Luciano Pinheiro Drumond1

Nathália Cristina Soares Falcão1

Resumo

A mensuração da aptidão física dos indivíduos com o enfoque na sua classificação funcional é objeto de estudo desde 1918, quando foi realizado o primeiro teste de esforço. Existe grande variedade de testes ergométricos para a predição do (VO2máx) realizados em campo. O objetivo do presente estudo foi correlacionar os valores do consumo máximo de oxigênio (VO2máx), obtidos em dois protocolos indiretos sub-máximos de campo. Foram utilizados os protocolos de Cooper de 12 minutos e de 2.400m, visando à possibilidade de utilização dos resultados na prescrição de intensidades de exercícios para indivíduos fisicamente ativos – não atletas. A amostra foi constituída por 15 indivíduos (quatro masculinos e onze femininos) fisicamente ativos, com 33 ± 11,6 anos de idade, 71 ± 26,1 de massa corporal, 155 ± 28,2 cm de estatura. Os protocolos utilizados foram realizados em todos os indivíduos, com intervalo entre um e outro de uma semana. Além da estatística descritiva, foi utilizada aCorrelação de Pearson. O resultado do coeficiente de correlação produto momento de pearson foi de r = 0,88, isso significa que existe uma forte correlação positiva entre os dois protocolos utilizados, ou seja, sugere-se que os dois protocolos podem ser utilizados para predizer a capacidade aeróbia. Com base nestes resultados apresentados conclui-se que a administração destes protocolos de campo não apresentou diferença significativa para a predição do consumo máximo de oxigênio, não interferindo na posterior tomada de decisãotomada de decisdo na posteriortados para a prescrição de intensidade de treinamento aeróbio. a prescriç

Palavras-Chave: Teste de esforço; teste de campo; adulto; consumo de oxigênio;

Introdução

Nas últimas décadas tem-se destacado a importância da aquisição e da manutenção de hábitos saudáveis visando à melhoria da qualidade de vida da população. A partir daí viu-se a importância da mensuração da aptidão física, tornando uma prática comum e apropriada nos programas de exercícios (ACSM, 2003).

Embora pareçam existir poucas dúvidas quanto à melhora na condição de saúde alcançada através de um programa de condicionamento físico, esses benefícios dependem de uma prescrição de exercício adequada no que diz respeito à intensidade, duração, freqüência e modalidade (COSTA; GUERRA, L.; GUERRA, F.; NUNES; PONTES, 2007).

Segundo Oliveira e Arruda (2000, p. (numero da página)):

A aptidão física se constitui, em um indicador fundamental do nível de saúde individual e comunitário, além de possuir reconhecida associação entre os hábitos de atividade física, o estado de saúde e o bem estar.

Um dos componentes mais importantes da aptidão física é a resistência cardiorespiratória (ARAÚJO, 2000). A componente cardiorespiratória consiste na capacidade de realizar exercícios dinâmicos envolvendo grandes grupos musculares em intensidade moderada e alta por períodos prolongados, está diretamente associada aos níveis de saúde de um indivíduo e refere-se à capacidade funcional de seus sistemas de absorção, transporte, entrega e utilização de oxigênio pelos tecidos durante os exercícios físicos (Filho, 2003).

A potência aeróbia máxima (VO2máx), definida como a maior taxa de oxigênio captado, transportado e utilizado pelos músculos recrutados, em associação com outros parâmetros fisiológicos e neuromusculares, fornece importante informação sobre a capacidade de realização de atividades físicas de longa duração. Esse parâmetro é ainda fundamental para a tomada de decisão na prescrição de exercícios (SANTOS; FURTADO; RIBEIRO; CABRAL; NOVAES, 2008).

Atualmente, a eficiência do sistema cardiorespiratório pode ser avaliada medindo-se a capacidade aeróbia máxima (VO2máx) em um só parâmetro, que permite uma avaliação global deste sistema ao invés do exame de cada um de seus componentes (FERNANDES, 2003). Apesar de alguns equipamentos para a análise do VO2máx possibilitarem resultados considerados como padrão ouro, sua aplicabilidade em algumas situações é inviável pelo alto custo dos testes (SANTOS; FURTADO; RIBEIRO; CABRAL; NOVAES, 2008). Consequentemente, o teste máximo fica reservado para avaliações clínicas, a avaliação atlética e a pesquisa. Um teste com exercício sub-máximo custa menos e comporta um risco menor, não submetendo níveis de estresse físico aos indivíduos que poderiam ser desnecessários dependendo dos objetivos do teste. Além de oferecerem a vantagem da facilidade de administração, a adaptabilidade com relação às necessidades de espaço, a possibilidade de realizar testes concomitantes de vários indivíduos e a prescrição confiável do VO2máx (ACSM, 2003).

Swain (2000), citado por Santos; Furtado; Ribeiro; Cabral; Novaes, 2008) considera que a predição do VO2máx a partir de equações indiretas tem sido uma prática empregada há tempos no estudo da saúde, aptidão física e performance atlética. Apesar do maior erro associado a essa estratégia, a relação custo benefício parece justificar sua aplicabilidade.

Embora o desempenho na corrida em distância possa ser medido, isso não significa a consolidação de índice preciso de VO2máx ou substituto para a medição direta de VO2máx. Geralmente, quanto mais longa a corrida, maior a correlação com o VO2máx. Com base nessa observação, recomenda-se a seleção de teste com distância de pelo menos 1.600 metros ou duração de pelo menos 9 minutos(HEYWARD, 2004).

O primeiro trabalho abordando teste ergométrico foi publicado por Master e Oppenheimer (1929), utilizando uma escada de dois degraus com o objetivo de avaliar a capacidade do coração ao exercício por meio de respostas da freqüência cardíaca (FC) e da pressão arterial (PA). A esse trabalho é creditada a descrição de um protocolo para teste de esforço (CHALELA e colaboradores, 2003). Mas o consumo máximo de oxigênio VO2máx só foi considerado nos protocolos de esforço a partir de 1955, quando as técnicas de medidas de gases tornaram-se disponíveis (BRAGA e NUNES, 2005). Em 1968, Kenneth Cooper, ao realizar teste de campo com Militares da Força Aérea Americana, descreveu um procedimento avaliativo para a estimativa do VO2máx (COOPER e STORER, 2005). De acordo com Powers e Holley (2000), o teste de Cooper de 12 minutos apresenta uma correlação moderadamente elevada com o VO2máx.

A endurance cardiorespiratória VO2máx pode ser prevista com exatidão a partir dos testes com exercício sub-máximo nos indivíduos que não necessitam de testes máximos. A exatidão do teste é aprimorada pela adoção de protocolos padronizados, escolhendo-se uma modalidade apropriada do teste e padronizando os métodos de coleta de dados, as condições dos testes e os procedimentos (ACSM, 2003). Percorrer a distância mínima de 2.400m ou correr durante 12 minutos se faz necessário para avaliar com maior precisão, pelos métodos de testes externos, o máximo consumo de oxigênio. Conforme a aplicação destes testes se populariza, podemos adquirir interessantes informações relacionadas aos níveis de aptidão física que serão de imensa utilidade para o desenvolvimento de programas de exercícios aeróbicos que aspiram elevar o nível geral de aptidão física de homens e mulheres de todas as idades (COOPER, 1972).

Considerando o exposto acima, o presente estudo objetivou correlacionar os valores de VO2máx preditos no Teste de Cooper de 12 minutos com aqueles obtidos no Teste de Cooper de 2.400m, em um grupo de indivíduos praticantes de Corrida e Musculação com a freqüência mínima de três vezes semanais, para a prescrição de intensidade de treinamento aeróbio.

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