PONTÍFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS

Instituto de Ciências Econômicas e Gerencias

Curso de Ciências Contábeis

6° Período – Noite

Análise de Custos

Auditoria

Contabilidade Governamental

Ética Profissional

Matemática Financeira

Planejamento e Gestão Estratégica

Sistemas Contábeis II

Criação de Novas Oportunidades de Trabalho: Contabilidade e Empreendedorismo












Resumo de assunto apresentado às disciplinas: Análise de Custos; Auditoria; Contabilidade Governamental; Ética Profissional; Planejamento e Gestão Estratégica; Sistemas Contábeis II; Matemática Financeira, do 6° Período do Curso de Ciências Contábeis – Noite – do Instituto de Ciências Econômicas e Gerenciais da PUC Minas BH.

 

Professores:  Alex Magno Diamante

Amaro da Silva Junior

Amilson Carlos Zanetti

José Ronaldo da Silva

Luiz Otavio Marques Duarte

Ricardo Cesar Alves

Silvana Maria Figueiredo Santos

Belo Horizonte

Maio de 2016

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.. 3

2 EMPREENDEDORISMO.. 4

2.1   Micro Empreendedor Individual 4

2.2   Contabilidade para pequenos negócios. 6

2.3   O papel da contabilidade no desenvolvimento e sustentabilidade dos MEI’s. 7

3       CRIAÇÃO DE NOVAS OPORTUNIDADES DE TRABALHO.. 9

3.1   Empreendedorismos no Brasil 9

3.2   Formação de preços. 10

3.3   Estratégias de mercado. 11

3.4   Papel do Estado. 12

4 ESTUDO DE CASO.. 14

5 DISCUSSÃO INTERGRUPAL.. 16

6 CONCLUSÃO.. 17

7 REFERENCIAL.. 18

1 INTRODUÇÃO 

A sobrevivência de uma empresa ou projeto nos dias de hoje está relacionada à capacidade de antever cenários adversos ou favoráveis e realizar mudanças rápidas de rumo para se adaptar à nova realidade. Nessas circunstâncias, a escrituração contábil é fundamental para orientar os gestores nas decisões que precisam ser tomadas.

A maioria dos negócios em funcionamento no Brasil é caracterizada como micro e pequenas empresas e por isso as mesmas são de grande importância para a economia nacional. Porém um dos fatores que tem sido bastante abordado é o fato delas não contarem com um sistema de gestão eficiente, o que quase sempre contribui para a mortalidade logo nos primeiros anos de vida, sendo causada em grande parte pela falta de gestão eficiente por parte de contadores.

A contabilidade detém como função principal fornecer informações acerca da vida operacional de uma organização como um todo e ao contabilista cabe propiciar um trabalho profissional que possa agregar valor ao cliente e, acima de tudo, que expresse sua responsabilidade com a profissão, com a sociedade e com o meio ambiente.

Buscando conceituar e situar acerca do empreendedorismo e a criação de novas oportunidades de trabalho, através do estudo de caso realizado com expositores da Feira Hippie de Belo Horizonte, pode-se perceber a dificuldade que um feirante tem em relação ao processo de formalização de sua micro ou pequena empresa, além do acesso a informação relevante à venda de seus produtos, como a formação de seu preço de venda.

2 EMPREENDEDORISMO 

Empreendedorismo que significa empreender, resolver uma situação, também vem de agregar valor, saber reconhecer oportunidades transformando em algo lucrativo. É essencial para sociedade, pois é através dele que buscam inovação para as empresas preocupam-se em transformar conhecimentos em novos produtos.

Para Robert Hisrich (2009, p.29), o conceito de empreendedor fica mais refinado quando são considerados princípios e tiver em uma perspectiva empresarial, administrativa e pessoal. Afirma que em quase todas as definições de empreendedorismo há um consenso de que se fala de um tipo de comportamento que abrange tomar iniciativa, organizar e reorganizar mecanismos sociais e econômicos com o objetivo de transformar recursos e situações para proveito prático, além de ter de aceitar o risco e/ou fracasso.

Hisrich (2009, p.30) afirma que na visão do economista, 

‘O empreendedor é aquele que combina recursos, trabalho, materiais e outros ativos para tornar seu valor maior do que antes, sendo também, aquele que introduz mudanças, inovações, já para o psicólogo, este é impulsionado por certas forças, que varia entre a necessidade de obter algo, de experimentar, de realizar. 

Completa que empreendedorismo é o processo de criar algo novo com valor, dedicando o tempo e o esforço necessários, assumindo assim, riscos financeiros, psíquicos e sociais correspondentes, além de receber recompensas consequentes da satisfação e da independência financeira e pessoal.

Segundo John Bessant e Joe Tidd, no Reino Unido são criados entre 400 e 500 mil negócios todos os anos, mas em contrapartida, 300 mil empresas vão à falência todos os anos. O que faz com que as empresas permaneçam é a criatividade, a inovação, trabalho este, feito pelos empreendedores. 

2.1  Micro Empreendedor Individual 

O Ministério da Previdência Social conceitua o empreendedor individual como uma inovação no sistema tributário brasileiro, pois se trata de uma nova faixa de enquadramento na base da pirâmide do Simples Nacional, onde, os empreendedores que faturam até R$ 60 mil por ano e possuem no máximo um empregado, serão formalizados. Criada pela Lei Complementar 128, sancionada pelo ex-presidente Lula em dezembro de 2008.

Segundo o SEBRAE (2012), a Lei Geral é o novo Estatuto Nacional das Microempresas (ME) e das Empresas de Pequeno Porte (EPP). Instituída pela Lei Complementar n. 123, de 14 de dezembro de 2006, veio estabelecer normas gerais relativas ao tratamento diferenciado e favorecido a ser dispensado às microempresas e empresas de pequeno porte no âmbito dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

A formalização é o procedimento que dá vida à empresa, sendo o registro empresarial que depende da regularização da situação da pessoa que atua na atividade econômica frente aos órgãos do Governo, como Junta Comercial, Prefeitura, Receita Federal, e órgãos responsáveis por eventuais licenciamentos, quando necessários. A formalização é gratuita e deve ser feita pelo Portal do Empreendedor. Substituiu, integralmente, a partir de 01.07.2007, as normas do Simples Federal (Lei 9.317/1996), vigente desde 1997, e o Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte (Lei 9.841/1999).

Consideram-se microempresa ou empresas de pequeno porte, a sociedade empresária, a sociedade simples e o empresário a que se refere o art. 966 da Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil Brasileiro), devidamente registrados no registro de empresas mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, conforme o caso, desde que:

A partir de 01.01.2012

I - no caso da microempresa aufira, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais); e

II - no caso da empresa de pequeno porte aufira, em cada ano-calendário, receita bruta superior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 3.600.000,00 (três milhões e seiscentos mil reais).

Nota: A empresa de pequeno porte optante pelo Simples Nacional em 31 de dezembro de 2011 que durante o ano-calendário de 2011 auferir receita bruta total anual entre R$ 2.400.000,01 (dois milhões, quatrocentos mil reais e um centavo) e R$ 3.600.000,00 (três milhões e seiscentos mil reais) continuará automaticamente incluída no Simples Nacional com efeitos a partir de 1º de janeiro de 2012, ressalvado o direito de exclusão por comunicação da optante.

Até 31.12.2011

1 - no caso das microempresas, o empresário, a pessoa jurídica, ou a ela equiparada, auferir, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R$ 240.000.00 (duzentos e quarenta mil reais);

Sofreram importantes ajustes pelas Leis Complementares 127/2007, 128/ 2008, 133/2009 e pela LC 139/2011 e ficou conhecida como a “Lei Geral das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte” ou, mais rapidamente “Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas”. 

2.2  Contabilidade para pequenos negócios 

A informação contábil é, atualmente, a ferramenta mais importante para os micros e pequenos empresários, uma vez que através dela podem enfrentar mercados nacionais e internacionais. O êxito ou o fracasso de uma determinada ação depende de uma decisão tomada rapidamente e, para isso, faz-se necessário um excelente conhecimento da realidade econômica e social do mercado onde se atua.

O ideal seria que as organizações empresariais estabeleçam seus próprios sistemas de informação, assim possibilitando o auxílio no processo de solução de problemas e nas tomadas de decisões. No entanto, para que uma organização empresarial implante um sistema de informações eficaz, faz-se necessário seguir o modelo ou estágios do processo de solução de problemas. As decisões podem ser divididas da seguinte forma:

  1. Decisões programadas: são aquelas que se baseiam em regras, procedimentos ou em métodos quantitativos predeterminados. As decisões programadas são fáceis de serem computadorizadas, utilizando-se um sistema de informação. Um sistema de informação gerencial também pode ser usado para resolver decisões programadas.
  2. Decisões não-programadas: são aquelas onde não há regras, procedimentos ou métodos quantitativos definidos, pois são decisões que lidam com situações incomuns, excepcionais ou esporádicas no cotidiano da empresa. As decisões não programadas possuem 26 características bem singulares, onde regras e procedimentos não são aplicáveis. Nelas o problema não é de rotina e as regras e conexões não são bem definidas.

Vários fatores podem influenciar na solução de um problema na vida de um administrador, desde que sejam analisados de forma apropriada. O primeiro fator são os objetivos de decisão, ou seja, a tomada de decisão sofre influência de múltiplos objetivos que são geralmente complexos e extremamente difíceis de resolver. Os tomadores de decisão, nesse caso, se baseiam na experiência, bom senso e na compreensão dos objetivos corporativos.

Outros fatores que podem influenciar na solução de um problema são as alternativas aumentadas. Atualmente, existem mais alternativas a considerar do que há alguns anos atrás, tornando mais complexa a escolha da alternativa certa na tomada de decisão para solucionar um problema. Outro fator importante é a competição, sendo está cada vez mais frequente, levando as empresas que trabalham com um mesmo produto ou serviço a se diferenciarem através de novas tecnologias, de sistemas de transportes aperfeiçoados e tecnologia da informação. As novas empresas emergem rapidamente e uma ideia pode se transformar na base de uma empresa importante em apenas poucos anos. A criatividade é considerada outro fator importante na solução de problemas. Unindo-a a imaginação, as empresas podem se diferenciar de seus competidores ou concorrentes, sendo relacionada a novas ideias e pode adicionar valor aos produtos ou serviços nas empresas. 

2.3  O papel da contabilidade no desenvolvimento e sustentabilidade dos MEI’s 

É papel das micro e pequenas empresas contribuírem para o desenvolvimento econômico e social da comunidade, buscando um meio ambiente saudável e uma sociedade estável. Esse conceito pressupõe que a empresa gere resultados econômicos e financeiros para os sócios, mas que também contribua para o desenvolvimento da sociedade e manutenção do planeta.

A contabilidade tem a função de fornecer informações sobre a entidade como um todo, podendo se relacionar a qualquer área ou rotina empresarial tais como custos, finanças, lucratividade, tributação, gestão pessoal, dentre outras inúmeras áreas ligadas à gestão empresarial.

O diferencial da informação gerencial é que ela se qualifica como sendo uma informação segura, de modo que as decisões sejam tomadas com o máximo de segurança e eficácia de maneira a promover o crescimento da empresa e garantir não só a sustentabilidade do negócio fazendo com que a empresa cresça, seja rentável e gere resultados econômicos, como também, contribua para o desenvolvimento econômico do país mediante uma gestão socialmente responsável preservando recursos ambientais e culturais para as gerações futuras e promovendo a redução das desigualdades sociais.

A utilização dos procedimentos de contabilidade voltados ao suporte de gestão das Micro e Pequenas Empresas se caracteriza como sendo base fundamental para a sua sobrevivência no mercado competitivo, podendo contribuir assim para a maximização de desempenho destas organizações, auxiliando no processo de gestão e suporte a tomada de decisão para a expansão destes empreendimentos.

O planejamento é uma grande oportunidade para construir, rever ou desenvolver a leitura da realidade de uma organização, onde a leitura deverá ser crítica, coerente, completa, inteira, sistemática e compreensível, devendo ainda gerar confiança, segurança e clareza ao papel que a empresa quer assumir no mercado.

São etapas necessárias para se colocar em prática o planejamento estratégico a definição do negócio, definição da visão de futuro, missão e valores. Com base nas definições da empresa, os seus líderes juntamente com sua equipe de colaboradores, realizarão uma análise do ambiente.

  3        CRIAÇÃO DE NOVAS OPORTUNIDADES DE TRABALHO

3.1  Empreendedorismos no Brasil 

Empreendedorismo – citado por Robert D. Hisrich em seu livro “Empreendedorismo” - é o processo de criar algo diferente e com valor, dedicando tempo e o esforço necessário, assumindo os riscos financeiros, psicológicos e sociais correspondentes, e recebendo as conseqüentes recompensas da satisfação econômica e pessoal. Em outras palavras identificar oportunidades, agarrá-las e transformar a oportunidade em um negócio rentável de uma forma inovadora. Para Maximiano, Antônio (2011, p.16) empreendedor é toda pessoa que assume o risco de começar uma empresa.

            No Brasil, há uma grande elevação de pessoas que aderem a este tipo de formação de negócios, este fato pode ser comprovado através da pesquisa publicada pelo Global Enterpreneurship Monitor, disponível no site do SEBRAE, na qual estima que a taxa total de empreendedorismo para o Brasil foi de 39,3%, dentre estes novos e experientes empreendedores que conseguiram conquistar sua participação no mercado. Vide gráfico abaixo:

           Investigando separadamente a motivação dos empreendedores iniciais para cada estágio dos empreendimentos, observou-se que a proporção de empreendedores por necessidade teve uma elevação de 23%entre 2014 e 2015, significando um aumento atípico de dois pontos percentuais na taxa comparada há anos anteriores.

              A pesquisa realizada ramifica em dois os tipos de empreendedores partindo da fase inicial Empreendedores nascentes, que estão envolvidos na estruturação de um negócio do qual são proprietários, mas que ainda não pagou salários, pró-labores ou qualquer outra forma de remuneração aos proprietários por mais de três meses, e os Novos Empreendedores que administram e são proprietários de um novo negócio que pagou salários, gerou pró-labores ou qualquer outra forma de remuneração aos proprietários por mais de três e menos de 42 meses. 

As análises apresentadas nos itens anteriores conduzem à conclusão de que, embora as taxas de empreendedorismo no Brasil tenham aumentado entre 2014 e 2015, se comparadas aos últimos anos da pesquisa no Brasil, estas foram mais impactadas pelo empreendedorismo por necessidade.

            Esta elevação poderia ser consequência do atual cenário econômico instalado no Brasil nos últimos anos, que elevou a taxa de desemprego, chegando ao índice de 8,9% no terceiro trimestre de 2015, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e reportados pelo G1. 

3.2  Formação de preços 

A formação de preços vai além do processo de acumulação de custos acrescentando uma margem para o lucro. Entende-se como preço a o valor que o consumidor disponibiliza para adquirir um produto, onde a empresa recebe em troca a venda desse produto. O preço é fator importante na decisão de compra, uma vez que os clientes buscam melhores preços, boa qualidade dos produtos, disponibilidade da mercadoria, a assistência técnica e a entrega do produto.

Para determinar um preço para a venda dos produtos é necessário observar os custos diretos, sendo estes os gastos de sua fabricação, levando em considerações os gastos tributários envolvidos na operação de aquisição da matéria prima do trabalho. Outros custos que tem de observar são os indiretos, sendo eles gastos comuns a todos os produtos ou serviços e que são distribuídos por cada um deles de acordo com algum critério. Um exemplo típico de custo indireto são os gastos com a administração (aluguel, salários do pessoal de apoio administrativo, etc.).

Depois de verificado os custos para a fabricação do produto aplicam-se uma margem de lucro, podendo ser calculada sobre o preço de venda ou sobre o custo unitário de produção. Entende-se por margem de lucro um percentual acrescido ao produto de modo produzir um retorno satisfatório para a empresa. A margem de lucro também pode ser calculada de modo a gerar um determinado valor de lucro mensal ou anual. Se a margem for pequena poderá produzir um resultado financeiro insatisfatório. Se for muito alta poderá acarretar perda de vendas gerando também um resultado ruim. Em suma, o preço de venda deve suprir os gastos com a fabricação do produto e ser rentável para obtenção de lucro com a venda. 

3.3  Estratégias de mercado 

Estratégia de uma empresa é conceituada como sua teoria de como obter vantagens competitivas. (BARNEY, 2011, p. 4). Na hora de constituir uma entidade, o empreendedor precisa saber vender o produto ou serviço e ser convincente para conquistar o cliente e demonstrar o seu valor, através da visão nítida do seu negócio. O empreendedor deve considerar o que é a empresa, para quem é, qual é sua oferta, o que promete e como essas necessidades estão sendo atendidas pelo mercado. (SEBRAE, 2016, s/p.).

Para Barney (2011, p. 6), uma empresa que tem sua missão, seus objetivos, análises externa e interna completa, está preparada para realizar suas escolhas estratégicas, ou seja, consegue escolher sua estratégia de como obter vantagem competitiva.

Barney (2011, p. 6) compreende que: 

Estratégias no nível de negócios são ações que as empresas praticam para obter vantagens competitivas em um único mercado ou setor. As estratégias no nível corporativo, por sua vez, são ações que as empresas praticam para obter vantagens competitivas operando em múltiplos mercados ou setores simultaneamente. 

Segundo o SEBRAE (2016, s/ p.) associando conceito, teoria e aplicação prática, é evidenciado o propósito da estratégia, a qual permite que seja pensado sobre o negócio e identificado novas alternativas em alinhamento com suas competências pessoais e empresariais, avaliando o cenário do setor, tamanho de mercado, taxas de crescimento e concorrência, além da reconstrução dos planos de ação, objetivando foco, direção e agilidade à empresa.

A estratégia utilizada pelo Micro Empreendedor Individual inicia-se, portanto, para adentrar no mercado de trabalho, através da formalização. É preciso obter informações e conhecimento daquilo que se quer montar. É preciso se qualificar, saber qual modelo de negócio seguir, como será a relação com os clientes, quem serão os fornecedores, quanto irá investir e projetar o capital de giro. (SEBRAE, 2016, s/ p.).

3.4  Papel do Estado 

Segundo a FENACON - Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas (2015, s/p.), é notável que o Micro Empreendedor Individual é um dos maiores projetos de inclusão social já criado no país. O modelo respalda-se em trazer para a formalidade os profissionais autônomos com receita bruta de até R$ 60 mil reais que queiram usufruir dos benefícios previdenciários, mas não possuem condições financeiras de arcar com a carga tributária.

Além da redução da carga tributária, os empresários contábeis têm a possibilidade de exercer um grande trabalho no país. Beneficiados pelo Simples Nacional, os escritórios de contabilidade realizam gratuitamente o registro do empreendedor individual e a primeira declaração anual da categoria. (FENACON, 2015, s/p.)

De acordo com a FENACON, o Micro Empreendedor Individual é beneficiado com a simplicidade para legalizar o negócio, facilitando a abertura de conta bancária, o pedido de empréstimo e a emissão de notas fiscais. Ficam isentos de grande parte dos tributos, pagam taxas fixas mensais reduzidas. Assim, a nova categoria recebe direito à aposentadoria por idade ou invalidez, seguro por acidente de trabalho, licença-maternidade, além de a família ter direito a pensão por morte do segurado e auxílio-reclusão. A figura do empreendedor individual representa uma grande oportunidade para que o empresário individual se formalize, através de pequenos valores fixos mensais, passando, assim, a exercer sua cidadania.

O Portal do Empreendedor (2015, s/p.), compreende que: 

 Os inscritos no programa fazem parte do Simples Nacional, programa de recolhimento simplificado de impostos. A diferença é que os micro empreendedores pagam um valor fixo por mês, R$ 40,40 (comércio e indústria), R$ 44,40 (prestação de serviços) ou R$ 45,40 (prestação de serviços, comércio e indústria). O MEI não paga imposto ao Governo Federal. Paga apenas valores reduzidos para o município (R$5,00 de ISS), se prestar serviços, e para o estado (R$1,00 de ICMS), se atuar no comércio e/ou indústria. Também paga 5% do salário mínimo ao INSS (R$39,40), para garantir benefícios previdenciários. 

Ainda de acordo com o Portal do Empreendedor (2015, s/p.) os microempreendedores individuais poderão recorrer aos PROCON, órgãos estaduais e municipais de defesa do consumidor para solucionar conflitos relacionados ao consumo de produtos e serviços, limitados às pessoas físicas. A medida faz parte de um acordo de cooperação técnica firmado entre o SEBRAE e a Secretaria Nacional do Consumidor (SENACOM), do Ministério da Justiça. A partir de agora, os micro empreendedores passam a contar com o suporte legal do Código de Proteção e Defesa do Consumidor, tendo direito aos mesmos benefícios que qualquer cidadão que esteja na posição de consumidor de um produto ou serviço.  A decisão tem abrangência nacional e irá beneficiar mais de cinco milhões de micro empreendedores individuais.

4 ESTUDO DE CASO 

A Feira de Artesanato de Belo Horizonte, popularmente chamada de Feira Hippie, está presente na cultura mineira desde 1969, quando alguns artistas e estudantes ligados às artes plásticas tiveram a ideia de expor seus trabalhos artísticos experimentalmente na praça da Liberdade. Em 1991, a feira foi transferida para a Avenida Afonso Pena, entre à Rua da Bahia e Rua dos Guajajaras, no centro de Belo Horizonte, e desde então é realizada todo domingo na capital mineira. A feira conta hoje com cerca de 2500 expositores que vendem as mais diversas mercadorias como artesanato, roupas, calçados, dentre outros.

Assim, ela se consolidou como um patrimônio cultural e turístico da capital tornando-se um dos maiores pontos de produtos artesanais do país e uma das maiores feiras em espaço aberto da América Latina, recebendo milhões de visitantes de todos os cantos do Brasil e até do exterior. Este lugar de diversidade, que apresenta grande impacto cultural em Belo Horizonte, com vários expositores, e empreendedores, inspirou a aplicação do estudo de caso sobre a Criação de Novos Empregos: Empreendedorismo, incentivada pela instituição de ensino para darmos nossa contrapartida em prol da sociedade.

Devido ao tamanho sua complexidade, trabalhamos com uma amostragem de vinte entrevistas com os expositores do setor de artesanato, por ser tradicionalmente, a principal e mais antiga atividade da feira. O objetivo da pesquisa foi avaliar e levar melhorias às estratégias de vendas dos feirantes, melhorando assim, o volume de vendas e lucratividade dos mesmos, entretanto, ao realizarmos as entrevistas nos deparamos com uma realidade que impossibilitava o atingimento deste projeto que fora previamente pensado.

Os entrevistados não tinham informações mínimas para gestão de seus negócios, como por exemplo: orientação para formação de preço de vendas e conhecimento de incentivos governamentais, como registro como Micro Empreendedor Individual, que lhes dariam direito a auxílio-doença e salário maternidade, além de poder pegar empréstimo e financiamentos com condições especiais, dentre outros benefícios. Observa-se que essa falta de conhecimento é motivada pela estrutura social que os expositores se encontram e o compreensão equivocada que os mesmos têm de acesso aos benefícios. Essa falta de clareza dificulta a tomada de decisões, deixando-os estagnados.

Percebemos, também, que a feira pode ser uma variável que indica a situação econômica presente no país. Em entrevista relatamos queixas de quedas nas vendas, que segundo os entrevistados, teve seu início há dois anos. Esta data coincide com o início do agravamento da situação econômica brasileira, em que começou a reduzir o poder de compra dos cidadãos, além do aumento do número de desempregados.

Neste contexto, ponderando o tipo de produto comercializado, percebemos que com a diminuição do poder aquisitivo, os cidadãos reduzem as compras de produtos considerados supérfluos, como lazer, compras de roupas e decoração, e priorizam os de primeira necessidade como moradia e alimentação. O atual cenário econômico é desafiador para todos os brasileiros de uma maneira geral. Há uma queda na demanda, representando um fator de compressão da rentabilidade dos micro empreendedores.

Este problema pode se agravar com a falta de controle ou não conhecimento dos custos gerados para produção da mercadoria. Este controle é imprescindível para melhor gerenciamento e formação do preço de venda, podendo trazer margens de lucro satisfatórias, além de ter a competência de utilizar deste atributo de controle como uma diferenciação frente a concorrência.

Diante de tal situação, com o auxílio dos orientadores, decidimos então mudar nosso objetivo e forma de contribuição para os feirantes. Confeccionamos cartilhas que dão orientações sobre o programa do Micro Empreendedor Individual no setor de Artesanato, que visa cumprir esta lacuna da falta de informação e lhe trarão longevidade empresarial.

5 DISCUSSÃO INTERGRUPAL 

Em primeiro momento, o interesse por esse tema surgiu após a percepção da quantidade dos empreendedores e dos reflexos econômico-sociais existentes.  

Após o alteração do objetivo de nossa proposta de intervenção, visto a não conhecimento, dos expositores, de práticas básicas de gestão para melhor gerenciamento dos negócios, nos deparamos com o desafio de traduzir de forma compreensível tais técnicas à estas pessoas.

Houve também uma dificuldade cultural, no que condiz com a adoção de novas práticas de mercados considerando que a maior parte dos expositores entrevistados estão trabalhando na feira há mais de 10 anos.

Portanto o grupo achou mais viável e de melhor proveito basear o trabalho sobre o aspecto e conhecimento fiscal, e da legalidade de sua atuação, observado as premissas e dificuldades discutidas acima.

Através do referencial teórico e de nossa vivencia acadêmica, buscamos analisar a Feira Hippie em seus contextos histórico, cultural e econômico, identificando as possíveis causas para elevação de preços das mercadorias, e o impacto da baixa oferta de emprego do atual momento econômico para geração de novos empreendedores.

Foi verificado que a maioria expositores da área de artesanato não atuam dentro da legislação, por não estarem inscritas como pessoas jurídicas e não adotando uma forma de tributação, além da falta de compreensão das práticas contábeis que trará maior longevidade e saúde financeira ao negócio.

6 CONCLUSÃO

 Tendo como base os fatos e argumentos apresentados no Estudo de Caso e Discussão Intergrupal acima, além dos conhecimentos adquiridos dentro de sala de aula podemos perceber as contribuições que as Ciências Contábeis proporcionam aos empreendedores de modo a prover os gestores de informações úteis, capazes de promover a sustentabilidade financeira e longevidade empresarial para as mesas.

Através do estudo de caso observou-se que os feirantes necessitam de informações essenciais para gestão de seus negócios, como conhecimento sobre formalização legal, formação de preços e estratégias de vendas, uma vez que os aspectos culturais observados, como a sucessão das atividades.

É necessário adequar-se às novas tecnologias, mudanças e tendências impostas pela sociedade a fim de acompanhar as necessidades impostas pelo mercado a cada dia. O preço de venda dos produtos deve ser compatível com as exigências do mercado, bem como o lucro que o empreendimento deseja obter e com a garantia da sobrevivência do negócio.

7 REFERENCIAL 

BARNEY, Jay B. Administração estratégica e vantagem competitiva. 3º Ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011. 

BORGES, Vera Lúcia Bezerra Lima. "A Informação no Processo de Tomada de Decisão dos Micro e Pequenos Empresários’’. Disponível em: <201.2.114.147/bds/bds.nsf/.../$File/NT000454D2.pdf> Acesso em 15 de abril de 2016. 

Cury, Anay. Caoli, Cristiane. Desemprego fica em 8,9% no 3º trimestre e atinge maior taxa da série. Disponível em: Acesso em 16 abr. 2016 

EMPREENDEDORISMO. Wikipédia. Disponível em: Acesso em: 22 abril 2015. 

FENACON. Microempreendedor Individual – MEI. Disponível em: Acesso em 16 abr 2016. 

GLOBAL ENTREPRENEURSHIP MONITOR. Empreendedorismo no Brasil 2015.

Disponível em: Acesso em 22 abril 2016 

Maximiano, Antônio Cesar Amaru. Administração para empreendedores: fundamentos da criação e da gestão de novos negócios. São Paulo: Person Prentice Hall, 2011. P. 16.

Disponível em: Acesso em 22 abril 2016 

PORTAL CFC. Manual de procedimentos contábeis para micro e pequenas empresas. Disponível em: . Acesso em: 16 de abril de 2016. 

PORTAL DO EMPREENDEDOR. Portal do Microempreendedor Individual. Disponível em Acesso em 16 abr. 2016. 

SEBRAE. Marketing em sete passos: da estratégia ao mercado. Disponível em:   Acesso em 20 abr. 2016.  

SEBRAE. Sebrae mais Gestão Estratégica. Disponível em: Acesso em 21 abr. 2016.

 SEBRAE. A Lei Geral e o Novo Estatuto Nacional das Microempresas. Disponível em: . Acesso em 16 de abril de 2016. 

WIKIPEDIA apud HISRICH. ROBERT D. E PETERS, MICHAEL P. (2004), Empreendedorismo, 5 ed, Bookman, Porto Alegre).