CORPO VIOLENTADO Visão obscura Nas feridas de um corpo Insensatez de ternura imatura Doença sem cura De um corpo quase morto Pelo desejo consumido Desejo impulsivo Pelo pulso esculpido De um artista enlouquecido Quando ao longe percebido O cansaço de um gemido Deste corpo quase nu Lentamente pela obra despido Feito luz de abajur Quadro imperfeito na pintura De falsa moldura Reflexo de um corpo em desespero Violentado pelo medo Revelado na loucura do pintor Atentado ao pudor Escandalizado em sua beleza Acorrentado na pureza Penalizado por sua cor negra Dentre tantos outros corpos A imaginária de um crepúsculo A visão de um corpúsculo Subitamente violentado. Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli Maio de 2002 no dia 05 Itaquaquecetuba (sp)