CORAÇÃO DE PAPELO - KIKO: O GATO MEDROSO
Publicado em 20 de abril de 2010 por VALDESSARA CONSTANCIO
KIKO – o gato medroso
Da mesma maneira como eu sempre gostei de cães e de pássaros a minha irmã sempre gostou de gatos.
Houve uma época em que tivemos sete gatos
De todos os sete gatos, a mãe e os seis filhotes, havia um filhote que era especialmente engraçado. Seu nome era “Kiko”, porque a minha irmã adorava um programa da TV no qual havia um garoto com este nome.
Ele era bastante dócil e caseiro, era o único dos sete gatos que vivia em perfeita harmonia com os meus pássaros e cães
O Kiko tinha pelos longos, da cor cinza escuro, olhos bem verdes, rabo longo e empinado, andava sempre muito lentamente e parecia que estava sempre desfilando. Não comia carne e nem sobras de comida, gostava apenas de frutas e de ração. Ele era diferente de seus outros irmãozinhos que faziam arte pelo quintal o dia inteiro.
O Kiko gostava de ficar dentro de casa e sempre que possível ele estava dormindo em cima da televisão, que naquela época não era de plasma ou de LCD como as de hoje, os aparelhos televisores antigos eram grandes, tinham tubos na parte traseira que ficavam quentinhos quando a TV estava ligada, e o Kiko gostava daquela quentura para dormir.
Muitas vezes queríamos assistir TV e tínhamos que afastar o rabo dele que ficava pendurado na frente da tela atrapalhando a imagem.
Um belo dia o Kiko sumiu. Procuramos pela casa toda e ele não estava em nenhum lugar. Chamamos, chamamos e nada dele aparecer.
A minha irmã já ficou apavorada com medo que ele tivesse saído na rua, que alguém tivesse levado embora, que tivesse sido atropelado...
Resolvemos andar pelo quintal chamando por ele, foi então que ouvimos um miado que vinha do alto do pé de ameixa. Lá em cima estava o Kiko comendo ameixas maduras e docinhas.
A árvore nem era tão alta, pois os pés de ameixa são baixos e frondosos, mas o problema é que ele subiu e não sabia como descer
Minha irmã, que era bem magrinha, começou a subir, colocando um pé em um galho, depois outro pé noutro galho...e assim foi subindo aos poucos, até que conseguiu agarrá-lo e juntos desceram da árvore