A parte dos jornais e revistas, onde se encontra a opinião da empresa, a respeito de determinado fato, chama-se editorial. Com a intenção de veicular a ideologia seguida pelo órgão, o editorial adota um tipo de variante linguística de acordo com a categoria de seus leitores.

Uma de suas características é assumir uma posição a favor ou em oposição aos rumos políticos, econômicos e sociais, seguidos pelos governos federal, estadual e municipal.
Com essa possibilidade de manipulação de todos os tipos de informação para impingir a seus leitores uma visão específica dos fatos ocorrentes em determinadas situações de crise político-institucional, o editorial é o sinônimo da bandeira da própria empresa naquele dada circunstância, uma vez que a posição política dos veículos de comunicação alterna-se ao movimento dos seus interesses.
Não foge o editorial à análise tendenciosa nem aos subentendidos, apesar da diversidade dos leitores, mas caberá a eles a tarefa de interpretá-los e desmontar essas eventuais armadilhas que têm como objetivo mantê-los na ignorância dos fatos reais.
Muniz Sodré, na sua obra Reinventando @ cultura ? a comunicação e seus produtos (1996, p. 68) escreve sobre o assunto mencionado acima: "É certo que a imprensa jamais constituiu em nenhum país um bloco unitário a serviço de causas exclusivamente públicas. As linhas editoriais dos jornais sempre variaram de acordo com os interesses dos grupos econômicos ou políticos que as apoiavam e, em numerosos casos, jornais podiam reforçar posições socialmente retrógradas, servir cegamente a governos, defender interesses espúrios e outros. Esta característica perpetua-se até os dias de hoje.

Quanto à seção Carta dos Leitores, este é o espaço dos jornais e revistas onde se publicam reclamações, elogios e críticas, enviados pelos leitores por meio de correio eletrônico ou convencional, a respeito dos assuntos em evidência no momento ou sobre o tratamento dado pelos jornalistas a eles.
Pode-se afirmar que as cartas dos leitores funcionam como um medidor que estima o grau de repercussão dos artigos e reportagens nos jornais e revistas (logo, também medem o número de vendagem dos exemplares), pois os leitores escrevem, reagindo positivo ou negativamente acerca do que leram. Elas constituem, acima de tudo, um dispositivo poderoso de divulgação de problemas.
Um leitor de senso crítico mais aguçado poderá perceber que a interferência do jornalista/editor das cartas de leitores não ultrapassa apenas a mera adequação vocabular e/ou a supressão de dados irrelevantes. Uma análise mais aprofundada nos leva a constatar que as cartas passam por um processo de reescritura, para se enquadrar na moldura linguística do órgão veiculador.