou de monstros é uma realidade na vida desses seres indefesos expostos a um amadurecimento precoce, imposto quase que de imediato sem qualquer consentimento, - até porque menor não tem voz ativa ? aparentemente as coisas ali parecem ser as mais normais! Posto em que o inferno e o paraíso se confundem... Estão sujeitas a esse novo mundo de descobertas por uma situação prévia, indo de encontro ao curso natural das coisas, onde família deveria estar em primeiro plano. O que lhes resta é o convívio coletivo em que as preferências deixam de existir, o que as faz iguais, sem privilégios. Cidadãos, no entanto, cheios de boas intenções passam espalhando afetos. Passam, e se vão. O que fica são marcas de esperanças frustradas. Pequenos brasileirinhos a espera da família ideal para dividir amor, através de abraços, beijos, olhares, das palavrinhas soltas em um conjunto de eterna paixão e reconhecimento pela oportunidade de um crescimento integrado em uma escalada escrita com laços de aprendizado incondicional. O que seria o lar perfeito. O lar abençoado! Berton, José Ramos
Jornalista
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