Resumo: O texto objetiva apresentar alguns elementos históricos sobre a literatura infantil, conceituando e diferenciando os tipos de histórias. Apresenta situações que se configuram como possibilidades metodológicas para atuação do contador de histórias e sugere um planejamento para o professor que pretende incluir a contação de histórias como uma prática pedagógica efetiva e constante em sua sala de aula.

Introdução

O processo de formação da criança em instituições formais e não-formais de ensino, seja em nível intelectual, físico ou emocional requer conhecimento e um planejamento adequado (considerando o desenvolvimento infantil) por parte daqueles que se comprometem com uma prática pedagógica de transformação social.
Dentre os inúmeros e extensos assuntos que abrangem o desenvolvimento infantil, focaremos, neste texto, a importância do ato de contar histórias para as crianças.
É fundamental que qualquer criança seja efetivamente explorada na sua capacidade imaginativa e de fantasia; características inerentes ao mundo infantil, desde a mais tenra idade. Submetê-las, então, a um "mergulho profundo", de idas e vindas ao universo das histórias deve ser um propósito e um desafio permanente para o educador-professor.
Sabe-se que os primeiros contatos da criança com as histórias são feitos oralmente através de seus pais, avós, e também pelos professores. Essa conduta social de valer-nos oralmente para contar histórias marca nossa espécie de maneira muito particular, pois historicamente, remonta uma das formas mais genuínas de adquirir e transmitir conhecimento.
O ato de contar histórias sejam elas as dos contos de fadas, as fábulas, as lendas ou as histórias inventadas levam as crianças a viver e reviver suas emoções: como as de tristeza, as de raiva, de irritação, de medo ou ainda, as de bem-estar, de alegria, e tantas outras mais. As histórias também possibilitam a descoberta de pessoas diferentes, de lugares novos, de crenças e comportamentos distintos. As histórias contadas são um campo privilegiado para a criança acionar o imaginário, como por exemplo, se tomarmos a figura do herói para uma criança que, vê nele (e se vê nele), uma personagem (real ou fictícia) capaz de resolver seus dilemas sociais e pessoais.