CONCORDÂNCIA  UNIVERSAL (parte 6)

                  (tese pluralística)

 

Constatamos, pois, com a parte cinco (5) de tal “tese pluralística”, que o fenômeno evolutivo, conquanto realidade incontestável, ele não contêm a mais completa e perfeita explicação do nosso universo. Só o conhecimento do Mecanismo Fenomênico Involutivo-Evolutivo, como binômio inseparável, pode dar solução mais ampla e mais adequada para todos os problemas.

 

E o fato é que: realmente tudo muda o tempo todo e também nós, os humanos, precisamos mudar, melhorar sempre, renovando nossa mentalidade mesquinha das coisas, alcançando mais alta e mais perfeita definição conceitual e espiritual do universo concebível. Mas constato que, nas mudanças e transformações de mim mesmo, encontrei a solução cabal, aquela mesma que eu tanto buscara em minhas salutares perquirições; e daí a serenidade hoje vivida e constatada em meu presente estado psicológico. Apesar da vibração destoante do mundo, sinto-me harmônico com a Lei.

 

Mas percebo mais: percebo que meu “instrutor” soube bem orientar meu pensamento deixando-o devidamente estruturado no saber do mundo; na relevante posição doutrinária de Kardec; dos clássicos; na incontestável espiritualidade da obra de Xavier; e, posteriormente, fornecendo-me a solução dos problemas concernentes à gênese do Espírito, da Matéria e da Dor, da Involução e da Evolução por meio da bagagem filosófica e intuitiva ubaldiana, mostrando-me que ambos, Allan Kardec e Pietro Ubaldi, ou, Espiritismo e Monismo, constituem uma mesma Doutrina, entrosáveis e consecutivas. E isto pelas necessidades de ampliações e desenvolvimentos do primeiro, bem como, também, pelas necessidades de confirmações e ratificações do segundo, um se encontrando no outro, se encaixando e se amparando mutuamente.

 

Ora, o Espiritismo como já visto noutras partes do presente escrito, e, conquanto encontrar-se:

 

“Fundado de acordo com o estado presente dos conhecimentos, tem ele que se modificar e se completar à medida que novas observações lhe demonstrarem as deficiências ou os defeitos”. (Vide: “Obras Póstumas” – Allan Kardec).

 

No caso em questão, o Espiritismo continha e contêm em gérmen os mesmos princípios do Monismo, bastando apenas desenvolvê-los e Ubaldi, em sua honorável e altíssima missão de imparcialidade e universalidade o faz, o completa e o desenvolve amplamente, conclusão esta que irá levantar a ira dos mais ortodoxos do nosso movimento; mas Jesus não precisa pedir licença a tais para desenvolver sua cósmica Doutrina do Amor Universal que vem de Deus, e não de mentalidades barradas pela ortodoxia que Kardec, afinal, não implantou.

 

Portanto, não estou tratando de conjecturas, mas sim de posturas filosóficas e científicas constantes e extraídas dos próprios textos codificados e do próprio punho de Kardec. Naquela “Revista Espírita”, de março de 1864, o codificador não estava inteiramente seguro de que os Espíritos são criados Simples e Ignorantes ao constatar a verdade de que: “o sofrimento dos animais é constante”. E alegava sua falta de inteligência para compreender racionalmente as tantas misérias, as tantas dores experienciadas pelos nossos irmãos mais pequeninos. Mas resolvera, em sua prudência, não imputar culpa alguma ao Criador por também desconhecer-lhe as razões. E, hoje, constatamos, a culpa foi da criatura que errou e não do Criador.

 

E Kardec, como se vê, acertou em suas deduções filosóficas. Assim sendo, as afirmações dos que sugerem ou pensam que o Espiritismo é uma Doutrina Completa, são falsas. As afirmações dos que assim se conduzem partem de uma visão distorcida do Espiritismo, da obra inteira de Kardec. Parece que tais não o conhecem mais fundamente, e, portanto, deveriam silenciar-se diante daquilo que desconhecem.

 

Segundo o próprio Codificador: o Espiritismo não é uma Doutrina Completa, mas por completar-se.

 

A revelação, afirmava Kardec, é essencialmente progressiva. Sem dúvida, em um mundo tão atrasado como o nosso, como querer que não haja mais nada para aprender e por revelar-se da Divina Lei? E daí a necessidade da minha “tese” mostrando a real possibilidade de tal completação dos dois grandes missionários de Jesus: Allan Kardec e Pietro Ubaldi. Donde entender-se que:

 

O Modelo Evolutivo de Kardec é completado pelo Modelo Involutivo-Evolutivo de Pietro Ubaldi, indubitavelmente!

 

Mesmo assim, alguns insistirão que a obra de Ubaldi não passou pelo critério da Concordância Universal, o que demonstro não ser verdade pelos escritos já postados na net de título: “Pietro Ubaldi e Concordância Universal”, firmando de vez o que Kardec chamava de Espiritismo Completo, Integral, juntando, assim, duas fontes notáveis de conhecimento por meio da revelação com o “Espírito da Verdade” e da revelação ubaldiana na altíssima presença de “Sua Voz”.

 

Com efeito, em se desprezando os sólidos argumentos dos escritos retro citados, como fazer então para se constatar alguma outra forma de consenso, se Kardec encontra-se ausente do nosso instante evolutivo para, então, item por item, princípio por princípio, ensino por ensino, submeter ao critério da CUEE, todos aqueles numerosos problemas da grandiosa e estupenda fenomenologia universal, de todas aquelas transcendentes questões tratadas em “A Grande Síntese” ubaldiana. E quem teria autoridade para, na sua falta, empreender tal façanha intelectual, científica e moral, de substituição ao grande codificador Allan Kardec?

 

Até que alguns ‘Kardecs’ apareceram por aí, no decurso do século vinte (20), mas, sem dúvida, ‘Kardecs’ um tanto deficitários, destituídos da grandeza científica e pedagógica que caracterizava o eminente pensador.

 

Mas outros espiritistas não poderiam tentar?

 

 

 

É óbvio que sim. E tenho notícias de que alguns respeitosos confrades, honestamente, até que se agruparam para o reinício do controle científico das informações mediúnicas; mas tais elementos alegam que foram barrados pelo religiosismo, como também pelo misticismo, reinantes no meio espírita de sua pesquisa e trabalho de campo.

 

E, então, desistiram da empreitada.

 

Assim sendo, retornemos à tônica e vamos supor que um novo Kardec, não falso, mas verdadeiro, estivesse reencarnado no mundo:

 

 

1 - Como se procederia para tudo submeter à CUEE?

 

 

2 Haveria colaboradores mediúnicos suficientes, insuspeitos, e com tanta evolução espiritual, e, portanto, com bagagem conceptual o bastante para que tudo se verificasse e se resolvesse pelo aludido método kardequiano?

 

 

3 - Questionamos isto pelo fato, por exemplo, de Ubaldi e Chico Xavier, por se acharem um tanto acima da média dos Espíritos aqui reencarnados, e que, portanto, estarão a exigir, dadas às suas condições excepcionais, instrumentais mediúnicos de similares capacidades, não é mesmo?

 

 

4 - E haveria tais instrumentos mediúnicos, de mesmo gabarito, para receberem seus Espíritos superiores e confirmarem ou não confirmarem os novos conceitos doutrinários daqueles outros?

 

 

5 - Ou seriam médiuns comuns trabalhando com Espíritos elevados e dando apenas respostas de tipo sim ou não, autorizando ou desautorizando esta ou aquela questão?

 

6 - E quanto à presença da Equipe Espiritual Superior, do exame da coerência e teor de sua linguagem nas comunicações?

 

 

7 - E o confronto com as verdades científicas já estabelecidas?

 

 

8 – Bem como da comparação dos ensinos e instruções dos diferentes médiuns, de diferentes lugares, sobre o mesmo tema?

 

 

9 - E, em tal caso, dever-se-ia, como é óbvio, apurar-se os ensinos de instrumentais mediúnicos do mundo inteiro, assumindo o caráter de concordância universal, para que a coisa não ficasse regionalizada e, portanto, deturpada, não é mesmo?

 

 

10 -Além do mais, me refiro, ainda, à delicada questão da subjetividade de tais elementos, tornando-se uma tarefa árdua a de se analisar tais situações nos referidos colaboradores mediúnicos, e, mais uma vez, do mundo inteiro, não é bem assim?

 

 

11 -E quantas comunicações seriam necessárias para que se determinasse como sendo suficiente para se constatar um fato, uma verdade, um novo princípio doutrinário?

 

 

12 - E o que fazer com as respostas contrárias ao sim, ou seja, ao que se verificou, supostamente, como sendo inverdade?

 

 

13 - Mas uma inverdade hoje não pode tornar-se uma verdade amanhã?

 

 

 

 

14 - Se tivéssemos, por exemplo, para um mesmo questionamento, 35% de sim, 40% de não e 25% de respostas imprecisas, como se faria para constatar o que houve de influência cultural, de grau evolutivo, e, portanto, de conhecimentos do médium, deturpando, ou não, tais resultados?

 

 

15 - E isto pelo fato de que a cultura dos ingleses é diferente da cultura dos brasileiros, dos mexicanos, dos africanos, e etc, etc, não estou certo?

 

 

16 - E, depois de tudo isso, o mais relevante ainda, tudo submeter à Espiritualidade Maior para que conferisse e endossasse, ou não, o exaustivo trabalho, pois que a Doutrina não pertence a nós, tampouco a mim ou a você, mas pertence a ela, ou seja, à comunidade dos Espíritos Superiores, não é fato?

 

 

Tão gigantesco trabalho parece meio custoso e bastante inviável a certos padrões da inteligência terrena, sobretudo para aqueles ‘Kardecs’ falsos, distantes do caráter científico e das profundidades filosóficas brilhantes do notável pesquisador.

 

Mas o que não seria possível a um Allan Kardec verdadeiro?

 

E será que ele retornará para completar sua grande missão?

 

Sem dúvida é o que veremos nos próximos itens desta minha despretensiosa “tese filosófica e pluralística da CUEE”. 

 (fim da parte 6) 

Propositor: Fernando Rosemberg Patrocínio

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