1 INTRODUÇÃO O presente projeto de pesquisa foi crido a partir das inquietações referentes ao modelo de Educação oferecido nos dias atuais, em que tais inquietações, geraram a necessidade de refletir sobre as metodologias utilizadas no ambiente escolar e perceber, como estas metodologias interferem significativamente no processo de ensino e aprendizagem de cada educando. Para este momento de reflexão sobre a prática dos educadores, toda a pesquisa será desenvolvida, tendo por base o tema Contribuições da Teoria das Inteligências Múltiplas para a Prática Construtivista. Sendo o Construtivismo, uma teoria fiel a concepção interacionista, este, procura demonstrar o papel central do sujeito na produção do saber, tendo por base a epistemologia genética de Jean Piaget e, como mecanismo que viabilizará a reflexão da prática pedagógica, entra a teoria das Inteligências Múltiplas, de Howard Gardner, que dará subsídio a prática construtivista. Neste sentido, perceberemos quais são os conceitos de sujeitos construídos pelos educadores e instituições nas quais estes educadores desempenham suas funções pedagógicas. Como tem sido pensada a/as inteligência/inteligências de cada educando e o que tem sido feito, ou quais as articulações que tem sido desenvolvidas no sentido de validar este ser inteligente, ou melhor, múltiplo inteligente? O que se torna necessário ser feito pelos educadores e instituições de ensino, para que haja a promoção deste ser múltiplo inteligente? Pensando nesses fatores de grande relevância para o espaço de Educação, é que buscaremos enriquecer a prática docente, no sentido de dar-lhe novas ferramentas para o exercício de suas funções, tendo como principal meta atender as necessidades dos indivíduos que fazem parte deste processo. Válido lembrar que esta pesquisa não tem o caráter determinista; ou seja, não é algo pronto e acabado. Este será um dos passos que devem ser dados tanto por educadores e instituições, no sentido de contemplar, ou melhor, buscar atender as reais necessidades daquele que é o personagem primário deste processo de trocas, ensino e aprendizagem. Neste sentido, discutir sobre as contribuições da teoria das Inteligências Múltiplas para a prática Construtivista, será de suma importância para a área educacional, uma vez que o ato de educar vai além dos saberes mensuráveis, quantificáveis e muito além de estágios que levam em conta apenas o s pensamentos verbal e lógico matemático. 2 PROBLEMA Quais contribuições que as teorias das Inteligências Múltiplas trazem para a concepção de educação Construtivista? 3 HIPÓTESES ? Educadores que possuem a prática pedagógica interdisciplinar possibilitam o desenvolvimento das, ou surgimento de novas inteligências em seus educandos. ? Perceber os educandos como sendo sujeitos, indivíduos múltiplos inteligentes garante-lhe o aprendizado significativo e a validação deste ser que constrói seus conhecimentos. 4. OBJETIVOS 4.1 OBJETIVO GERAL Discutir as contribuições da Teoria das Inteligências Múltiplas para a prática Construtivista. 4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ? Analisar os métodos utilizados nos espaços escolares, para o desenvolvimento das Inteligências Múltiplas. ? Refletir sobre a prática pedagógica no ambiente construtivista tendo como referencial, a teoria das inteligências múltiplas. ? Compreender como a prática construtivista pode ser desenvolvida a partir das teorias das IMs. ? Reconhecer o ser humano como ser múltiplo inteligente e a partir dai, desenvolver e assumir uma prática pedagógica diferenciada, tendo por base o desenvolvimento pleno do ser construtor de seus saberes e dotado de ou capaz de desenvolver múltiplas inteligências. ? Desenvolver uma pratica pedagógica interdisciplinar, visando contemplar as especificidades de cada inteligência em particular e suas interdependências. 5 REFERENCIAL TEÓRICO No século XX, as autoridades francesas solicitaram a Alfredo Binet que criasse um instrumento através do qual se pudesse medir a capacidade intelectual dos moradores da França, com o objetivo primário de controlar a entrada destes nos Liceus parisienses. Este instrumento deu origem ao primeiro teste de inteligência (Q.I) e a partir daí, iniciava-se uma longa caminhada de marginalização dos sujeitos ditos não-inteligentes, promoção daqueles que eram percebidos como intelectuais e conceito deturpado do que vem a ser inteligência. Neste momento, todos os espaços de educação do mundo, começam a perceber a inteligência como algo inato, ou seja, ou nascia-se inteligente, ou nascia-se com a ausência da inteligência. Com as pesquisas desenvolvidas por vários estudiosos da educação e de outras áreas, tal como Jean Piaget (1896 ? 1980), psicólogo, biólogo e epistemologista suíço, essa concepção de inteligência passou a sofrer mudanças (embora Piaget tenha sido um dos adeptos do movimento de testagem da inteligência). A inteligência neste sentido deixava de ser algo mensurável e calculável e passa a ser percebida como um mecanismo de adaptação do organismo a uma situação nova e, como tal, implica a construção contínua de novas estruturas. Esta adaptação refere-se ao mundo exterior, como toda adaptação biológica. Desta forma, os indivíduos se desenvolvem intelectualmente a partir de exercícios e estímulos oferecidos pelo meio que os cercam. O que vale também dizer que a inteligência humana pode ser exercitada, buscando um aperfeiçoamento de potencialidades. Suas pesquisas fora fundamentadas a partir das seguintes perguntas: Como o ser humano constrói seu conhecimento? Como e por que os indivíduos se comportam de determinada forma, em determinada situação? Assim, surge a necessidade de mudar a forma de perceber o sujeito da aprendizagem. Passa-se a partir daí a olhar e investigar os comportamentos do indivíduo levando em conta os fatores que influenciam o desenvolvimento e os aspectos do desenvolvimento humano, surgindo com isso a teoria do desenvolvimento humano. Piaget veio a acreditar que o importante não é a precisão da resposta da criança, mas as linhas de raciocínio que a criança invoca: estas podem ser mais claramente observadas quando focalizamos as suposições e cadeias de raciocínio que geram conclusões errôneas. (GARDNER, 1994, p. 14) Para Piaget, o desenvolvimento humano se dá a partir do aparecimento de novas qualidades de pensamento, sendo este, organizado por meio dos estágios. São os estágios e cada esquema construído em cada um deles que viabilizam o desenvolvimento da inteligência. Sendo assim, o desenvolvimento puxa a aprendizagem. Para este teórico, a inteligência é construída a partir do conjunto de estímulos ambientais. A estes estudos piagetianos dá-se o nome de Teoria Construtivista. Na concepção construtivista, o educador tem um olhar específico para o educando, percebendo-o como sujeito de sua própria aprendizagem, o que equivale a dizer que ele atua de modo inteligente em busca da compreensão do mundo que o rodeia (ROSA, 2002, P. 48). O construtivismo abre um leque de oportunidades para a Educação, no sentido de possibilitar ao educador e a instituição de ensino o momento de construção do conhecimento do educando, onde este é o principal protagonista neste processo. O professor não deixa de ser importante neste sentido. Ao contrário do que se pensa, o educador passa a ser um provocador, aquele que possibilitará os conflitos cognitivos e que criará estratégias para que estes conflitos transformem-se em conhecimento, ou seja, inteligência. Após as pesquisas de Piaget, surge entre tantos pesquisadores Howard Gardner (1985), norte americano, psicólogo cognitivista e educacional, educador, professor da Universidade de Harvard e conhecido em especial por sua teoria das Inteligências Múltiplas, o qual postula que a nossa cultura define a inteligência de forma muito limitada e por meio de seus estudos propôs inicialmente sete inteligências humanas básicas. Gardner distingue-se de Jean Piaget, na medida em que Piaget acreditava que todos os aspectos da simbolização partem de uma mesma função semiótica, enquanto que ele acredita que processos psicológicos independentes são empregados quando o indivíduo lida com símbolos lingüisticos, numéricos gestuais ou outros. Segundo Gardner uma criança pode ter um desempenho precoce em uma área (o que Piaget chamaria de pensamento formal) e estar na média ou mesmo abaixo da média em outra (o equivalente, por exemplo, ao estágio sensório-motor). Gardner descreve o desenvolvimento cognitivo como uma capacidade cada vez maior de entender e expressar significado em vários sistemas simbólicos utilizados num contexto cultural, e sugere que não há uma ligação necessária entre a capacidade ou estágio de desenvolvimento em uma área de desempenho e capacidades ou estágios em outras áreas ou domínios. Segundo GARDNER (1994, p. 16), as etapas necessárias para adquirir outras competências ignoradas na ênfase monolítica de Jean Piaget. Assim, a maioria das tarefas que se alegou que compreendiam as operações concretas podem ser resolvidas por crianças nos anos pré-operacionais, uma vez que várias adaptações foram introduzidas no pardigma experimental. Por exemplo, há agora evidências de que as crianças podem conservar números, classificar consistentemente e abandonar o egocentrismo desde os três anos de idade ? achados de modo algum previstos (ou até mesmo permitido) pela teoria de Jean Piaget. (HOWARD, 1994, p. 16) As contribuições da teoria de Gardner para a educação são claras quando se analisa a importância dada às diversas formas de pensamento, aos estágios de desenvolvimento das várias inteligências e à relação existente entre estes estágios, a aquisição de conhecimento e a cultura. Para ele, o ser humano não tem uma inteligência limitada e fadada ao determinismo. Traz uma concepção de sujeito como ser que sofre interferencias do aparato biológico, do meio como um todo, de sua cultura, das relações estabelecidas socialmente e consigo mesmo. A teoria de Gardner apresenta alternativas para algumas práticas educacionais atuais, oferecendo uma base para: o desenvolvimento de avaliações que sejam adequadas às diversas habilidades humanas, uma educação centrada na criança com currículos específicos para cada área do sabeer, um ambiente educacional mais amplo e variado, e que dependa menos do desenvolvimento exclusivo da linguagem e da lógica (GAMA, 1998). De acordo com ARMSTRONG (2001, P. 22), a teoria das IM, não é uma "teoria de tipos", para deteminar qual inteligencia se ajusta. Ela é uma teoria de funcinamento cognitivo e propõe que cada pessoa tem capacidaades em todas as inteligências. Elas funcionam juntas e de forma única para cada pessoa, sendo que umas possuiram maior habilidade em determinada inteligencia, o que não a impossibiilita de ter as demais. Nesta perspectiva, cabe ao professor, traçar estratégias para que haja o desenvolvimento das inteligências e uma das estratégias seria a prática pedagógica interdiscipliar.Temos então a interdisciplinaridade como um campo aberto para que de uma prática fragmentada por especialidades possamos estabelecer novas competências e habilidades através de um postura pautada em uma visão holistica do conhecimento e uma porta aberta para os processos de desenvolvimento das múltiplas inteligências. Em um espaço escolar em que a prática educativa seja construtivista, a teoria das IM entra com contribuições riquíssimas, por possibilitar a construção da autonomia, da autoimagem e do autoconceito por parte de cada sujeito. Caberá ao professor deste espaço, criar situações que favoreçam o desenvolvimento destas inteligências, de forma sistematizada e com a participação direta de cada educando. Os professores ...precisam funcionar como "detetives de funcionalidades da IM" nas vidas dos alunos que enfrentam dificuldades na escola. Este tipo de defesa pode mostrar o caminho para encontrarmos soluções positivas para suas necessidades especiais (ARMSTRONG, 2001, p. 138). Para Gardner, a escola tem como funções essenciais: modelar papéis sociais e tarnsmitir valores, sendo que, a missão da educação deve continuar a ser uma confrontação com a verdade, a beleza e a bondade, sem negar as facetas problemáticas dessas categorias ou as diacordâncias entre diferentes culturas (GARDNER apud NOVA ESCOLA, jul. 2008, p. 129). Essa proposta visa contemplar o diferente. Sendo assim, essas contribições das IM para a prática construtivista propõe mudanças curriculares, no sentido de perceber o sujeito, suas necessidades, habilidades, o meio social e cultural no qual este sujeito está inserido, rever os conteúdos a serem trabalhados de forma que estes possam dialogar diretamente com as inteligências apresentadas por Gardner e não deixando de direcionar olhares para o processo avaliativo. Faz-se necessário lembrar que Gardner, em seu livro Estruturas da Mente, assim como pontuou contudentes críticas em relação a algumas concepções piagetianas, este também deixa claro quais as grandes contribuições daesta mesma concepção para a psicologia cognitivista e para a educação. Segundo ARMSTRONG (2001, p. 126), a teoria das IM expande consideravelmente a área de avaliação, que passa a incluir uma ampla variedade de contextos possíveis em que o aluno pode expressar competências em uma área específica. Como instrumento avaliativo nesta proposta, Amstrong sugere o uso do Portfólio, onde serão documentados e acompanhados os processos de desenvolvimento das inteligencias durante o processo. Levando em conta todas as propostas apresentadas pela teoria das Inteligências Múltiplas, é necessário que professores, instituições de Educação, alunos e todos aqueles que fazem parte deste processo estejam abertos às mudanças. O trabalho pedagógico fundamentado nas teorias Construtivistas e IM devem ser flexíveis para que as mudanças possam ocorrer por meio de um espaço de diálogo e liberdade. Isso, segundo ROSA (2002, p. 51) não quer dizer que o trabalho será desenvolvido sem que haja limites, sem direção. O fato de se conceber o tarbalho com essas duas teorias como algo impossível de ser realizado, deve-se a deturpação por parte da maioria dos educadores e instituição, a cerca do que vem a ser trabalhar com liberdade. Trabalhar com liberdade, neste sentido, não invalida autoridade e autonomi do professor de organizar e administrar o tempo, o espaço e as condições em que deve ocorrer a aprendizagem. 6 METODOLOGIA Esta pesquisa será desenvolvida através de revisões bibliográficas, observações, pesquisas de campo e de levantamento e entrevistas. REFERÊNCIAS ARMSTRONG, Thmas. Inteliências Múltiplas na sala de aula.2ª. ed. Porto Alegre: Atmed Editora, 2001. BOCK, Ana Mercês Bahia; FURTADO, Odair, TEIXEIRA, Maria de Lourdes Trassi. Psicologia: uma introdução ao estudo de Psicologia. 13ª. ed. Reformulada e amplada, 1999, 3ª tiragem, Ed. Saraiva, 2001. GARDNER, Howard. Estruturas da Mente: A teoria das Inteligências Múltiplas. Tradução: Sandra Costa ? Porto Alegre. Artmed, 1994. GARDNER, Howard. KORNHABER, Mindy L.; WAKER, Warren K.: Inteligências: Múltiplas perspectivas. Trad. Maria Adriana Veríssimo. Porto Alegre: Artmed, 1998. GARDNER, Howard. Inteligência: um conceito reformulado. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. GARDNER, Howard. Mentes que mudam: a arte e a ciência de mudar as nossas ideias e a dos outros. Trad. Maria Adriana Veréssimo Verone. Porto Alegre: Artmed/Bookman, 2005. GAMA, MARIA CLARA S. SALGADO. Teoria das Inteligências Múltiplas e suas impliações para a Educação. Associação de Pais de Crianças Superdotadas de Pernambuco, 1998. Disponível em :