Ao final de mais um ano, o professor que já esta cansado em meio a tantos desafios que a educação brasileira oferece, nestes últimos meses espera ansioso pela detestável contagem de pontos.

     A contagem de pontos acontece no mês de novembro, onde o profissional da educação deve somar seus pontos adquiridos durante todo o ano, em cursos preparatórios, formação continuada ofertada pela escola, assiduidade e outros, e assim, os maiores pontuadores conseguirão vaga no sistema publico de ensino, para o ano seguinte. O fato é que, o que deveria ser algo bom com a dedicação do trabalho e atualização constante (como em toda profissão), se tornou algo tirânico, pois evidencia as desavenças entre os professores durante todo o ano, intensificando-se nos últimos meses. Disputar uma vaga de emprego, só é algo plausível quando não gera inimizades, hostilidades e confusões. No entanto, é desta forma que acontece na educação.

     Professores e funcionários, todos demonstram o descontentamento com seus pontos adquiridos, sem saber se conseguirão ou não trabalho. Muitos profissionais deixam de ajudar o colega, para que ele não pontue mais que ele. Torce para o mesmo, contar ponto em outra escola, assim, a concorrência será menor e como se não bastasse tudo isso, outro grande critério a ser cumprido, é que quanto mais tempo se trabalha para o Estado, mais pontos se adquiri. Não sendo analisado por sua eficácia e dedicação ao trabalho, pois estar a muito tempo no mesmo emprego, não é sinônimo de eficiência.

     A educação necessita ser restaurada, ter o contentamento e o sentimento de orgulho, em estar inserido em um ambiente educacional. Um lugar prazeroso, embora repleto de dificuldades de aprendizagem e até mesmo de valores por parte de muitos alunos, o lugar de trabalho, deve ser de amizade, trabalhando em conjunto, tendo como foco o aluno e não caminhando individualmente a fim de alcançar pontuação maior que o outro profissional.

     È de suma importância o resgate ao companheirismo, a amizade, o respeito, a admiração entre professores e funcionários, isso é algo fundamental ao exercício da profissão, pois a lida com pessoas, se faz fundamental  exercitar humanidade, no mais sublime da palavra. Como ensinar civilidade? fraternidade? se não à  prática?

   A contagem de pontos deve ser abolida, pois só gera rivalidade. Profissionais da educação devem ser mensurados por sua competência e não por números, que muitas vezes os classificam de maneira desacertada.