CONSENSO NO TEMPO-EVOLUÇÃO (parte 1) 

Assim, ao final do artigo décimo (10) de minha longa dissertação pluralística da CUEE, denominada “Concordância Universal”, cheguei ao ápice do meu pensamento, conduzido por alguma inspiração, no que pude denominar por: CUTE: Concordância Universal no Tempo-Evolução, ou, simplesmente: Consenso no Tempo-Evolução. 

Na verdade, e, por exceção dos ortodoxos, todos nós, espiritistas clássicos, xavierianos e universalistas, dos quais já dei algumas características de suas posturas doutrinárias, todos nós experienciamos, cotidianamente, a prática viva da CUTE, pois lemos, admitimos e albergamos a obra clássica, a obra xavieriana e, como no meu caso, em particular, toda a obra de Pietro Ubaldi constante de vinte e quatro volumosos e riquíssimos tratados filosóficos que agrega em seu seio a mais alta e mais abrangente Teologia que o mundo até então pudera abarcar, cuja quadrilogia literária (todas elas publicadas pela Fundapu) fora já destacada noutros artigos de minha autoria, se traduzindo por:

 

-A Grande Síntese: (Síntese e Solução da Ciência e do Espírito);

-Deus e Universo: (Solução dos Problemas Máximos);

-O Sistema: (Gênese e Estrutura do Universo); e

-Queda e Salvação: (Transformismo Involutivo-Evolutivo).

 

Ora, mas em que se resume a CUTE? Numa determinada postura intelectual, haja vista o fato de sermos livres pensadores, e cujos dizeres preconizam a mesma como sendo de uma espécie de:

 

“...admissão completa do conteúdo de determinadas coleções de ordem clássica ou mediúnica, desde que observadas certas regras para a sua aceitação ou para a sua rejeição por questões de divergências doutrinárias, científicas ou filosóficas, decorrentes, ou não, de mistificações ou de problemas contidos na filtragem do trabalho”.

 

 

E disse mais ainda:

 

“...que tais coleções, ou conjunto de obras, ensinos e princípios, já vêm com o selo de garantia de dados, ensinos e princípios já consagrados e apurados individualmente pela CUEE, não os desmentindo em tempo algum, mas sim desenvolvendo os mesmos e os ampliando no Tempo-Evolução”

 

E acrescentei:

 

“...que a CUTE analisa, detecta e, pelo uso da Razão alberga e acata princípios novos, porém, estriba-se no conjunto e não no particular, na idéia geral e não no específico que já fora alvo de análises e comprovações anteriormente firmadas”, obviamente que, firmadas e estabelecidas pela CUEE: Concordância Universal no Ensino dos Espíritos.

 

Pois bem: estas são as linhas mestras da CUTE, fundamentada, e submetida que está, obviamente, à Soberana Vontade do Nosso Mestre Jesus de nos enviar seus muitos missionários divulgadores de sua altíssima Doutrina. Mas analisemos melhor, em alguns casos particulares, como se procederia com tal mecanismo consensual. Todos sabem que acato, integralmente, as coleções que, indubitavelmente, completam a obra de Kardec; as coleções, portanto, dos:

 

-Clássicos: Léon Denis, Camille Flamarion e Gabriel Delanne; de

-Chico Xavier e equipe de Espíritos superiores ou, de condições medianas, mas guiados pelos seus superiores; e de

-Pietro Ubaldi, indubitavelmente.

 

E como sabemos, Ubaldi desenvolve o Modelo Evolutivo de Kardec com o seu Modelo a que denomino Involutivo-Evolutivo onde uma perda de sintonia com o Sistema Perfeito em Deus, fizera surgir uma espécie de desconstrução psíquica do EPC desarmônico que, agora, como ESI, retorna à sua posição originária ordenada, como pude tantas vezes, com certa insistência, preconizar; mas até aí tudo bem.

 

E, conquanto aceite a obra de Ubaldi, integralmente, como uma das maiores contribuições filosóficas à obra de Kardec, questiono-me se seria correto, ou se eu deveria aceitar, de tal obra, caso haja, algum ensinamento, postulado ou princípio que contraria dados científicos ou filosóficos já estabelecidos no mundo, seja ele qual for?

 

E respondo que:

 

Obviamente que não! Se não sou cego e tampouco um indivíduo lacrado pelo Monismo ubaldiano, que, afinal, inexiste, óbvio está que não devo e que não devemos, em tempo algum, aceitar!

 

A obra de Ubaldi, todos nós que a estudamos com racionalidade, seriedade e espírito crítico, sabemos bem que a mesma, como a de Xavier, e como qualquer outra grande coleção das tantas existentes no mundo, contém equívocos insignificantes, e, no caso em questão, de ordem exclusivamente mediúnica, ou seja, da problemática contida em sua filtragem receptiva, mas que, nem por isso, obviamente, devemos recusar a coleção completa por causa de uma ou outra expressão menos exata que, em suma, não invalidam em tempo algum o conjunto de tão gigantesco trabalho, tão abrangente em sua superior concepção filosófico-científica, de ordem universal.

 

Detendo-se à letra e não ao essencial, alegam alguns polemistas que a principal obra de Ubaldi “A Grande Síntese” não é tão confiável por conta de tais expressões (raríssimas, por sinal), o que desautorizaria o autor levantando dúvidas sobre a autenticidade dos novos princípios que ela entesoura. Todavia, se conhecessem melhor a Doutrina do Espiritismo que professam; e se conhecessem melhor a Doutrina contida na obra Monista ubaldiana e as condições em que a mesma fora elaborada, e não pronunciariam tamanha insensatez.

 

Que se suspenda, pois, os dardos venenosos da palavra, da escrita irrefletida antes de denegri-lo, porquanto as pedras que nele atirarmos, além de não atingi-lo, terá como destino certo a nós mesmos por nossa ignorância e incompreensão de tão importante trabalho de Contribuição Crística e, portanto, Divina.

 

Não nos esqueçamos, repito, de que o tempo é o senhor da razão e que pessoas com excesso de rigor doutrinário, e até mesmo “experts” com títulos acadêmicos e tudo o mais, porém de estreita visão espiritual, bem como da inteireza de sua obra, já o fizeram (e ainda o fazem) e caíram (como caem sempre) no olvido popular, enquanto que Ubaldi segue avante como construtor do bem e como um dos mais importantes arautos da nova civilização do porvir.

 

É o que veremos na parte segunda e terceira como complementares desta parte primeira que, de certa forma é autônoma e pode ser lida e compreendida individualmente, apesar de que determinados temas nos exigem uma maior exposição doutrinária como já visto noutros escritos de minha inspiração, e que, por isso mesmo, tratarei de estendê-la com dois outros escritos filosófico-doutrinários.

 

(final da parte 1)

 

Propositor: Fernando Rosemberg Patrocínio

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