Praticamente todo homem adulto já deparou com uma situação na qual sua opinião era acentuadamente divergente, ou até se opunha a outra posição, tendo verificado ser difícil encontrar um consenso sem um mínimo de desgaste. Com isso, muitas vezes, a solução foi evitar o prolongamento do assunto e manter a distância entra as partes descontentes.

Quando um conflito como esse ocorre em empresas familiares, a situação é mais delicada.

Os conflitos geralmente surgem nos pequenos detalhes, porém costumam estar respaldados por fundamentos profundos como o desrespeito às diferenças pessoais, ou a falta de informação.

Existem momentos nos quais o conflito aflora com maior facilidade e o momento da sucessão empresarial é um desses, especialmente quando ela decorre do falecimento do pai, situação na qual cresce a expectativa sobre o posicionamento das pessoas na organização, especialmente com relação aos herdeiros, seus cônjuges e seus próprios descendentes.

Essas situações são bastante comuns, tanto que pesquisas internacionais indicam que somente 1/3 das empresas familiares sobrevivem à passagem para a segunda geração e, entre as sobreviventes, somente 15% chegam à terceira geração. Todavia, as empresas familiares não estão condenadas ao insucesso.

Independentemente da formação societária da organização, os conflitos entre pais e filhos podem existir a qualquer momento, ainda mais quando os dois trabalham juntos. “Sabemos que liderar é conseguir que outras pessoas façam o que queremos, é influenciar os outros em suas atitudes. Todos os pais gostariam que seus filhos fossem melhores que eles mesmos, por isso, precisam agir como líderes para, assim, influenciá-los a serem como desejam”, explica a consultora organizacional Sonia Jordão.

Sonia ainda dá algumas dicas de liderança, que, segundo ela, são usadas por bons líderes nas organizações:

- Respeite o direito do outro, assim você conquista sua confiança.
- Saiba ouvir, preste atenção no outro.
- Seja capaz de compreender e perdoar. Errar é humano.
- No lugar de impor suas idéias, procure conquistar seus filhos, com afeto e segurança.
- Busque conhecer a si mesmo e principalmente a seus filhos.
- Respeite as diferenças entre as pessoas, não trate um filho da mesma forma que trata o outro.
- Seja firme, sem usar a agressividade. Procure impor sua autoridade pelo respeito e exemplo e não pela força.
- Saiba por que está dizendo um “não” e mantenha sua palavra.
- Coloque limites, assim seu filho aprenderá que não pode ter tudo o que quer, na hora e da forma que quer. A vida nem sempre nos oferece o que queremos.
- Cumpra o que prometeu, seja um prêmio ou uma punição e não prometa o que você não pode cumprir. A confiança é um edifício difícil de ser construído, fácil de ser demolido e muito difícil de ser reconstruído.
- Delegue responsabilidades.
- Dê feedback, seja ele positivo ou negativo. Mostre onde o outro está errando, isso o ajudará a crescer.
- Seja exemplar. As pessoas seguem o que você faz e não o que você diz para fazerem.
- Evite punir quando estiver irado, espere se acalmar e aí corrija os erros que percebeu.
- Procure acentuar as características positivas de seus filhos. Quando alguém recebe um “rótulo” de que é de alguma forma fará muita coisa para manter isso.
- Use a máxima da liderança que é: elogiar em público e criticar em particular.

Sonia Jordão é especialista em liderança, palestrante, consultora empresarial e escritora. Autora do livro “A Arte de liderar – Vivenciando mudanças num mundo globalizado”, e dos livros de bolso “E agora, Venceslau? - Como deixar de ser um líder explosivo” e “E agora, Lívia? – Desafios da liderança”.

Sites: www.soniajordao.com.br, www.tecerlideranca.com.br e www.umnovoprofissional.com.br.

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