CONTABILIDADE SOCIAL-UMA BREVE ANÁLISE

Ao observamos a contabilidade como um todo percebemos a necessidade plena de maiores pesquisas na área da Contabilidade Social.
A Contabilidade Social surge com o propósito de contribuir, efetivamente, para a prosperidade das entidades e das nações, transformando o sistema de informações contábeis em um conjunto mais extenso onde existirão não só as demonstrações contábeis,mas também a vontade e necessidade de uma análise mais profunda do Balanço Social e de como o capital esta sendo utilizado e de como ele poderá vir a ser utilizado para melhorar o controle,a avaliação e a tomada de decisões das organizações sociais e das empresas.

A Contabilidade é nada mais que uma ciência social que estuda a riqueza patrimonial
individualizada, sob os aspectos quantitativos e qualitativos, tendo entre seus objetivos a
geração de informações e a explicação dos fenômenos patrimoniais, possibilitando o
controle, o planejamento e a tomada de decisão, no enfoque passado/presente/futuro. Tudo
isso, servindo aos mais diversos usuários, para que eles possam, por meio de seus atos
buscarem a prosperidade da entidade e da sociedade.

Porém,mesmo com este conceito observamos através dos olhos de Lopes de Sá que a contabilidade não é uma ciência individualista ,não pelo conceito da contabilidade por si só,mas pela lógica excepcional do mesmo,que vai bem além, apenas ,do lado financeiro -econômico,segundo Lopes de Sá : "não se pode discutir o óbvio, de que a origem dos dados contábeis é a da movimentação de uma riqueza celular social ,mas,quanto ao destino do informe,também é indubitável que serve ele ao interesse geral,com validade social,pois todos somos partes de um complexo" e continua o mesmo,"o que podemos,sim,em Contabilidade realizar,é um estudo das relações ambientais do patrimônio das empresas e instituições para que possam ser gerados informes úteis que por sua vez produzam um balanço com visões sociais."

Com esta breve explanação percebemos o quanto torna-se importante não apenas o conhecimento da contabilidade como ciência social-econômico-financeira,mas, também, como uma ciência que ajuda o todo através de uma parte(empresa,instituição,etc.),com seus balancetes e seus demonstrativos financeiros,podemos construir uma sociedade mais plena de valores e com objetivos mais dignos.Podemos ampliar as leis de responsabilidade e ver além,impondo através dos gestores do Estado formas de se reverter as contas do passivo relativo a obrigações tributárias para que se possa ampliar os orçamentos públicos, direcionando estes recursos para valorizar as entidades que estão voltados para os direitos humanos e para a sociedade como uma parte do todo. Concretamente, a Contabilidade não pode ficar presa a divulgação de
demonstrações eminentemente financeiras e essa afirmação comprova-se no estudo das
doutrinas e das teorias contábeis.
Dessa forma,fica mais fácil perceber que a entidade faz parte de um todo,da relação entre as pessoas,da produção,da sociedade.Segundo Lopes de Sá: "há uma responsabilidade social inequívoca entre a empresa e a sociedade."
E é exatamente nesta declaração que devemos nos apegar e nos aprofundar para que juntos possamos perceber que uma empresa é bem mais que apenas uma geradora de lucros para os acionistas e diretores,ela,a empresa, de certa forma,também é responsável pela sociedade,a partir do momento que ela utiliza os recursos do todo para chegar aos resultados de uma célula única.Não existe uma empresa que não precise de espaço,de mão de obra,de insumos de fatores que estão à disposição através do sistema como um todo.


Para Silva et alli "medir esses impactos é uma tarefa que apresenta inúmeros
problemas metodológicos difíceis de ultrapassar. Por isso, existe grande interesse em que o
desenvolvimento da informação social não se processe de uma forma anárquica, em que cada
empresa informe do que lhe convém, utilizando critérios e medidas particulares variáveis e
discutíveis".

É através desse conceito que podemos perceber que a contabilidade como ciência precisa ir além de convenções básicas e arcaicas e demonstrar seu potencial intrínseco e não utilizado pela manipulação, de algumas células ,que não se importam com o todo,mas com apenas algumas partes,partes essas que refletem apenas seus objetivos mais obscuros que é o de gerar lucro e mais lucro e nada se fazer pela sociedade como gestora de seus recursos.A falta de conhecimento e de importância que se dá ao tema,faz com que as coisas se tornem mais complexas e praticamente indissolúveis dos pensamentos mais antiquados,onde entidades existiam apenas como fonte de recurso-capital e que a sociedade nada deve participar.
Ainda fazemos parte de uma sociedade excludente e que pouco se importa com o próximo,ainda olhamos ao redor e percebemos que estamos presos a uma teia de sandices ,de poucos atos de generosidade de muitos atos de descaso.As entidades pouco fazem para ajudar a sociedade.Os recursos,através do governo são limitados e nós meros mortais ficamos esperando por um dia em que a legislação de fato vai se fazer cumprir e a consciência social irá ,também ,de fato se fazer perceber e abrir os olhos,observar ao redor e perceber que existem seres que formam o Estado-como uma nação-que precisam de recursos e alavancas para saírem do abandono e da lista negra da exclusão social.
É tudo tão simples :mais capital investido em propostas sociais e em melhorias de qualidade de trabalho farão uma sociedade mais feliz,mais plena e bem mais realizada e os louros do sucesso serão colhidos por quem teve a vontade de investir em si mesmo,mas de forma indireta,através do próximo,serão colhidos quando percebermos uma sociedade mais pacata e mais estável,com maior qualidade de vida e com mais incentivos para o despertar social.Ainda é necessário muito se aprofundar no tema e muito se fazer para se chegar aos objetivos necessários a toda a sociedade.