Consciência históricain: Verdade e Método I,em Hans-Georg Gadamer

Belito Vasco Francisco[1]

Departamento de Ciências Sociais

UP-Quelimane

 2012

Introdução

A segunda parte da obra Verdade e Método I (=VMI), de Gadamer, faz referência da Consciência histórica que é o ponto essencial e instância da produtividade da Hermenêutica. A História é depósito de acontecimentos acabados, canonizados, mas o processo contínuo de eventos abertos ao presente. Com o tema pretendemos compreender melhor a questão da consciência histórica; identificar as visões de vários autores acerca do assunto; reflectir sobre a posição de Gadamer a consciência histórica. De referir que o tema é de extrema importância na área da hermenêutica, bem como de muitas mudanças significativas levada a cabo por Gadamer, Dilthey, Schleiermacher e Heidegger. E este trabalho, tem uma relevância enorme nesta área de pesquisa e também merece questionamentos salutares e académicos como forma de podermos melhorá-lo.

A consciência histórica é guardiã do ser que precisa ser compreendido. É realização da compreensão que se renova em todos movimentos. O homem é um ser inacabado que vai se reconhecendo no processo de auto-compreensão.

A História é fonte de autoridade que influencia o sujeito. Toda experiência hermenêutica é subjectiva, pois a interpretação do sentido varia de pessoa para pessoa. Os preconceitos como condição da compreensão e da interpretação como realização de um projecto. O sentido do texto se manifesta por quem lê o texto, lê a partir de uma expectativa e na perspectiva de um sentido determinado. A interpretação tem início nos preconceitos.

Nos preliminares históricas da Verdade e Método de Gadamer (2002) aponta a tarefa de não seguir o pensamento de Hegel na história, mas Schleiermacher. Neste aspecto, Gadamer na sua hermenêutica entende como tarefa antes de mais, será refazer o caminho aberto por Dilthey, atendendo objectivos diversos dos que ele tinha em mente com sua autoconsciência histórica...