Faculdade Nossa Cidade

                                               Administração de Empresas

Orientador: Prof. Lawton Benatti

Aline Gomes da Silva

Consequências da comunicação na Inovação

Quando pensamos em inovação, acabamos pensando em comunicação. Pois a inovação só é aceita pelas pessoas quando há uma boa comunicação, ou seja, quando temos algo novo ou inovador, às pessoas tem por natureza um receio de aceitar esse novo, pelo simples fato de não conhecer. E com isso criasse a necessidade de uma boa comunicação para que as pessoas entendam melhor esta inovação e a aceitem.

Mesmo que uma ideia seja boa e tenha muitas vantagens, as pessoas não aceitam como algo inovador. Um bom exemplo, no tempo em que os discos ainda eram de vinil, e que não havia o DVD, muito menos o sistema digital de som, houve uma guerra entre os formatos de vídeo Betamax e o VHS. O sucesso que o VHS conquistou originou um padrão dominante na era dos videocassetes, ou seja, criou-se um modelo para os consumidores, mesmo que os concorrentes tivessem as mesmas funções, eles não seriam aceitos, ainda que fossem melhores em outros requisitos. O que determinou a supremacia do VHS, foi o habito que os consumidores tinham em assistir e gravar programas com duas horas duração, o que dificultou o uso de qualquer outro aparelho um exemplo seria o Betamax, que só conseguia gravar 60 minutos, enquanto o VHS gravava duas horas.

Baseado nesse exemplo vemos que as pessoas escolhem os produtos não apenas pelas suas qualidades – o Betamax era superior ao VHS, principalmente pela sua qualidade de imagem – mas pelas suas necessidades, mas não só os produtos tudo em si e escolhido pela necessidade, ou de fisiológica, de segurança, de relacionamento, de realização ou autoestima. Pensando um pouco nas necessidades das pessoas, elas geralmente são levadas a aceitar uma ideia baseado no grupo, ou seja, ela só aceita uma ideia se o grupo ao qual ela convive já aderiu à mesma ideia.

“As necessidades de Crescimento incluem o desejo de ter uma influência criativa e produtiva sobre si mesmo e sobre o ambiente em que vive. A satisfação da necessidade de crescimento ocorre quando uma pessoa engaja em problemas para os quais necessita utilizar plenamente suas capacidades e desenvolver novas capacidades.”1 (SCHNEIDER, Alderfer & 1973, p.490.)

Na hierarquia de Maslow, um fato que influencia a aceitação de algumas ideias inovadoras seria a necessidade X custo beneficio, e dentro desse fator existe os casos normais e as exceções. Nos casos normais a inovação pode ser aceita se o custo for o mais em conta, mesmo que não seja a melhor inovação e que a comunicação não foi tão clara o preço é sempre levado em consideração. As vezes as pessoas esquece de ver se essa ideia é a melhor para ele, podemos dizer que a comunicação atingiu seu objetivo, mas não da melhor maneira. E no caso das exceções as pessoas aderem uma ideia apenas pela qualidade da comunicação. 2

Mas para compreender melhor esse processo, temos que conhecer o conceito de difusão. Rodges (1983, p.5) define difusão como um processo pelo qual a inovação é comunicada por meio de um canal aos membros de um sistema social. Ou seja, a difusão é um caso exclusivo da comunicação no qual a mensagem se refere à novas ideias. Podemos dizer que a difusão é espontânea, e com isso ela não precisa ser exercitada, já que é um acontecimento natural, pois se instala por canais informais – canal que não pode ser controlado. A difusão é dividida em quatro elementos cruciais, a inovação, a comunicação, os canais e o tempo.

O processo de comunicação é central para que inovações se propaguem. Vale ressaltar que os quatro fatores – inovação, comunicação, canais, tempo - precisam estar alinhados para produzirem resultados, desde inovações incrementais em uma linha de produtos e serviços, até inovações que modifiquem o modelo de negócio da empresa.

O processo de inovação permanente é fruto de um caminho longo e seguramente difícil. Inovar mexe com a inércia organizacional, mexe com status, com o poder, com as pessoas, seus cargos e estruturas da organização.

“a capacidade de transferir e disseminar conhecimento é conseguida quando há intercâmbio de ideias, com a exposição livre de diferentes perspectivas e partilha de conhecimento. (...) Sem intercâmbio, os conhecimentos adquiridos por indivíduos ou grupos não atingem toda a organização, o que concorre para a repetição de erros, e para a incapacidade de imitar acertos.”3 (SHAW, Robert e PERKINS, Dennis (1993). Op Cit. pp. 48.)

Referências Bibliográficas

CARDOSO, Claudio (2007). Comunicação para Inovação. In: Bahia Indústria. Ano XVII, No 187, Agosto 2007. Salvador: FIEB, pp. 30.

MASLOW, Abraham (1943). Motivation and Personality. pp. 59.

NASSAR, P (2005). Comunicação Estratégica, Um Conceito em Evolução. In: Comunicação Interna: a Força das Empresas. São Paulo: Aberje Editorial.

ROGERS, M. (1983). Diffusion of Innovations. The Free Press, New York, NY.

SCHNEIDER , Alderfer & (1973, p.490)

SHAW, Robert e PERKINS, Dennis (1993). Op Cit. pp. 48.

VASCONCELLOS, M. Augusto (2008). Prefácio. In: Gestão de Idéias para Inovação Contínua. Porto Alegre: Bookman.