Convicções Politicas e Sociais de Alice Walker, Reveladas no Livro A Cor Púrpura, Através de Cartas.

 INTRODUÇÃO

O objetivo dessa pesquisa é interpretar os personagens, a linguagem utilizada e o gênero textual na obra, A Cor Púrpura, mostrando que por meio deles, Walker transmite todas as suas Convicções políticas e sociais. Para a fundamentação teórica o estudo se baseou nos autores COUTINHO (1976-1978) e MARCUSCHI (2002).

Os fragmentos encontrados na obra, que mostram vestígios de Alice Walker em seus personagens e a exposição dos contrapontos de seus personagens através do uso de suas linguagens demonstradas na utilização do gênero textual “cartas”, foram à base da sua obra e se enquadram na função social assumida por produções literárias que é descrita por COUTINHO (1978, p. 9-10) quando o autor afirma que:

a literatura, como toda arte, é uma transfiguração do real, é a realidade recriada através do espírito do artista e retransmitida através da língua para as formas, que são gêneros, e com os quais ela toma corpo e nova realidade. Passa, então, a viver outra vida, autônoma, independente do autor e da experiência de realidade de onde proveio. (COUTINHO 1978, p. 9-10).

Esta “transfiguração do real”, descrita por Coutinho, é facilmente visualizada nos seus personagens, na qual a autora os utilizava para representarem a realidade vivida por ela. E é importante analisar a obra “A cor Púrpura” para que seja feito um conhecimento profundo a mais sobre a autora, onde ela expõe seus ideais através desses seus personagens, fortemente em dois a três principais, mas sempre depositando seus princípios em todos no geral.

É uma obra fundamentalizada no gênero textual “cartas”. Gênero esse que se pode ser trabalhado em sala de aula, de uma forma animadora e cativante de atenção dos educandos, uma vez que essa obra traz uma realidade vivenciada por muitos negros dos interiores dos Estados Unidos naquela época, e principalmente em um contexto histórico da obra, relatos das repressões que eram vivenciadas pelas mulheres.

É de grande importância também resaltar a escrita trabalhada na obra uma vez que a autora faz o uso das duas formas de linguagem, em suas principais personagens. Tornando interessante a diferença entre a mulher alfabetizada e a semialfabetizada e as dificuldades encontradas por elas.

O trabalho apresenta a base do gênero carta utilizado na criação da obra; os vestígios da autora em seus personagens, que transmite seus objetivos e ideais de vida; e a linguagem utilizada na obra, a culta e a padrão.