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Quão triste e lamentável é para Deus quando vê que o homem que Ele criou para conhecê-lO e pensar e agir em conformidade com o conhecimento do seu caráter divino, se ocupa apenas com comida, bebida, posição, fama, carreira e tudo aquilo que é somente natural e terreno. 

No sexto capítulo do seu evangelho, o apóstolo João, destacou um dos discursos de nosso Senhor Jesus Cristo, no qual Ele expôs claramente a profundidade do verdadeiro significado do que é crer nEle.

A multidão de incrédulos quanto à verdadeira fé que salva, e que foi alimentada com a multiplicação dos pães e dos peixes, vinha seguindo o Senhor porque haviam visto os sinais que ele fazia na cura dos enfermos, como se afirma em Jo 6.3. Veja bem: por causa da cura de enfermos e não por terem conhecido quem era realmente o Senhor Jesus.  

Nosso Senhor recebeu de Deus Pai o mandamento de conceder vida eterna a todos os que lhe foram dados por Ele, como vemos expressamente afirmado   em Jo 12.50 e 17.2:

 

E sei que o seu mandamento é a vida eterna... (Jo 12.50)

 

assim como lhe conferiste autoridade sobre toda a carne, a fim de que ele conceda a vida eterna a todos os que lhe deste. (Jo 17.2)

 

E em Jo 17.3 o Senhor definiu o que é a vida eterna:

 

3  E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.

 

Veja que Ele fala de conhecimento do Pai e do seu Filho, Jesus Cristo, como sendo a essência mesma da vida eterna.

Então a noção de vida eterna não está associada a tempo decorrido, mas à plena comunhão com o Pai e com Jesus Cristo, conhecendo-se de fato, sobretudo em espírito, o Seu caráter e atributos.

De modo que o próprio Senhor afirma que não devemos nos gloriar na sabedoria natural, mas no conhecimento Dele próprio e da sua misericórdia, juízo e justiça, como Ele afirma em Jer 9.24.  

Conhecimento este que se obtém em certa medida na conversão e que prossegue pela experiência progressiva do conhecimento do crente do caráter e dos atributos de Deus.

Daí ser ordenado a todo crente que ele cresça na graça e no conhecimento de Jesus, como se vê em II Pe 3.18.

Paulo apontou em suas epístolas a necessidade de crescimento espiritual, para que os crentes deixem de ser meninos na fé.

O autor de Hebreus afirma em Hb 5.13,14, que todo aquele que se alimenta de leite, é inexperiente na palavra da  justiça, porque é criança. Mas o alimento sólido é para os adultos, para aqueles que, pela prática, têm as suas faculdades exercitadas para discernir não somente o bem mas também o mal.

Assim, tudo o que é vivo cresce no mundo natural, porque há um mundo espiritual que lhe é correspondente, no qual há também uma tendência prevista por Deus para o crescimento daqueles que são espirituais.  

E quão maravilhoso é para o crente, e para o próprio Deus, quando há tal conhecimento relativo à maturidade, porque somente então pode haver uma comunicação, baseada no caráter e na verdade, e não mais pensamentos e ações da parte do crente, motivados por puro emocionalismo ou impulsividade, que não correspondem à verdade, tal como ela se encontra no pensamento e no caráter de Deus.

Este conhecimento será estabelecido principalmente pelo suportar com paciência as tribulações, porque se afirma que:  ... a tribulação produz perseverança;

 e a perseverança, experiência; e a experiência, esperança. (Rom 5.3,4) 

 

Pr Silvio Dutra