Corte e queima das florestas para ceder espaço para a agricultura: isso ocorre desde quando?

Hoje, não é raro mais ouvir falar que na região amazônica alguém cortou e queimou uma área de floresta e, após isso, passou a plantar uma determinada cultura agrícola no mesmo local. No entanto, desde quando essa prática é feita?

A corte e a queima da floresta tropical para ceder espaço para a agricultura sempre foi uma prática recorrente que o homem branco "colonizador" utilizou para criar áreas agrícolas em locais dominados por florestas naturais. Inúmeros problemas relacionados à queda de produtividade agrícola nesses locais estão intimamente ligados à essa prática bem como o desconhecimento de quem a aplica.

No entanto, essa mesma técnica era utilizada (e talvez ainda seja!) por indígenas (também chamados de "selvagens") no início da colonização do Brasil. Desse modo, muito antes da chegada do homem branco, muitas tribos indígenas já adotavam essa prática de alteração da cobertura do solo e da paisagem. Contudo, a atuação desses grupos de nativos era, em termos de área, expressivamente menor o que certamente trazia alterações muito menores aos biomas que aqui ocorrem (por exemplo, Mata Atlântica, Amazônia, Cerrado, entre outros) em relação ao que o homem branco consegue e conseguiu fazer.

Assim, em termos simples, comparando indígenas aos brancos a atividade por si é praticamente a mesma enquanto a escala em que é aplicada pelo homem branco é vertiginosamente maior, por razões tecnológicas entre muitas outras que vão muito além do propósito desse simples texto. Entretanto, "nossos índios" também praticavam a queima e o corte da floresta em uma escala muito mais localizada, por exemplo, para plantar mandioca.

Preparado a partir de:

STADEN, H. Duas viagens ao Brasil: primeiros registros sobre o Brasil. Porto Alegre: L & PM, 2010. 192p.