O serviço social em sua conjuntura tinha uma perspectiva conservadora com a manutenção do desenvolvimentismo, sem o questionamento do status quo, onde o profissional dava ênfase ao ajustamento do indivíduo, sem fazer a leitura do seu contexto histórico e a sociedade a qual este indivíduo estava inserido, além de não questionar sua atuação perante a classe trabalhadora

Deste modo a classe de assistentes sociais estava insatisfeitos e inquietos perante suas atuações e foram realizados vários movimentos dentre eles se destaca o movimento de reconceituação, com profissionais dispostos a fazerem a diferença, para o questionamento do fazer profissional e seu papel político, teórico-metodológico deste profissional, demonstrando preocupação com a classe trabalhadora.

O movimento de ruptura com o conservadorismo veio romper os laços com a igreja católica, tornando-se uma profissão laica, do ponto de vista operacional e técnico, e a profissão passa a ter uma visão de um profissional capacitado inserido na divisão sócio-técnico do trabalho, desvinculando-se da idéia de assistencialismo e assistência. Trabalhando em prol da emancipação do sujeito e com compromisso com a democracia, norteados pela CF/88, código de ética de 93 e a lei 8662 que regulamenta a profissão.

O sistema capitalista não vê nenhum impedimento político, moral ou ético para expropriar o trabalhador de todos os seus atributos humanos. Marx afirma que no processo de produção capitalista, o homem se aliena, tornando-se mera peça de engrenagem produtiva. Ele não é mais dono dos seus instrumentos de trabalho, o ritmo de produção não é imposto por ele e tampouco domina o processo produtivo, ou seja, a divisão do trabalho. A principal consequência desse processo é que o trabalhador não se reconhece no produto que fez, e assim perde a sua identidade enquanto sujeito. Este sistema perece não representa apenas um meio d e adquiri dinheiro, ele transforma também as relações sociais que começam a ser mediada pelas mercadorias e o dinheiro.

O Serviço Social tem na divisão do trabalho e suas relações, a sua maior demanda de trabalho, pois é neste cenário que se reproduz as desigualdades sociais e as várias expressões da questão social, o que contradiz com esta realidade é que este profissional do serviço social também está inserido na divisão social do trabalho como classe trabalhadora, vendendo sua força de trabalho para aqueles que possuem os meios de produção e ao mesmo tempo trabalha para mediar as questões geradas pelo próprio sistema capitalista. Iamamoto indica que essa concepção de contradição na profissão ocorre porque o movimento de reprodução do capital, entendido como uma relação antagônica entre a burguesia e o proletariado, é que determina a realidade vivida e representada pelos indivíduos da sociedade contemporânea. Assim a reprodução das relações sociais esta intimamente ligada a reprodução do capitalismo e consequentemente, a profissão de Serviço Social também, já que esta demanda em determinadas conjunturas históricas para atender a interesses divergentes da classe.