Coordenar e Transformar a Prática Pedagógica
Publicado em 19 de fevereiro de 2011 por Ertha Viana
1. INTRODUÇÃO
O papel da escola hoje é bem diferente do exercido anos atrás e, devido a essa mudança constante, as pessoas que trabalham diretamente com a educação devem estar alerta às modificações a fim de reciclar, além de si mesmos, o ambiente escolar.
Com o objetivo de resumir o texto COORDENADOR PEDGÓGICO: Traçando Caminhos para a sua Prática Educativa, este trabalho cita as principais características que um coordenador deve possuir a fim de que possa acompanhar o funcionamento e desempenho de toda unidade escolar, assim como as atitudes que o mesmo deve tomar para que este trabalho seja proveitoso e possa integrar a gestão escolar, professores, alunos e comunidade local oferecendo sugestões, levantando discussões, sugerindo mudanças e solucionando conflitos de forma profissional, sem deixar que o lado humano o guie por entre esses caminhos.
Com este resumo, esperamos contribuir para uma prática diária bastante eficaz, com base sólida nas necessidades de sua comunidade escolar, a fim de que a concretização do que é ser um coordenador ideal seja realmente concebida.
2. COORDENAR E TRANSFORMAR A PRÁTICA PEDAGÓGICA
O Coordenador Pedagógico, ao traçar caminhos para a sua prática educativa, deve ser conhecedor e aplicador de orientações e informações pertinentes à sua ação formadora, com a finalidade de estimular a renovação e melhorar o processo de ensino-aprendizagem. Para isso, ele deve, então, conhecer a legislação que ampara a área educacional nas esferas nacional, estadual e municipal.
O sistema educacional deve oferecer um ensino de qualidade, com foco em uma educação pluralizada, cidadã e democrática, cujo objetivo é interferir na dinâmica social e local, buscando ir muito além do quadro de amplas disparidades que atualmente a caracteriza.
Para tal fim, deve-se valorizar a cultura e o saber popular, e incluí-los no processo de ensino-aprendizagem, não só para que a aprendizagem seja auxiliada, mas que ela seja de fato uma integração entre aprendizes, corpo docente, gestor e comunidade local, tendo como principal alvo a democratização e modernização da gestão escolar, garantindo que esta contenha um caráter descentralizado e que todos participem desse processo.
Além disso, a estrutura do sistema educacional deve ser qualificada, reordenada e ampliada no que se refere à sua rede física municipal a fim de que seu acesso seja facilitado e democrático.
As diretrizes curriculares definem as bases para uma educação de qualidade e eficaz, e têm como base cinco eixos estruturantes: a Educação Inclusiva, a Educação Interétnica, a Educação Ambiental, Educação e Linguagem e a Educação Continuada. Esses eixos são baseados em um princípio que envolve ações junto à sociedade em geral, visando ao atendimento de todas as necessidades de nosso contexto social. Como exemplos desses princípios nós temos:
? a inclusão de portadores de deficiências, com o objetivo de compreender diferença e conviver com ela além das dependências da escola;
? a inclusão de todas as etnias a fim de que todos façam parte de uma sociedade igualitária, tendo como base a afirmação de que todos nós fazemos parte de uma única raça: a humana;
? a orientação ambiental, para que todos tenham conhecimento das reais necessidades de nosso planeta;
? a inclusão das artes em geral como conhecimento de mundo e não como instrumento de formação; e
? a formação de qualidade de todos os que estão envolvidos com a educação, assim como seu verdadeiro reconhecimento perante a sociedade.
Baseado nesses eixos, o sistema de educação foi implementado com mais 1 (um) ano em sua estrutura curricular, passando o ensino fundamental a ter 9 anos de duração. Esta mudança almeja elevar a escolaridade das crianças, inclusive das que não tiveram acesso à educação básica (que vai de 0 a 5 anos de idade), assim como possibilita a inclusão e a oferta de oportunidades iguais para todos. É justamente com o objetivo de construir uma sociedade democrática, pluralizada e alfabetizada que o sistema educacional também oferece a Educação para Jovens e Adultos ? EJA, que dá a estes a oportunidade de aprender sem considerar a idade ou o acesso à instrução formal anterior.
Independente da classe social, cor, habilidades físicas e/ou motoras, todos têm direito à educação e é devido a isso que a escola hoje deve trabalhar no sentido de formar cidadãos conscientes, capazes de compreender e criticar a realidade, buscando superar as desigualdades e respeitar o ser humano. O Coordenador Pedagógico deve atuar nesse contexto de forma participativa, vivenciando a realidade da escola e da sociedade, com o objetivo de conciliar sua atitude enquanto ser humano com as decisões tomadas enquanto participante da educação.
Para que o processo de aprendizagem dê bons resultados é necessário que o professor planeje suas aulas em equipe, para que esse planejamento seja aberto à discussão, sugestões e questionamentos a fim de que ele seja realmente eficaz no contexto em que será inserido.
Para que seja realmente eficaz, um bom planejamento parte de uma avaliação diagnóstica e, a partir desta, o professor propõe objetivos, antecede possíveis dificuldades e planeja maneiras diferentes de superá-las. Assim, o professor estabelece uma lógica de aprendizagem e prepara os alunos para futuras avaliações, assim como acompanha os resultados dos alunos sistematicamente e estabelece critérios e instrumentos de avaliação.
As avaliações devem ocorrer de maneira processual, com aspectos qualitativos e quantitativos, para que o professor avalie não somente o aluno, mas também seu próprio desempenho.
O coordenador pedagógico também deve elaborar um plano de trabalho que esteja aberto a discussões e mudanças que sejam adequadas ao contexto da escola. Com o objetivo de que este plano seja consistente e consciente, o coordenador deve aumentar seu contato com o corpo docente e com o corpo discente de sua escola a fim de que possa observar e discutir o andamento do planejamento anual e possa compará-lo às reais necessidades da aprendizagem.
O coordenador pedagógico deverá despertar nos professores o desejo de mudar posturas tradicionais, de aprofundar seus conhecimentos e de refletir novas alternativas para o encaminhamento de suas práticas, pois, assim como o professor, ele deve preocupar-se com o desempenho acadêmico dos alunos e desenvolver atividades que alcancem as necessidades dos que obtiveram um desempenho insuficiente.
Espera-se que, acima de tudo, o coordenador pedagógico conheça seu ambiente de trabalho e nele desenvolva novas estratégias de aprendizagem mostrando-se articulador, formador e completamente transformador, pois somente por meio da transformação é que a educação poderá ser repaginada e condizente com a realidade.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após apresentar algumas das características e habilidades de um coordenador pedagógico acreditamos que o contato direto com o corpo docente e discente da escola é uma das habilidades cruciais para o desempenho satisfatório de suas atividades, porém o texto a analisado não enfatiza de forma específica seu contato direto com a comunidade local, ou seja, com os pais do aluno, pois acreditamos que o bom desenvolvimento da educação na sala de aula depende, e muito, do que ocorre fora dela.
É claro que num contexto em que pais e mães trabalham, as crianças acabam passando muito mais tempo com estranhos, em casa ou em creches e nem sempre é possível dar a assistência desejada a elas, porém a escola deve solicitar constantemente a presença dos pais na escola, não somente em reuniões escolares, ou conselhos de classe, mas em dias não-comemorativos. A escola deve estar aberta para recebê-los e colocar em seu regimento a elaboração e promoção de programas que envolvam os pais de forma mais direta na educação de seus filhos.
Ao coordenador pedagógico muitas vezes cabe sanar conflitos que são oriundos das paredes externas da escola, mas que infelizmente vêm a prejudicar o processo de desenvolvimento da aprendizagem, sendo assim, nada melhor que um contato mais direto com os pais e membros da família, para que essa convivência seja harmoniosa em todos os âmbitos: no social, no escolar e no familiar. Sendo assim, o coordenador pedagógico é uma peça fundamental na elaboração e implementação da cultura de um futuro mais justo.
4. REFERÊNCIAS
Coordenador Pedagógico: Traçando caminhos para a sua prática educativa. Bahia: Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Salvador, 2008.
Epstein, Joyce L. et al. School, Family, and Community Partnerships: Your Handbook for Action, 2ª ed. s.l.: Corwin Press, 2007.
O papel da escola hoje é bem diferente do exercido anos atrás e, devido a essa mudança constante, as pessoas que trabalham diretamente com a educação devem estar alerta às modificações a fim de reciclar, além de si mesmos, o ambiente escolar.
Com o objetivo de resumir o texto COORDENADOR PEDGÓGICO: Traçando Caminhos para a sua Prática Educativa, este trabalho cita as principais características que um coordenador deve possuir a fim de que possa acompanhar o funcionamento e desempenho de toda unidade escolar, assim como as atitudes que o mesmo deve tomar para que este trabalho seja proveitoso e possa integrar a gestão escolar, professores, alunos e comunidade local oferecendo sugestões, levantando discussões, sugerindo mudanças e solucionando conflitos de forma profissional, sem deixar que o lado humano o guie por entre esses caminhos.
Com este resumo, esperamos contribuir para uma prática diária bastante eficaz, com base sólida nas necessidades de sua comunidade escolar, a fim de que a concretização do que é ser um coordenador ideal seja realmente concebida.
2. COORDENAR E TRANSFORMAR A PRÁTICA PEDAGÓGICA
O Coordenador Pedagógico, ao traçar caminhos para a sua prática educativa, deve ser conhecedor e aplicador de orientações e informações pertinentes à sua ação formadora, com a finalidade de estimular a renovação e melhorar o processo de ensino-aprendizagem. Para isso, ele deve, então, conhecer a legislação que ampara a área educacional nas esferas nacional, estadual e municipal.
O sistema educacional deve oferecer um ensino de qualidade, com foco em uma educação pluralizada, cidadã e democrática, cujo objetivo é interferir na dinâmica social e local, buscando ir muito além do quadro de amplas disparidades que atualmente a caracteriza.
Para tal fim, deve-se valorizar a cultura e o saber popular, e incluí-los no processo de ensino-aprendizagem, não só para que a aprendizagem seja auxiliada, mas que ela seja de fato uma integração entre aprendizes, corpo docente, gestor e comunidade local, tendo como principal alvo a democratização e modernização da gestão escolar, garantindo que esta contenha um caráter descentralizado e que todos participem desse processo.
Além disso, a estrutura do sistema educacional deve ser qualificada, reordenada e ampliada no que se refere à sua rede física municipal a fim de que seu acesso seja facilitado e democrático.
As diretrizes curriculares definem as bases para uma educação de qualidade e eficaz, e têm como base cinco eixos estruturantes: a Educação Inclusiva, a Educação Interétnica, a Educação Ambiental, Educação e Linguagem e a Educação Continuada. Esses eixos são baseados em um princípio que envolve ações junto à sociedade em geral, visando ao atendimento de todas as necessidades de nosso contexto social. Como exemplos desses princípios nós temos:
? a inclusão de portadores de deficiências, com o objetivo de compreender diferença e conviver com ela além das dependências da escola;
? a inclusão de todas as etnias a fim de que todos façam parte de uma sociedade igualitária, tendo como base a afirmação de que todos nós fazemos parte de uma única raça: a humana;
? a orientação ambiental, para que todos tenham conhecimento das reais necessidades de nosso planeta;
? a inclusão das artes em geral como conhecimento de mundo e não como instrumento de formação; e
? a formação de qualidade de todos os que estão envolvidos com a educação, assim como seu verdadeiro reconhecimento perante a sociedade.
Baseado nesses eixos, o sistema de educação foi implementado com mais 1 (um) ano em sua estrutura curricular, passando o ensino fundamental a ter 9 anos de duração. Esta mudança almeja elevar a escolaridade das crianças, inclusive das que não tiveram acesso à educação básica (que vai de 0 a 5 anos de idade), assim como possibilita a inclusão e a oferta de oportunidades iguais para todos. É justamente com o objetivo de construir uma sociedade democrática, pluralizada e alfabetizada que o sistema educacional também oferece a Educação para Jovens e Adultos ? EJA, que dá a estes a oportunidade de aprender sem considerar a idade ou o acesso à instrução formal anterior.
Independente da classe social, cor, habilidades físicas e/ou motoras, todos têm direito à educação e é devido a isso que a escola hoje deve trabalhar no sentido de formar cidadãos conscientes, capazes de compreender e criticar a realidade, buscando superar as desigualdades e respeitar o ser humano. O Coordenador Pedagógico deve atuar nesse contexto de forma participativa, vivenciando a realidade da escola e da sociedade, com o objetivo de conciliar sua atitude enquanto ser humano com as decisões tomadas enquanto participante da educação.
Para que o processo de aprendizagem dê bons resultados é necessário que o professor planeje suas aulas em equipe, para que esse planejamento seja aberto à discussão, sugestões e questionamentos a fim de que ele seja realmente eficaz no contexto em que será inserido.
Para que seja realmente eficaz, um bom planejamento parte de uma avaliação diagnóstica e, a partir desta, o professor propõe objetivos, antecede possíveis dificuldades e planeja maneiras diferentes de superá-las. Assim, o professor estabelece uma lógica de aprendizagem e prepara os alunos para futuras avaliações, assim como acompanha os resultados dos alunos sistematicamente e estabelece critérios e instrumentos de avaliação.
As avaliações devem ocorrer de maneira processual, com aspectos qualitativos e quantitativos, para que o professor avalie não somente o aluno, mas também seu próprio desempenho.
O coordenador pedagógico também deve elaborar um plano de trabalho que esteja aberto a discussões e mudanças que sejam adequadas ao contexto da escola. Com o objetivo de que este plano seja consistente e consciente, o coordenador deve aumentar seu contato com o corpo docente e com o corpo discente de sua escola a fim de que possa observar e discutir o andamento do planejamento anual e possa compará-lo às reais necessidades da aprendizagem.
O coordenador pedagógico deverá despertar nos professores o desejo de mudar posturas tradicionais, de aprofundar seus conhecimentos e de refletir novas alternativas para o encaminhamento de suas práticas, pois, assim como o professor, ele deve preocupar-se com o desempenho acadêmico dos alunos e desenvolver atividades que alcancem as necessidades dos que obtiveram um desempenho insuficiente.
Espera-se que, acima de tudo, o coordenador pedagógico conheça seu ambiente de trabalho e nele desenvolva novas estratégias de aprendizagem mostrando-se articulador, formador e completamente transformador, pois somente por meio da transformação é que a educação poderá ser repaginada e condizente com a realidade.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após apresentar algumas das características e habilidades de um coordenador pedagógico acreditamos que o contato direto com o corpo docente e discente da escola é uma das habilidades cruciais para o desempenho satisfatório de suas atividades, porém o texto a analisado não enfatiza de forma específica seu contato direto com a comunidade local, ou seja, com os pais do aluno, pois acreditamos que o bom desenvolvimento da educação na sala de aula depende, e muito, do que ocorre fora dela.
É claro que num contexto em que pais e mães trabalham, as crianças acabam passando muito mais tempo com estranhos, em casa ou em creches e nem sempre é possível dar a assistência desejada a elas, porém a escola deve solicitar constantemente a presença dos pais na escola, não somente em reuniões escolares, ou conselhos de classe, mas em dias não-comemorativos. A escola deve estar aberta para recebê-los e colocar em seu regimento a elaboração e promoção de programas que envolvam os pais de forma mais direta na educação de seus filhos.
Ao coordenador pedagógico muitas vezes cabe sanar conflitos que são oriundos das paredes externas da escola, mas que infelizmente vêm a prejudicar o processo de desenvolvimento da aprendizagem, sendo assim, nada melhor que um contato mais direto com os pais e membros da família, para que essa convivência seja harmoniosa em todos os âmbitos: no social, no escolar e no familiar. Sendo assim, o coordenador pedagógico é uma peça fundamental na elaboração e implementação da cultura de um futuro mais justo.
4. REFERÊNCIAS
Coordenador Pedagógico: Traçando caminhos para a sua prática educativa. Bahia: Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Salvador, 2008.
Epstein, Joyce L. et al. School, Family, and Community Partnerships: Your Handbook for Action, 2ª ed. s.l.: Corwin Press, 2007.