MARLEY – a labrador anã

 

Eu, a Rá e o Gui passeávamos de carro e vimos uma casa de venda de filhotes.

De longe avistamos um cercado com alguns cachorrinhos. Sem pensar muito paramos o carro e descemos para vê-los. Começamos a brincar com os cães e sentir o cheirinho deles.

 

Estava tudo muito sem comprometimento até que eu peguei um filhote de pelos macios e clarinhos, olhos esverdeados, meigos e dóceis. Senti sua maciez, seu jeitinho...voltamos para o carro: eu, a Rá, o Gui e a “Marley”

 

Ela era a partir daquele momento a minha labrador, pelo menos foi assim que me venderam. Dei a ela o nome de Marley por causa de um livro que contava a estória de um cão da raça labrador muito parecido com ela.

 

Ela tinha uns quarenta dias e cabia na minha mão.

Dormia embolada em meus cabelos, era a minha companhia dentro do carro e ia comigo a todos os lugares: banco, lojas, supermercado, shopping... perdi a conta de quantas broncas levei por causa disso, pois em muitos lugares é proibido a entrada ou permanência de animais.

 

Era impossível me separar dela, ela era tão pequenina que cabia dentro da minha bolsa e ali se aninhava. De vez em quando ela acordava e colocava sua carinha para fora da bolsa, fazendo com que todos que estivessem por perto ficassem curiosos e brincassem com ela.

 

O carro sempre foi seu lugar preferido para entrar, ver a paisagem, latir para tudo e para todos que passassem e depois dormir se equilibrando no tampão do porta-malas.

Ela foi crescendo e destruindo tudo por onde passava, comia sapatos, roupas, portas, móveis, até o pneu do carro ela conseguia morder. Com o passar do tempo, Marley se tornou um cão de guarda.

Hoje, ninguém mais consegue se aproximar de mim quando estamos juntas, pois ela logo avança e quer morder.

 

O fato interessante é que deve ter havido alguma falha na informação dada a mim pela vendedora de cães, pois a Marley tem a cara de labrador, os pelos de labrador, os olhos e a travessura de labrador, mas tem as pernas pequenas e curtas como de um cão da raça basset.

 

Isso a torna engraçada e intrigante, pois o seu porte não condiz com a sua altura e a sua braveza não condiz com o temperamento da raça e a faz ser diferente, pois é uma cadela anã que pensa ser um cão de guarda.