CORRELAÇÃO ENTRE O TAMANHO DA SEMENTE E DA PLÂNTULA DE FAVA BRANCA.
Fernanda Ferreira Leal1, Franciane Gouveia Sousa2, Joana Janaini Seno Moura3, Marcones Ferreira Costa4, Suzana Aline Dias Farias5

RESUMO
A biometria é um ramo da ciência que estuda a mensuração dos seres vivos. É a parte da Estatística que investiga atributos biológicos quantitativos, pertinentes a uma população de seres vivos. O presente trabalho tem por objetivos levantar a biometria de sementes de plantas de fava da família das leguminosas e verificar se existe alguma relação de medidas de sementes e o tamanho da plântula, levando em consideração: o comprimento e largura da semente, o comprimento e largura do hilo, comparando com o tamanho da plântula depois de germinada ao final de 10 dias após o plantio, conferindo o comprimento da raiz da plântula, medida do hipocótilo e número de folhas, para posterior comparação e análise dos dados estatísticos.
PALAVRAS CHAVE- biometria, fava, correlação, semente, regressão

ABSTRACT-
Biometrics is a branch of science that studies the measurement of living beings. It is the part of Statistics investigating quantitative biological attributes, relevant to a population of living beings. This study aims to raise the biometry of plant seed bean of the legume family and see if there is any relation to measures of seed and seedling size, taking into account: the length and seed width, length and width of hilus, compared to the size of the seedling sprouted after the end of 10 days after planting, giving the root length of seedlings, measured hypocotyl and number of leaves, for later comparison and analysis of statistical data.
KEY WORDS-biometrics, fava, correlation, kernel regression.



INTRODUÇÃO
A fava como é popularmente conhecida apresenta como nome científico Vicia faba é uma planta da família das leguminosas, que produz vagens grandes, dentro das quais se formam as sementes. Alcança cerca de 1,20 m de altura e produz flores grandes, brancas ou róseas, às vezes arroxeadas, com mácula preta.
A fava é rica em proteínas, vitamina B e carboidratos sendo, portanto muito importante na culinária brasileira, como ela contém grande concentração de hidratos de carbono ela irá garantir energia para o bom funcionamento do corpo, além de todos esses benefícios a fava ainda contém um alto teor de ferro fazendo com o intestino funcione bem. É uma das principais leguminosas cultivadas na região tropical e apresenta potencial para fornecer proteína vegetal à população. No Brasil, o consumo desse legume é preferencialmente na forma de grãos verdes cozidos.
A fava é cultivada em quase todo o território nacional, atingindo relativa importância econômica apenas em alguns Estados, incluindo a Paraíba. Alguns dos caracteres que permitem a identificação da fava são a germinação epígena; as folhas geralmente mais escuras (mesmo depois do amadurecimento das vagens) que em outras espécies do gênero; as bractéolas pequenas e pontiagudas; vagens bastante comprimidas e de forma geralmente oblonga e recurvada, com duas alturas distintas (ventral e dorsal), e número de sementes variando de duas a quatro (Zimmermann & Teixeira, 1996)
O estudo biométrico da semente e da plântula de fava procura correlacionar dados que comprovem que o tamanho da semente vai interferir no tamanho da planta, vindo a representa um importante estudo para o desenvolvimento da produção dessa leguminosa. O presente trabalho tem como objetivo levantar a biometria de sementes de plantas de fava e analisar a existência ou não das relações entre as medidas da semente e o tamanho das plântulas

MATERIAIS E MÉTODOS
A pesquisa foi realizada na Universidade Estadual do Piaui ?UESPI entre os meses de junho e julho em uma área livre do Centro de Ciências da Natureza. Foram usados sementes de fava branca, Vicia faba.
Inicialmente separou-se uma amostra de 1.000 (mil) sementes, que em seguida essas formam divididas em dez subamostras, as quais foram armazenadas em 10 sacos de plásticos contendo 100 sementes cada. Cada subamostras foi enumerada de forma ordinal de um a dez e logo após foi realizado um sorteio, na qual a subamostra de número três foi à sorteada.
Posteriormente utilizando o método biométrico e com o auxílio de um paquímetro foram tomadas as medidas de cada semente de fava levando em consideração o comprimento, a largura no hilo e comprimento do hilo de cada semente. Os dados coletados foram inseridos em uma planilha eletrônica do Microsoft Office Excel, e em seguida transferidos para softwares específicos, nesse caso foi utilizado o programa Bioestat 5.0, para calcular medidas de tendência central (média, moda e mediana), as medidas de dispersão, a amplitude total, a variância, o desvio padrão, o desvio médio, o coeficiente de variação e a assimetria.
Após a conclusão das medidas, as sementes da subamostra selecionada foram cultivadas em copos descartáveis contendo areia vegetal, os copos foram enumerados de acordo com a numeração de sua respectiva semente. Dez dias após o plantio, as plântulas foram desenvasadas, e com o auxílio de um paquímetro foram feitas as medições do tamanho da raiz, da plântula, do hipocótilo e também foi considerado o número de folhas que a plântula apresentava. Das 100 sementes somente dez não germinaram, sendo consequentemente descartadas.
Depois de todos os dados serem devidamente registrados no Excel foram elaborados gráficos de correlação e os dados das análises de regressão linear simples comparando comprimento da semente com todas as outras características e largura da semente todas as outras características.

RESULTADOS E DISCUSSÃO
No gráfico de número 1 mostra a correlação de Pearson, que representa a medida para o grau de correlação entre duas variáveis. Nesse primeiro gráfico, foi feita a comparação entre o comprimento do caule (X) e o comprimento da semente (Y).




Esse gráfico exemplifica uma correlação positiva entre as duas variáveis da amostra, o comprimento do caule (X) e o comprimento da semente (Y), mostrando apenas que essas variáveis crescem no mesmo sentido. A correlação positiva não indica que aumentos sucessivos em uma das variáveis causam aumentos sucessivos na outra variável. O coeficiente de correlação de Pearson é igual a 0.1516, isso indica que há uma fraca correlação entre as duas variáveis.
No gráfico de número 2, mostra a relação entre o comprimento do caule (X) e a largura da semente (Y), observa-se que o valor do coeficiente de correlação é igual a 0.1695, o que indica que também existe uma fraca correlação entre as variáveis.



O coeficiente de correlação de Pearson (r) mede o grau de correlação entre duas variáveis. Se o coeficiente r for maior que 0,7 indica uma forte correlação, agora se r ficar entre 0,3 a 0,7 a correlação é moderada, e se r assumir valores entre 0 a 0,3 indica que há uma fraca correlação entre as variáveis.
Como no gráfico de número 1 coeficiente de Pearson corresponde a 0.1516, já no gráfico de número 2, o coeficiente assume o valor de 0.1695. Então, em ambos os casos, existe uma fraca correlação, uma vez que os valores de r não estão nem próximos de zero e nem de +1 ou -1, indicando que existe uma pequena relação entre o comprimento da semente e o comprimento do caule, assim como entre a largura da semente e o comprimento do caule, porém o grau de relação entre eles não é muito explicativo.
CONCLUSÃO
Com bases nesses dados pode-se afirmar que existe uma fraca relação entre o tamanho da semente e o tamanho da plântula. Portanto sementes grandes nem sempre originam plântulas grandes, uma vez que as medidas dessas duas variáveis estabelecem uma correlação quase nula.
AGRADECIMENTOS

Agradecemos aos colegas de turma pela união que gerou coragem e força para que pudéssemos concluir este trabalho. Aos familiares pelo apoio, compreensão pelo tempo o qual tivemos que disponibilizar a esta disciplina, auxílio benefício para obtenção dos materiais necessários. Ao professor Francisco Soares Filho por nos dar o que fazer em todas nossas horas livres inclusive na hora de dormir em que tínhamos que fazer medições de favas e repassar tais dados para softwers. E agradecemos principalmente a Deus por nos dar sabedoria, paciência e muita força de vontade para chegarmos ao fim deste artigo.



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Martins, G. A. & Donaire, D. 1990. Princípios de Estatística. 4ª edição. Editora Atlas. São Paulo. Páginas 155 ? 166.
Vieira, S. 1980. Introdução a Bioestatística. 5ª edição. Editora Campus. Rio de Janeiro
Spiegel, M. 1978, Probabilidade e Estatística. Editora: McGraw-Hill Ltda. São Paulo. Páginas 369 ? 383.
ZIMMERMANN, M. J. de O. (Coord.). Cultura do feijoeiro comum no Brasil. Piracicaba: Potafos, 1996. p. 57-70.