TICO – o patinho feio

 

Eram seis ovos e a mãe pata estava no ninho chocando. Ela não saia do ninho nem para comer, colocávamos o milho e a água bem pertinho do ninho para ela poder comer.

Nada e ninguém podiam chegar perto que ela ficava brava e já queria avançar com medo de que seus ovos corressem algum tipo de perigo.

 

Nós contávamos os dias para que os ovos começassem a eclodir e então nascessem os nossos primeiros patinhos. Para eles tínhamos preparado um cercado de uns quinze metros quadrados, feito com telas bem fininhas nas laterais e também no teto para que ali ficassem protegidos contra qualquer animal externo como raposa, gavião, cachorro do mato que pudessem, porventura, ameaçá-los.

 

Dentro do cercado fizemos também um lago artificial, como se fosse uma piscina, para que a mãe pata e o pai pato pudessem nadar tranquilamente e ali ensinassem seus patinhos a nadar – antes de serem soltos para o lago grande juntamente com os demais patos. Passados trinta e dois dias os patinhos começaram a nascer quebrando seus ovinhos.

 

Nasceu o primeiro patinho bem amarelinho, depois o segundo, o terceiro, o quarto, o quinto e finalmente o sexto patinho que era meio acinzentado.

Cinco patos amarelos e apenas um cinza. Em pouco tempo os patinhos já andavam pelo cercado atrás da mãe pata e com ela aprendiam a nadar e a ensaiar alguns vôos.  Pois os patos são aves que andam, nadam e voam.

 

Havia, porém um patinho que era bem diferente de todos os outros. Era aquele patinho cinza, bem pequeninho, andava com dificuldade, tinha asas atrofiadas e quase não tinha penas, parecia que todos o deixavam de lado.

Ele não nadava, não batia asas. Tinha dificuldade para comer e parecia que não iria sobreviver. Demos a ele o nome de “Tico” porque ele era “pititico” – bem pequenininho.

 

Um dia, meu pai e o Gui estavam observando os patos e resolveram fazer uma casinha só para o Tico de modo que ele ficasse em observação, com água vitaminada, ração bem moída para ser fácil a ingestão e ao mesmo tempo protegido para que os irmãos patinhos não lhe arrancassem as poucas penas que tinha, pois os patos têm mania de ficar bicando uns aos outros. O caseiro foi instruído a tratá-lo de maneira diferenciada dando a ele mais ração até que ficasse mais forte.

 

Após dois meses de tratamento exclusivo o Tico tornou-se um pato mais forte até mudou a cor das penas.

Quando abrimos a sua casinha e o libertamos ele correu para o lago artificial e se atirou na água batendo as asas rapidamente e fazendo barulhos de alegria.