Na sequência do trabalho anterior sobre as redes de computadores de alcance mundial como recurso didáctico e político, perguntemos-nos sobre as reais e simbólicas limitações das redes sociais como meio de mediatização e aproximação das pessoas e coisas em geral.

 
Defacto este é um trabalho cujas perguntas de partidas foram já indiciadas no artigo anterior (Redes de alcance mundial como recurso politico-pedagogico), sendo que podemos reecoloca-lás  da seguinte forma:
1- Como as redes sócias integram a componente afectiva no quadro das relações?
2- Como fica o cenário e atmosfera do ciclo familiar numa situação de alienação? 
Estas e outras, são as principais perguntas que procurarei responder nesta comunicação.
 
O lado pró das redes sociais é sem margem de dúvida  inquestionável, já ficou claro por meio dos painéis anteriores que as redes sociais visam aproximar e "reaproximar"as pessoas, permite que as pessoas se conheçam de modo descontraído, troquem ideias, pensamento, negociem, cambiem do ponto de vista de paradigmas culturais, idiossincrasia, enfim, as redes sociais mudaram efectivamente o rosto das relações humanas e virtuais. 
 
Ora, paralelamente ao que se aponta como sendo consequências positivas, podemos avançar alguns aspectos negativos, que tem que ver com a maneira como as redes sociais tornam líquida as relações entre as pessoas. A expressão liquida tomo-a emprestada de Zygmunt Bauman. Bauman, sociólogo polonês e conhecido um dos principais críticos contundentes  sobre a modernidade, na sua obra capital MODERNIDADE LÍQUIDA, critica a tecnologia como sendo um estratagema liquido, liquido no sentido em que é efémera quanto a própria insaciabilidade humana, para este autor tudo é líquido, tudo é efémero, amor líquido, paixão liquida, politica liguida, tecnologia liquida. Portanto, o pessimismo de Bauman parece ter alguma razão de ser se lhar,os profundamente o actual estado de coisa, defacto a maneira como conhecemos alguém por meio das redes sociais (eventualmente, casualmente) é a maneira como o esquecemos, facilmente, rs rs rs, não importa esquecer alguém com o qual só comunicamos no computado, embora tenha excepções e não me proponho aqui ver as excepções, vamos discorrer sobre o que se pode tomar como regra geral, pois bem, a maneira como interagimos com pessoas na net demostra ao que Bauman chamou de liquidez, desse pessimismo de Bauman podemos depreender que as redes sócias é também um assunto líquido. Com desvantagens sérias que podem ainda ganhar contornos sérios em sociedades substancialmente conservadoras. Aliás, tem pessoa que não aceitam esta transformação, preferem manter-si no conservadorismo.
 
Para responder as duas perguntas que me propôs quero inicialmente trazer o principio da neutralidade das  redes sociais, digo de outro modo, as redes sociais em si são efectivamente um instrumento neutro, um instrumento que  pode ser usado na positiva e/ou na negativa, porém, o seu mau uso conduz ao sofrimento do homem, ao esfriamento das relações humanas, ao desinteresse da pessoa pela pessoa, portanto, as redes sociais não trazem uma componente emocional realista, é tudo simbólico, difuso, também importa referir que o conceito de redes sociais é abstracto, podemos buscar o sentido concreto com base o computador, e aqui digo com bastante humor, "SÉRIA UMA ATITUDE NIILISTA ALGUÉM RIR-SE, ENTUZIASMAR-SE OU MESMO DECLARAR AMOR NO FACEBOOK POR SEU INTERLOCUTOR QUE NUNCA O TENHA VISTO EM VIDA REAL". Defacto isto é umas coisas que acontece nas redes sócias, para além daquilo que se chama de lixo cultural, de softwares criado para desenvolver chantagem emocional entre os utilizadores, bombardeamento e invasões por pessoas estranhas. 
Por exemplo, nestes últimos dias, eu pessoalmente tenho estado a receber constantemente fotos e mensagens de misericórdia (peditórios) de pessoas estranhas, dizendo que esta por "acaso" apaixonada e que precisa da minha ajuda, pedi que lhe escreva, diz que é herdeira de uma fortuna e que esta numa situação de isolamento social, pedi ajuda, que eu vá ao banco fazer deposito, enfim, é na verdade um autentico bombardeamento e invasão do perfil das pessoas. 
Para terminar a minha fala, quero reafirmar a posição de um brasileiro, as redes sociais precisam evoluir com o homem, com os valores, com uma sociedade que privilegia a razão, pois, diante do fluxo de informação, muitas das vezes calunias e difamações, e com o evoluir dos direitos humanos, a liberdade de expressão, é preciso que as pessoas sejam mais racionais para o impacto que as redes sociais implicam.