Bruna Ribeiro

Emanueli Cristiane Silva

Fernanda Nogueira de Almeida

Franciele Cristina Cassimiro

CONTRIBUIÇÕES DAS DIVERSAS ÁREAS DO CONHECIMENTO PARA A FORMAÇÃO E ATUAÇÃO DO PROFISSIONAL DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

Trabalho interdisciplinar apresentado às disciplinas: Contabilidade de Custos, Cultura Religiosa, Planejamento Fiscal e Tributário, Projeto de Estágio Supervisionado, Sistemas Contábeis e Teoria Avançada da Contabilidade do 5º Período do Curso de Ciências Contábeis Noite do Instituto de Ciências Econômicas e Gerenciais da PUC Minas BH.

Professores: José Ronaldo da Silva

Anete Roese

Rubens de Oliveira Gomes

Fátima Maria Penido Drumond

Ericson

Heloísa Helena

Belo Horizonte

Maio 2011 2

CONTRIBUIÇÕES DAS DIVERSAS ÁREAS DO CONHECIMENTO PARA A FORMAÇÃO E ATUAÇÃO DO PROFISSIONAL DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

RESUMO

Este é um trabalho interdisciplinar que se apresenta na forma de artigo e tem como tema as "Contribuições das diversas áreas do conhecimento para a formação e atuação do profissional de ciências contábeis".

O presente artigo faz uma análise das diversas áreas da contabilidade, como é a atuação do contador e como o conteúdo passado em sala de aula é de extrema valia no cotidiano deste profissional. Foram realizadas pesquisas conceituais em livros e sites institucionais e especializados com a finalidade de aprimorar conhecimentos sobre o tema abordado e aplicá-los no desenvolvimento do trabalho.

PALAVRAS-CHAVE

Demonstração do Valor Adicionado. Sistemas de Informações Contábeis. Religião. Profissional Contábil. Áreas de Atuação.

1 INTRODUÇÃO

O artigo tem como tema as "Contribuições das diversas áreas do conhecimento para a formação e atuação do profissional de ciências contábeis" e como objetivo relacionar as disciplinas apresentadas até o 5º período com as possíveis áreas de atuação do contador.

Através deste trabalho percebe-se que um bom profissional deve buscar sempre agregar um pouco de conhecimento de outras áreas, desta forma estará apto às exigências do mercado de trabalho. 3

2 DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO NATURA COSMÉTICOS S.A.

A Demonstração do Valor Adicionado (DVA) é obrigatória para as sociedades anônimas de capital aberto, sendo que a sua elaboração e divulgação são orientadas pelo Pronunciamento Técnico CPC 09 do Comitê de Pronunciamentos Contábeis. O principal objetivo da Demonstração do Valor Adicionado (DVA) é fornecer informações sobre toda a riqueza gerada pela sociedade empresária em um determinado período. A DVA pode ser caracterizada como a representação da contribuição de cada entidade para a formação do Produto Interno Bruto (PIB), embora o cálculo do valor adicionado para a DVA seja baseado no regime de competência e o cálculo do PIB seja baseado no regime de caixa, o que gera uma diferença temporal entre os dois cálculos. (IUDÍCIBUS, 2010, p. 583-584).

Segundo o CPC 09 (2008, p. 4), a Demonstração do Valor Adicionado é dividida em duas partes: inicialmente, são evidenciadas as riquezas produzidas pela entidade, e posteriormente é evidenciada a distribuição destas riquezas entre aqueles que contribuíram para a sua formação. A primeira parte é constituída de quatro grandes contas, que são:

1 – Receitas: são os valores recebidos correspondentes a vendas de mercadorias, serviços ou produtos e outros tipos de receitas. Estes valores estão discriminados entre quatro subcontas: 1.1 Vendas de mercadorias, produtos e serviços, que em 2011 correspondeu ao valor consolidado de R$7.524.250; 1.2 Outras receitas, que na DVA da Natura Cosméticos S.A. é apresentada como "Outras receitas (despesas) operacionais, líquidas", no valor de R$63.078; 1.3 Receitas relativas à construção de ativos próprios, não apresentada na DVA da Natura Cosméticos S.A.; e 1.4 Perdas estimadas em créditos de liquidação duvidosa, que na DVA da Natura Cosméticos S.A. corresponde à conta "Constituição de provisão para créditos de liquidação duvidosa", no valor consolidado de R$88.278. 4

2 – Insumos adquiridos de terceiros: são os valores referentes à compra de matéria-prima e insumos utilizados na produção ou pagamentos a terceiros pela prestação de serviços, também incluindo valores relativos à perdas reconhecidas no resultado do exercício. Possui três subcontas: 2.1 Custos dos produtos, das mercadorias e dos serviços vendidos, no montante consolidado de R$2.624.578; 2.2 Materiais, energia, serviços de terceiros e outros, no montante consolidado de R$1.738.260; e 2.3 Perda/recuperação de valores ativos, não apresentada na DVA da Natura Cosméticos S.A.

3 – Retenções: valor relativo às despesas e custos com depreciação, amortização e exaustão do período, que em 2011 corresponde ao valor consolidado de R$109.921.

4 – Valor adicionado em transferência: valor relativo à riqueza produzida por terceiros e recebida em transferência, discriminado entre duas subcontas: 4.1 Resultado de equivalência patrimonial, que em 2011 é apresentada com saldo zero na DVA da Natura Cosméticos S.A.; e 4.2 Receitas financeiras, com valor consolidado de R$122.698.

Dadas estas contas, podem ser calculados: o Valor Adicionado Bruto produzido pela entidade, que é a soma do valor das receitas (conta 1) e do valor dos insumos adquiridos de terceiros (conta 2); o Valor Adicionado Líquido produzido pela entidade, que é a soma do Valor Adicionado Bruto com o valor das retenções (conta 3); e o Valor Adicionado Total a Distribuir, que é a soma do Valor Adicionado Líquido com o valor adicionado em transferência (conta 4). Em 2011, a Natura Cosméticos S.A. teve Valor Adicionado Bruto consolidado de R$3.136.212, Valor Adicionado Líquido consolidado de R$3.026.291, e o Valor Adicionado Total a Distribuir consolidado de R$3.148.989.

A segunda parte da DVA é a Distribuição do Valor Adicionado. A distribuição das riquezas ocorrerá entre quatro entes que contribuíram para a sua formação, sendo estes: 5

5.1 – Pessoal: valor que corresponde aos salários, encargos e demais remunerações aos empregados (IUDÍCIBUS, 2010, p. 587). Em 2011, é apresentada na DVA da Natura Cosméticos S.A. no valor consolidado de R$634.261, representando 20,14% do Valor Adicionado Total a Distribuir.

5.2 – Impostos, taxas e contribuições: corresponde à parcela da riqueza repassada aos entes da administração pública por meio do pagamento de tributos (IUDÍCIBUS, 2010, p. 587). Em 2011, é apresentada no valor consolidado de R$1.472.345, não sendo discriminados os valores para cada ente estatal. Este valor corresponde a 46,76% do Valor Adicionado Total a Distribuir. Cabe ressaltar que valor relativo aos impostos, taxas e contribuições possuem grande relevância no valor adicionado da empresa, tendo em vista que chega a representar aproximadamente metade de todo o valor adicionado distribuído pela Natura Cosméticos S.A.. Tal fato ocorre devido à alta carga tributária a que estão submetidas as sociedades empresárias no Brasil.

Em informação suplementar apresentada junto à DVA, é ressaltado que do montante de R$1.472.345 referente à rubrica "Impostos, taxas e contribuições" em 2011, R$442.063 correspondem ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (Substituição Tributária), que incide sobre a margem de lucro presumida, obtida nas vendas realizadas pelos(as) Consultores(as) Natura para o consumidor final. Desta forma, o valor referente ao ICMS – ST corresponde a 30,02% do total de "Impostos, taxas e contribuições" e a 14,04% do Valor Adicionado Total a Distribuir.

5.3 – Remuneração de capitais de terceiros: valor referente à parcela da riqueza repassada aos financiadores externos desta riqueza . Em 2011, na DVA da Natura Cosméticos S.A., esta conta corresponde a "Despesas financeiras e aluguéis" no valor de R$211.483, que representa 6,72% do Valor Adicionado Total a Distribuir. 6

5.4 – Remuneração de capitais próprios: valor referente à parcela da riqueza repassada aos financiadores internos desta riqueza, que são os acionistas e sócios. Possui quatro subcontas: 5.4.1 Juros sobre o capital próprio, que em 2011 totaliza o valor consolidado de R$61.130, que representa 1,94% do Valor Adicionado Total a Distribuir; 5.4.2 Dividendos, que em 2011 totaliza o valor consolidado de R$762.563, que corresponde a 24,22% do Valor Adicionado Total a Distribuir; 5.4.3 Lucros retidos e prejuízos do exercício, que em 2011 totaliza o valor consolidado de R$7.207, correspondendo a 0,23% do Valor Adicionado Total a Distribuir; e 5.4.4 Participação dos não controladores nos lucros retidos, não apresentada na DVA da Natura Cosméticos S.A. em 2011.

Comparando os anos de 2010 e 2011 apresentados na DVA, a Natura Cosméticos S.A. apresentou crescimento de 9,47% em suas Receitas, sendo que a evolução do mercado de produtos de higiene, perfumaria e cosméticos contribuiu para este crescimento. Em contrapartida, houve um aumento de 17,68% nos Insumos Adquiridos de Terceiros, fazendo com que o Valor Adicionado Total a Distribuir apresentasse crescimento de apenas 1,33%.

3 SISTEMAS DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS

3.1 A disciplina Sistemas Contábeis na formação e atuação do profissional contábil

É imprescindível que os contadores conheçam e dominem os impactos dos avanços tecnológicos sobre a informação, incorporando-as não apenas nos procedimentos contábeis básicos, mas também em situações que exijam uma análise contábil mais apurada.

Com a disseminação da informática no meio contábil a área de atuação do contador tornou se muito mais ampla. Para o contador ser um profissional completo e bem sucedido, este deve conhecer e saber interpretar a legislação, principalmente 7

a tributária, a societária e a trabalhista, ser organizado, ter senso crítico, visão gerencial e domínio da informática.

Com uso das novas tecnologias, além de gerar informações, o contador é responsável pela sua gestão, análise e interpretação, devendo estar sempre apto a dar explicações sobre os relatórios gerados pelos sistemas informatizados, pois os softwares apenas processam os dados, cabe ao contador a responsabilidade sobre as informações apresentadas. Com isso a profissão contábil passa a ser mais valorizada, pois o contador passa a ser visto dentro das empresas como um gerenciador de informações.

3.2 Softwares ERP´s no controle dos sistemas de informações contábeis

Os softwares ERP´s atendem aos controles dos sistemas de informações contábeis primeiramente pelo fato da integração funcional de diversos departamentos de uma empresa, possibilitando a automação, otimização do tempo e o armazenamento de todas as informações de negócios, ou seja, integração de sistemas de finanças, contabilidade, recursos humanos, fabricação, marketing, vendas, compras e outras áreas.

A ERP proporciona à organização uma maior confiabilidade dos dados, monitorados em tempo real, e a redução do retrabalho. Através do comprometimento dos funcionários, responsáveis por atualizar o sistema com dados que alimentam toda a cadeia de módulos do ERP, faz com que a empresa possa interagir entre as áreas.

Ao desfazer a complexidade do acompanhamento manual, a empresa tem mais subsídios para se planejar, diminuir gastos e repensar a cadeia de produção em muito menos tempo do que seria possível sem a presença do sistema. É possível diagnosticar identificando as áreas mais e menos eficientes e 8

focar em processos que possam ter o desempenho melhorado com a ajuda do conjunto de sistemas.

3.3 Os princípios da contabilidade com o suporte dos softwares

O uso de softwares está revolucionando as organizações de forma satisfatória, possibilitando ao profissional contábil maiores e melhores condições de trabalho. Hoje a informação contábil necessita ser hábil e oportuna para desempenhar seu papel como instrumento de apoio gerencial e para controle de empresas em todos os ramos de atuação, atendendo os aspectos, legal, fiscal, comportamental, econômico ou estrutural.

Além disto, é importante que o software de Contabilidade ofereça funções importantes que atendem os princípios fundamentais da contabilidade (Entidade, Continuidade, Oportunidade, Registro pelo Valor Original, Competência e Prudência) que se destacam:

 Relatórios e análises gerenciais, que permitem uma visão integrada das atividades financeiras e auxilia no acompanhamento das normas de conformidade legais;

 Automação com o lançamento de informações contábeis integradas à outras informações através de processos automáticos;

 Personalização, que o software tenha facilidade para incorporar práticas particulares das empresas;

 O software deve ter a capacidade de operar com outros softwares de forma fácil, segura e confiável;

 Segurança, se os dados são perdidos ou adulterados a empresa perde dinheiro, reputação e negócios.

O software deve ser capaz de gerenciar de modo seguro os acessos aos dados e não permitir atualizações de dados não autorizados. A correta seleção de um software de contabilidade garante o controle eficiente do negócio da empresa, garantindo o crescimento da organização sem impacto e custos adicionais. 9

3.4 Os Sistemas de Informações Contábeis no controle dos tributos, no registro patrimonial e na elaboração das demonstrações contábeis

Mesmo que uma entidade tenha um sistema único de informação contábil, de um modo geral, está sempre dividida em duas grandes áreas: a) a área societária e fiscal, que denominamos de escrituração, e, b) a área gerencial, que trata de planejamento e controle.

Dentro da parte considerada legal está o gerenciamento da empresa, que, mesmo tendo conotação gerencial, são análises de elaboração constante, como análises de balanço e de caixa, e gestão dos impostos. Não é necessário que as duas áreas sejam operacionalizadas de forma diferente ou por setores diferentes. Todo o sistema de informação contábil deve ser operacionalizado como um todo, sem dar maior ou menor importância à determinada área. A escrituração dos lançamentos é tão importante quanto à análise de custo, ou projeção de resultados.

3.5 O controle dos profissionais e das organizações sobre os sistemas contábeis

Os sistemas de informações contábeis constituem-se num conjunto de elementos em ativa e organizada interação, que tem a função de mensurar, reportar e analisar informações sobre os eventos econômicos das organizações. 10

Na vida da empresa existe um grupo de pessoas bem como outras empresas que interagem diretamente com ela, no sentido de terem objetivos da empresa refletidos nas suas necessidades, já que, de certa forma, contribuem para que a organização possa alcançá-los. A este grupo dá-se o nome de stakeholders, e fazem parte os funcionários das organizações, os clientes, donos e acionistas. As contribuições e exigências dos stakeholders irão definir o ambiente e as restrições gerais para que a organização possa operacionalizar da melhor forma.

Portanto, a abrangência de um sistema de informações contábeis em uma organização não deve ser limitado ao âmbito da Contabilidade, mas sim compor em um sistema de informações que permitam tomadas de decisão seguras sobre a organização e o alcance de seus objetivos.

4 VALORES RELIGIOSOS E ESPIRITUAIS E A PROFISSÃO CONTABIL

Segundo Boff (2006) mundialmente há uma demanda por valores não materiais, por uma redefinição do ser humano como um ser que busca um sentido plenificador, que está à procura de valores que inspirem profundamente sua vida. Para entender como o ser humano pode alcançar esse objetivo é preciso entender o que é religião e espiritualidade.

Para Boff (2006) a religião está relacionada com a crença no direito à salvação pregada por qualquer tradição de fé que tem como um dos principais aspectos a aceitação de alguma forma de realidade sobrenatural, incluindo possivelmente uma ideia de paraíso, associados a ensinamentos ou dogmas religiosos, rituais, orações e assim por diante.

Considero que

 

espiritualidade esteja relacionada com aquelas qualidades do espírito humano – tais como amor e compaixão, paciência e tolerância, capacidade de perdoar, contentamento, noção de responsabilidade, noção de harmonia – que trazem felicidade tanto para a própria pessoa quanto para os outros. Boff (2006). 11

Assim, o homem busca sentido e valores para se sentir bem espiritualmente, valores que também são encontrados nos ensinamentos religiosos.

Valores como: Honestidade, Respeito, Justiça, Verdade, Solidariedade, Afetividade, Compreensão, Otimismo, Prudência, Humildade e Responsabilidade são fontes de equilíbrio físico e espiritual, formam qualidades pessoais que baseiam boas relações humanas, necessários também assim ao cotidiano profissional.

A profissão, em seu sentido geral, como exercício habitual de uma tarefa, a serviço de outras pessoas, insere-se na sociedade como uma atividade específica, trazendo benefícios recíprocos a quem recebe o fruto do trabalho, também exige, nessas relações, a preservação de uma conduta condizente com princípios específicos e valores. Com relação a princípios específicos as classes profissionais possuem códigos de ética, a profissão contábil tem a Resolução CFC nº 803/96 que aprova o Código de Ética Profissional do Contador – CEPC tem por objetivo fixar a forma pela qual se devem conduzir os profissionais da Contabilidade, quando no exercício profissional e nos assuntos relacionados à profissão e à classe.

Neste documento são encontrados alguns dos valores já citados anteriormente, o que reforça a importância destes.

São deveres do Profissional da Contabilidade: I – exercer a profissão com zelo, diligência, honestidade e capacidade técnica, observada toda a legislação vigente, em especial aos Princípios de Contabilidade e as Normas Brasileiras de Contabilidade, e resguardados os interesses de seus clientes e/ou empregadores, sem prejuízo da dignidade e independência profissionais. (Conselho Federal de Contabilidade, 1996.).

Segundo a Resolução CFC nº 803/96, a conduta do profissional da contabilidade com relação aos colegas deve ser pautada nos princípios de consideração, respeito, apreço e 12

solidariedade, em consonância com os postulados de harmonia da classe.

O profissional das ciências contábeis pode encontrar equilíbrio físico e emocional no exercício da sua profissão com a prática de valores sólidos.

5 PROJETO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO

O profissional contábil tem diversas opções de áreas de atuação podendo optar por trabalhar em:

 Empresa: Planejador Tributário; Analista Financeiro; Contador geral; Auditor Interno; Contador de Custos; Contador Gerencial; Atuário.

 Instituições de Ensino: Professor; Pesquisador; Escritor; Conferencista.

 Como Autônomo: Auditor Independente; Consultor; Empresário Contábil; Perito Contábil; Investigador de Fraudes.

 Órgão Público: Contador Público; Agente ou Auditor Fiscal; Tribunal de Contas; Oficial Contador; entre outros.

Áreas estas constantes na Resolução 560/83, que dispõe sobre das atribuições dos contabilistas. Como especificado em um de seus artigos:

Art. 2º O contabilista pode exercer as suas atividades na condição de profissional liberal ou autônomo, de empregado regido pela CLT, de servidor público, de militar, de sócio de qualquer tipo de sociedade, de diretor ou de conselheiro de quaisquer entidades, ou, em qualquer outra situação jurídica definida pela legislação, exercendo qualquer tipo de função. Essas funções poderão ser as de analista, assessor, assistente, auditor, interno e externo, conselheiro, consultor, controlador de arrecadação,

 

controller, educador, escritor ou articulista técnico, escriturador contábil ou fiscal, executor subordinado, fiscal de tributos, legislador, organizador, perito, pesquisador, planejador, professor ou conferencista, redator, revisor.

6 A COMPREENSÃO DA SOCIEDADE EMPRESÁRIA NO CONTEXTO DAS DISCIPLINAS DO 5º PERÍODO

13

A integração das disciplinas do 5º período para o entendimento da sociedade empresária e da contabilidade é fundamental, mas antes é necessário saber qual é o objetivo da contabilidade, sua utilização, quem a utiliza, e como são apresentadas as informações.

A contabilidade é um campo de conhecimento essencial para a formação dos agentes decisórios, ela objetiva produzir informações básicas e padronizadas que flexivelmente possam ser utilizadas por seus variados usuários, que mesmo tendo ênfases diferentes possam extrair as informações de que necessitam.

Os usuários, administradores, investidores, auditores e o governo não são agentes passivos que apenas recebem e utilizam as informações, eles exercem influência significativa na determinação das escolhas da contabilidade. O usuário analisa o desempenho da entidade através da comparação com o que ocorreu em eventos passados na própria entidade ou com o desempenho de outras entidades. Para que o usuário faça essa análise é necessário que haja um padrão de apresentação das demonstrações pelas entidades.

A padronização contábil está relacionada com a harmonização. Entretanto, o termo harmonização geralmente é utilizado quando se pretende discutir a adequação de normas de diferentes países, de modo a possibilitar uma comparação. Já a padronização se prende à questão geográfica, podendo ocorrer dentro de um país ou entre diferentes países. Em outras palavras, o termo padronização adquire um caráter mais amplo do que a harmonização, ou convergência, pelo CPC. Por outro lado, a padronização possui uma conotação mais impositiva do que a harmonização. (Niyama e Silva, 2011).

A Evidenciação é toda informação divulgada pela entidade que auxilie a conhecer mais profundamente a situação econômica, financeira e até social da empresa. Essas informações fazem parte de relatórios que trazem revelações que dificilmente seriam percebidas se somente analisados os principais demonstrativos como o balanço, a demonstração de resultado ou o fluxo de caixa. 14

Entendendo os fundamentos teóricos em Teoria Avançada da Contabilidade adquirimos embasamento para a compreensão dos diversos campos da contabilidade, nas disciplinas Contabilidade de Custos e Planejamento Fiscal e Tributário o objetivo é a eficiência na utilização dos recursos de forma gerencia e aplicada. Matemática Financeira, Sistemas Contábeis I e Projeto de Estágio Supervisionado enfocam a prática sendo ferramentas importantes para aplicação das demais disciplinas, e em Cultura Religiosa I é abordada a importância dos valores religiosos e espirituais na formação pessoal e profissional. Esta integração proporciona uma percepção ampla e consistente da contabilidade e das entidades.

Segundo o Portal da Economia, a riqueza de um país não está na quantidade de recursos minerais existentes em seu subsolo, mas sim na capacidade que o país tem de gerar continuamente um volume de produção, um fluxo de produção implica na geração de um fluxo de renda correspondente, isto significa que à medida que se aumenta o nível de produção através da ampliação da capacidade produtiva da economia como novas indústrias, aumenta-se também o nível de renda da economia. Assim, conclui-se que o centro gerador de riqueza de um país são as empresas. A geração de riqueza depende da renda da economia e da capacidade produtiva, as empresas são os agentes desse processo.

As disciplinas do 5º período, vistas de forma integrada, são determinantes para o entendimento deste conceito sobre as entidades.

7 AS ÁREAS DE ATUAÇÃO DO PROFISSIONAL CONTÁBIL

O contador é o profissional que lida na área financeira, econômica e patrimonial. O mercado de trabalho é amplo e atrativo, podendo o contador atuar em varias áreas e especialidades, como:

 Empregado de pessoa Jurídica: trabalhando no departamento fiscal, pessoal ou de escrituração contábil.

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Auditor: interno, externo e independente: o profissional poderá auditar e emitir parecer de entidades como:

 

Companhias que tenham suas ações negociadas na bolsa. Conhecimento obtido através de estudo das matérias de macroeconomia e microeconomia.

 

Instituições Financeiras. Relacionada à disciplina Matemática, calculando juros simples e compostos.

 

Planos de Saúde, regulamentado pelo ANS.

O auditor só poderá auditar as entidades descritas acima se for inscrito na CVM (Comissão de Valores Mobiliários).

 Consultor na elaboração da demonstração contábil, como proprietário ou sócio de escritório contábil: Esse profissional poderá realizar consultoria tributária, societária de custos e finanças. Esta área está relacionada com as disciplinas Direito Tributário e Contabilidade Fiscal e Tributária.

A contabilidade de custos é muito importante, pois a partir dela é adquirido conhecimento para contabilização de cada custo da entidade, sendo esses custos direto ou indireto.

 Perito Contábil: Elaboração de laudos em processos judiciais ou extrajudiciais. Cada vez mais as sentenças judiciais e arbitrárias buscam estar pautadas em laudos técnicos de especialistas. O perito poderá atuar também como agente de tributos federal, estadual e municipal.

 Analista de contabilidade: Faz analises e elaboração de balanço. Podendo também trabalhar como auditor de grandes empresas.

 Professor na área Contábil: Este profissional atua em universidades e unidades de atualização profissional. Deve ter conhecimento amplo e profundo sobre contabilidade, pois deverá repassar tal conhecimento.

 Pesquisador contábil: Pode estabelecer como escritor de tempo integral deixando um nobre legado de pesquisa e conhecimento.

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Atuarial: Parte da estatística relacionada com a teoria e o cálculo de seguros (previdenciário, patrimonial e risco complexos).

Conhecimento obtido a partir do estudo das disciplinas Atuariais e Previdência Social, Estatística (probabilidade), e Matemática Financeira.

 Fiscal: A fiscalização de contribuintes ou de contas de entes públicos. Através de domínio das normas contábeis, fiscal, trabalhista, previdenciária e societária.

Ao analisar as possíveis áreas de atuação do profissional contábil percebe-se que as matérias estudadas do 1º ao 5º período estão ligadas umas a outra. Um bom profissional deve ter amplo conhecimento não só nas disciplinas de Contabilidade como também nas de Direito, pois a contabilidade é fundamentada pelas leis. O bom contador rege obedecendo as normas do CPC. Desta forma todo o aprendizado adquirido no decorrer do curso é aplicado na área contábil.

8 CONCLUSÃO

Através deste artigo foi possível perceber a importância de cada etapa para a formação do profissional contábil, como cada disciplina desde o 1º período é de grande valia para a formação de um profissional competente, dinâmico, correto e preparado para o mercado de trabalho.

Com finalidade de agregar conhecimento, esclarecendo e orientando cada disciplina tem uma parcela na formação do futuro contador.

Enfim, independente da área de atuação escolhida pelo profissional contábil, este deve estar preparado para as mudanças que são constantes, buscando sempre mais conhecimento e especializações. 17

REFERÊNCIAS

BOFF, Leonardo.

 

Espiritualidade Um caminho de transformação. Rio de Janeiro: Sextante, 2006.

COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS.

 

Pronunciamento técnico CPC 09 - Demonstração do Valor Adicionado. 30 out. 2008. Disponível em: <http://www.cpc.org.br/pdf/CPC_09.pdf> Acesso em: 23 abr. 2012.

CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE.

Resolução nº. 560/83, de 28 de outubro de 1983. Dispõe sobre as prerrogativas profissionais de que trata o artigo 25 do Decreto-lei nº 9.295, de 27 de maio de 1946. Disponível em: < http://www.cfc.org.br/sisweb/sre/docs/RES_560.doc>. Acesso em: 19 maio 2012.

Disponível em: <www.portaldecontabilidade.com.br> Acesso em: 08 maio 2012.

Disponível em: <www.contabildade.inf.br> Acesso em: 08 maio 2012.

Estruturação do sistema de informação contábil no ERP. Disponível em: <

 

http://www.abepro.org.br/biblioteca/ENEGEP2004_Enegep0902_0542.pdf> Acesso em: 18 maio 2012.

IUDÍCIBUS, Sérgio de [et. al.]. Demonstração do Valor Adicionado (DVA). In: IUDÍCIBUS, Sérgio de [et. al.].

 

Manual de Contabilidade Societária. 1. ed. São Paulo: Atlas, 2010. Cap. 35, p. 583-592.

NATURA COSMÉTICOS S.A.

 

Demonstrações Contábeis Individuais e Consolidadas Referentes ao Exercício Findo em 31 de Dezembro de 2011 e Relatório dos Auditores Independentes sobre as Demonstrações Contábeis. Disponível em <http://natura.infoinve

st.com.br/ptb/3912/Demonstra%E7%F5es_Financeiras_IFRS_portugu%EAs_ingl%EAs.pdf

 

> Acesso em 23 abr. 2012.

NIYAMA, Jorge Katsumi; SILVA, César Augusto Tibúrcio. Os usuários e a padronização contábil. In: NIYAMA, Jorge Katsumi; SILVA, César Augusto Tibúrcio.

 

Teoria da Contabilidade. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2011. Cap. 1, p. 2-24.

PADOVEZE, Clóvis Luís. Sistemas de Informações Contábeis.

 

Fundamentos e Análises. 5. ed. São Paulo. Atlas, 2007.

PORTAL DA ECONOMIA.

 

A geração de riqueza. Disponível em: < http://www.portaldaeconomia.com.br/artigos/geracao-de-renda/geracao_de_renda.html> Acesso em 16 maio 2012.

PROFISSÕES. Disponível em: <www. brasilprofissoes.com.br/> Acesso em: 08 maio 2012. 18

APÊNDICE A – Balanço Patrimonial Natura Cosméticos S.A. em 31 de dezembro de 2011

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APÊNDICE B – Balanço Patrimonial Natura Cosméticos S.A. em 31 de dezembro de 2011

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APÊNDICE C – Demonstração do Valor Adicionado Natura Cosméticos S.A. em 31 de dezembro de 2011

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APÊNDICE D – Entrevista com Contador

Nome: Alexandre Magno

Profissão: Contador

1. O Senhor acha que o campo de atuação de um contador é amplo? Justifique.

Sim. Em um país como o Brasil onde temos a carga tributária muita alta, multa trabalhista, contábeis e tributarias o campo de atuação do contador e muito amplo oferece diversas oportunidades.

2. O senhor tem conhecimento das diversas áreas de atuação de um contador?

O contador pode atuar nas áreas trabalhista, contábeis, tributárias, auditorias, perícias, além de prestar consultoria em gestão empresarial.

3. Em sua opinião essas áreas de atuação se inter-relacionam? Por que?

Todas essas áreas se inter-relacionam, pois são primordiais para um bom andamento da empresa e o pronto atendimento às legislações.