Tamara da Silva

A criminalidade crescente constitui hoje um dos problemas mais importantes da agenda social e política da nação brasileira. Nosso país ostenta atualmente a nada gloriosa posição de um dos lugares mais perigosos da Terra. Delegacias de polícia são tomadas de assalto por bandoleiros armados até os dentes, em operações de resgate de presos de alta periculosidade; os seqüestros são rotineiros; roubos a indústrias e supermercados e roubos de carga provocaram até a convocação de CPI no Congresso Nacional; traficantes de drogas dominam grandes regiões urbanas, decretando o toque de recolher, a lei do silêncio e paralisação de atividades comerciais, a seu bel-prazer; policiais das grandes cidades vivem em virtual clandestinidade, aterrorizados com a pena de morte a eles impostas pelo bandidismo reinante e, neste quadro de total desintegração da Segurança Pública, de progressiva anomia, os homicídios impunes estimulam o aumento da barbárie nos bairros periféricos, com assassinatos executados cada dia com maiores requintes de crueldade, em um pais onde a própria policia, cansada de ganhar pouco e num desespero assustador, executa inocentes por falta de devida instrução.

Diante de quadro tão alarmante e de ritmo crescente nos sentimos coagidos, pressionados e, por que não dizer, atemorizados. O simples ato de sair de casa já pode significar risco de vida. Não é possível, nem ao menos tolerável, para o cidadão de bem, que cumpre com sua parcela de compromissos sociais, tributários, de respeito às leis e busca sua cota de trabalho, em um estado chamado democrático de direito, viva sob a égide do terror, sentindo-se subjugado ao que parece se arvorar como um sub-sistema de governo ou, como muitos preferem, governo paralelo. A criminalidade dita regras de conduta injustas e imprevisíveis, oprime e violenta a nossa liberdade, estabelecendo uma forma de governo dentro do governo. Tal situação leva-nos a um convívio de "estranhos familiares", a uma conduta cada vez mais individualista, a um descrédito no Sistema de Segurança Pública e, conseqüente maior desrespeito ao Direito estabelecido. Um estado refém de seus criminosos é um estado perdido e sua democracia perde seus elementos básicos: liberdade, igualdade e supremacia da vontade popular.Pode não parecer um problema nosso mais a questão da criminalidade e o aumento do índice de violência é um dever nosso um problema social e de nossa responsabilidade, criminalidade é um problema muito difícil de ser resolvido, porque envolve, além de emoções, crenças, valores e a própria relação do cidadão com a justiça. Têm sido tema de debates, estudos, encontros e pesquisas, especialmente porque envolve, hoje, nossos mínimos passos: da tranca da porta aberta à primeira caminhada pela rua, do ponto de ônibus ao trabalho, no trajeto de carro, onde a ameaça nos espreita desde o primeiro semáforo até a garagem de casa.

O combate à criminalidade começa pela igualdade social. É errôneo pensar que só os mais pobres é quem praticam a violência. Mas, uma sociedade que agride, violenta, dá muito pouco a seus indivíduos e cobram caro pelo simples espaço da sobrevivência, segregando alguns e privilegiando outros, que produz imensas riquezas à custa do esforço de muitos e distribui injustamente em benefício de poucos, é uma sociedade que favorece altos índices de criminalidade.

Infelizmente, não existe uma solução única para a criminalidade, por ser este um tema tão complexo e de extrema relevância, é preciso, Buscar o equilíbrio social. Através de medidas concretas do estado envolvendo segmentos da sociedade, em áreas como: educação, trabalho, saúde, segurança e desenvolvimento sustentável. Buscando uma melhor distribuição de renda e fácil acesso aos recursos sociais. Possibilitando através destas ações uma melhoria nas condições de vida do cidadão. Dar condições para o homem do campo continuar no campo, produzindo e sendo recompensado pelo fruto de seu trabalho, evitando que migrem em massa para as grandes cidades, já superlotadas, e que não lhe oferece condições adequadas de sobrevivência, sustento e dignidade.

Fortalecer a estrutura familiar-é outra maneira de combate aos índices crescentes de criminalidade. A maioria dos criminosos vêm de famílias destruídas ou de famílias com histórico de violência. Em geral, não tiveram cuidados e amor familiares. E isso não tem nada a ver com ser rico ou pobre ). Percebemos que a família e os valores sociais e de conduta, por ela passados, estão perdendo importância na sociedade atual. O que nos leva a uma relação individualista e pouca valoração à estrutura social e ao direito estabelecido. Precisamos ensinar às crianças e jovens a manterem distância destes vícios. Devemos também recuperar os que estão submersos no mundo das drogas, dando-lhes meios e condições de se integrarem novamente à sociedade. Pesquisas apontam queo número de casos de homicídios relacionados com drogas é anormalmente elevado.... Obviamente, as drogas constituem um fator poderoso que influencia as pessoas a cometerem atos terríveis.

Destarte é possível afirmar com base nas analises supracitadas que: Precisamos de fato abandonar o famoso "jeitinho brasileiro", pelo qual buscamos através da chamada "esperteza" cortar caminhos para alcançar os nossos objetivos e acordarmos para realidade social a qual estamos submetidos, investir na educação, na melhora dos presídios e qualidade de vida de nosso povo. Pois só assim cumprindo com o nosso dever social, poderemos de fato alcançar um mundo melhor e uma sociedade mais justa. Um Fraterno e singelo abraço á todos.