CONCORDÂNCIA UNIVERSAL (parte 7)

                           (tese pluralística

Vim a encerrar o segmento seis (6) de tal “tese” com pelo menos dezesseis (16) itens de questionamentos a serem solucionados pelos observadores rígidos do que se contêm nos dizeres preceituados pela Concordância Universal do mestre codificador. 

Itens tais que, na prática, seria bastante custoso de se apurar e de se fazer visando tudo se obter como certeza inquebrantável, todos aqueles novos ensinos encerrados não só no tratado de “A Grande Síntese”, bem como no de seus demais livros que, para mim, são tão importantes e tão vitais como aquele primeiro de sua brilhante concepção. 

Somando-se a isto, e, na possibilidade de se tentar tal empreitada, teríamos também de confirmar uma série de novos ensinos contidos na lavra mediúnica de Chico Xavier, de Yvonne Pereira, de Divaldo Franco e tantos outros conteúdos doutrinários de tantos outros médiuns do território nacional e internacional. E até que seria bom, pois se haveria de constatar, também, fatos, tropeços e inverdades de obras consideradas suspeitas, apesar de que algumas delas não passam nem pelo crivo de inteligências menos rigorosas, mas nem por isso se deveria eximi-las de um possível trabalho de Consenso Universal. 

Assim, apesar de ser um labor bastante complicado, o mesmo não seria impossível, quero crer, para o grande codificador se ele por aqui aportasse, ou, estivesse corporificado, ou seja, reencarnado. Mas questiono ainda, dando seqüência aos dezesseis itens anteriores: 

17 - Tais instrumentos mediúnicos: Ubaldi, Chico, Divaldo, Raul Teixeira, e etc, etc, (ou pelo menos os que estão por aqui, ainda reencarnados), tais médiuns serviriam para aquelas cogitações levantadas nos dezesseis (16) itens citados, ou seja, para as apurações concordantes, devidas ou indevidas, de si mesmos e dos outros? 

E vamos ainda a mais três (3) dúvidas por mim levantadas: 

18 - E se este novo Kardec entre nós se dispusesse a retificar e ampliar o referido princípio da CUEE será que o aceitaríamos como sendo o mesmo Codificador do século dezenove, ou será que o rejeitaríamos como sendo um herege de si mesmo? 

19 - Se a metodologia científica tem suas retificações, de quando em quando, será que admitiríamos as retificações atualizadas do novo Kardec? 

20 - Eis aí outro grande problema, não é mesmo? Pois o codificador teria feito seus progressos espirituais e evoluído seus pontos de vista, retificando posições anteriormente firmadas para mais amplas definições do conceito da CUEE, não seria assim? 

Penso que, em face de tantas dificuldades, e, como o mestre de Lyon já não está mais entre nós, e tampouco reencarnado, convenhamos, com o perdão da sentença: 

Pietro Ubaldi, Chico Xavier, Divaldo, Yvonne: Século vinte (20), das conquistas espaciais, dos computadores, da internet, dos novos paradigmas, dos grandes reformadores científicos dotados de lógica formal, tais como Einstein, Minkowski, Planck, Einsenberg, e porque não dizer também, ora essa, século de André Luiz, Emmanuel, Joanna de Angelis e etc, etc, que trouxeram, tanto uns, quanto outros, benefícios de monta em nossos raciocínios e modos de ver e de interpretar as coisas. 

É preciso, pois, que tenhamos a inteligência para admitir que nem tudo, no tocante ao Espiritismo, pode basear-se no estritamente codificado pelo prestigioso Kardec do século dezenove (19), mesmo que o Kardec do século vinte (20) não tenha estado reencarnado por aqui, ou, se reencarnou, não foi reconhecido e não laborou como quereríamos que laborasse. Ao seu tempo, Kardec, como missionário de méritos incalculáveis, pudera, com o auxílio da Espiritualidade Maior, tornar-se um pólo centralizador e, portanto, capaz de receber comunicações mediúnicas de cerca de mil centros espíritas sérios espalhados pelo mundo. 

Hoje, só no território brasileiro, contamos com aproximadamente quinze (15) mil centros espíritas registrados ou não. Ou seja: alterou-se o grau de complexidade para a apuração dos dados da fenomenologia mediúnica. 

E, então, questiona-se mais ainda: 

a - Outro líder espiritista não poderia concretizar dito trabalho? 

b - Mas quem, na atualidade, mereceria a honra e a distinção de receber tais comunicações não só do Brasil como do mundo em sua totalidade? 

c - Quem, pergunto, teria a grandeza moral, o conhecimento e a capacidade intelectual de analisá-las criteriosamente, de confrontá-las, e, por fim, fazer a formulação dos novos ensinos e dos novos princípios doutrinários? 

d - Quem teria a envergadura missionária para tal? 

e - Quem teria a capacidade e a honestidade suficientes para tamanha missão, com o respaldo, inclusive, e necessário, da Espiritualidade Maior? 

f - Se tal missionário não se despontou dentre nós, não será porque Jesus, de fato, não o teria enviado, porque, afinal, seus planos são outros e não os que ardentemente, e equivocadamente, almejamos?

g - Ou será que nossos planos mesquinhos, arrogantes e equivocados são mais relevantes que os Planos de Jesus? 

Noutros termos, quero dizer que a Codificação Espírita decorrera de um momento muito especial, minuciosamente e trabalhosamente planejado pelas hostes maiores da Espiritualidade sob o comando do Espírito de Verdade, ou, de Jesus, momento especial este, venho refletindo e ouso argumentar:

Não ser repetível nos moldes do que ocorrera no passado; ou seja: Não vai se verificar novamente! 

E, como conseqüência, torna-se preciso mudar nossas perspectivas em relação à CUEE e procedermos a uma sua readaptação aos novos tempos se não quisermos ficar encarcerados ao restrito período de quinze anos que demandara a implantação do Espiritismo de Kardec na face terrena. 

Implantação esta, entendo, como o seu marco inicial, sujeito, pois, aos aprofundamentos e progressos decorrentes no tempo, que, incessantemente, vem nos mostrar outras facetas da grande realidade universal. Ora, já se passou mais de um século de lá para cá. 

E pensam os mais ortodoxos que tudo quanto se fez em termos de Espiritismo, digo, obviamente, do seu desenvolvimento progressivo, não esteve sob o amparo e os olhos do Altíssimo? 

Ou será que tudo quanto houve, nestes cento e cinqüenta anos de desenvolvimento doutrinário, terá sido uma grande fraude, uma mistificação de amplitude global? 

Não creio que alguma mentalidade espiritista, em sã consciência, possa de tal forma pensar, e, por isto, repito: 

Já se passaram cento e cinqüenta anos da Codificação Kardequiana, e, portanto, muitos outros missionários já vieram desenvolvê-la sobejamente. Fixar-se tão somente nela é não compreender-lhe a incessante progressividade. E, por isto, sem ofensas, tenho a conjectura de que os espíritas mais ortodoxos tendem a reduzir-se drasticamente de nossas fileiras por dois motivos fundamentais: 

Primeiro: por sua teimosia irracional e estagnação doutrinária, e subseqüentes, brandura e evolução de seus pontos de vista adotando novas e mais altas posturas conceituais; e 

Segundo: pela incapacidade deles mesmos fazerem o que tem de ser feito, de arregaçarem as mangas e cumprirem suas obrigações de confirmar os novos ensinos e princípios suscetíveis de serem incorporados à Doutrina. 

Se eles são assim tão observadores das normas kardecistas, que as façam valer na prática ao invés de, em sua comodidade, ficar cobrando dos médiuns e divulgadores, o que eles mesmos deveriam e devem fazer a nível universal (mundial) para que a coisa não fique regionalizada, e, como já o disse: suscetível de receber sérias acusações de fraude, de inverdades científicas, filosóficas e doutrinárias. 

Portanto, penso que os ortodoxos deveriam cumprir com seu relevante papel de seguidores das exigências kardequianas e deveriam, por isto mesmo, arregaçar as mangas e fazer o que tem de ser feito.

Conquanto eu, sinceramente, duvide de tal!

(final da parte 7)

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