Not One Less (Nenhum a Menos)

Direção: Zhang Yimou. China, 1999, 106 minutos. Elenco: Wei Minzhi, Zhang Huike, Tian Zhenda, Gao Enman, Sun Zhimei.

O filme se passa numa precária escola na zona rural da china, onde uma adolescente despreparada e sem experiência, se vê tendo que assumir uma sala, devido ao professor oficial ter que sair de licença para visitar a sua mãe que está doente, á beira da morte. Mas antes, ele deixe uma missão: Ela não deve deixar nenhum aluno desistir, uma vez que a evasão escolar era grande, caso contrário, não receberia o dinheiro.

Apesar de ser desprovida de qualquer experiência e uma timidez crônica, ela revela ser possuidora de uma fenomenal persistência, ao tentar impedir a perda de qualquer aluno. Porém se vê impotente, quando uma aluna é convidada a ser atleta e estudar numa escola da cidade grande e vai. Dias depois, outro aluno desiste da escola, dessa vez para ir trabalhar na cidade grande, para ajudar a sua família.

É a partir daí, que a realidade da escola começa a ser redesenhada. A jovem assume de vez o cargo de professora e junto com os alunos, promove esforços para recuperar o aluno que foi a cidade. Nessa jornada, percebe-se claramente que a jovem apesar de não ter conhecimento, conseguiu através dos problemas da escola, mobilizar a sala em volta de cálculos que os próprios alunos sabiam e estavam repassando aos outros. Nesse instante, vemos que apesar de humilde e das dificuldades, os alunos aprendiam as matérias.

Por fim, a jovem professora vai até a cidade e após a sua peregrinação, consegue encontrar e trazer o aluno de volta, como também consegue mobilizar uma parcela da população em torno do problema.

Alguns pontos precisam ser destacados quanto a mensagem do filme. No tocante a área educacional, ficou claro os problemas da educação, que inclusive, trata-se de um cenário mundial. Tais como:

• Evasão escolar;

 • Precariedade de instalações físicas das escolas;

• Falta dos recursos essenciais, como lousa, giz, etc;

• Professores despreparados e/ou que apenas ensinam conteúdos limitados;

• A pobreza dos alunos, principalmente em áreas de zona rural.

Mas o filme também retrata pontos positivos como, por exemplo, a valorização que alguns alunos dão a escola, o trabalho em equipe para resgatar o amigo, com a mobilização para carregar os tijolos, o senso de divisão, quando compartilham duas latas de refrigerante, inclusive sem esquecer-se da professora e exalta o mais marcante pressuposto da profissão de professor: a perseverança!

O filme termina com uma indiscutível revolução na vida da jovem professora , que no início limitava-se a trancar os alunos na sala para que não fugissem, e a mudança na vida da cidade, que com a mobilização da sociedade, viu que a educação é um dos pilares para a transformação.

O legado que o filme deixa é que sozinhos não significamos muita coisa, pois assim, somos como gotas d’água. Mas unidos por um ideal, somos como um imenso oceano.

Indicado para todos que trabalham ou são envolvidos com a educação, pois mostra que apesar dos pesares, todo esforço vale a pena.