CONCEPÇÕES DE ENSINO-APRENDIZAGEM DOS ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL NAS AULAS DE CIÊNCIAS DA ESCOLA MUNICIPAL JOÃO VALLE MAURICIO.

Márcia Frota

Palavras Chaves: ciências, concepções de ensino – aprendizagem

Resumo: Este trabalho examinou durante uma roda de discussão as concepções de ensino – aprendizagem de alunos da sétima e oitava serie do ensino fundamental nas aulas de ciências.

Todo trabalho foi direcionado procurando identificar o modelo didático tradicional, tecnológico, espontaneísta e o alternativo proposto por Garcia Pérez (2000),

Introdução:

Após o término das leituras sobre as concepções de ensino – aprendizado no material disponibilizado no módulo em site de busca e no fórum de discussão da turma C do ciclo avançado em Midias na Educação, decidi realizar um questionamento prático com meus alunos do ensino fundamental.

Realizei uma roda de entrevista com o objetivo de investigar e analisar qual a concepção que os alunos possuem sobre como eles aprendem e qual a melhor maneira de aprender nas aulas de ciências

Metodologia

Esta pesquisa foi realizada com alunos da sétima e oitava série do ensino fundamental de uma escola da rede pública municipal de Montes Claros, durante as aulas de ciências. A finalidade da pesquisa tinha como objetivo investigar concepções sobre o ensino – aprendizagem na visão dos alunos.

Para isso, foi realizada uma roda de entrevista aberta, onde foram lançadas duas perguntas, no sentido de identificar respostas que revelem a idéia que os alunos possuem sobre como aprendem e como deveriam ser as aulas de ciência.

Essa roda de entrevista foi realizada com quatro turmas de 7ª série, e três de 8ª série do turno matutino da Escola Municipal João Valle Mauricio, no horário de aula.

As turmas foram divididas em dois grupos conforme a série. Os grupos foram:

Tabela 1: Amostragem pesquisada

Grupos

Nº de alunos (presentes no dia)

7ª serie – quadro turmas

91

8º. Serie – três turmas

87

Total:

178

Os alunos entrevistados responderam a duas questões sobre como eles acham que aprendem e como eles acham que deveriam ser a aula de ciências.

A dinâmica era lançar a pergunta e cada aluno deveria responder conforme seu entendimento e naturalidade.

Para a pergunta "Como você acha que você aprende" , 79 alunos não tinham opinião formada, 50 responderam que aprendem escrevendo o que o professor passa no quadro, 48 aprendem escutando o professor e 21 alunos aprendem quando estão participando de atividades com pesquisas, jogos e experimentos.

Quando perguntado sobre como eles "achavam que deveriam ser a aula de ciências", 62 não tinham nenhuma opinião formada, 60 responderam que achavam que o professor deveria escrever o resumo da matéria no quadro e passar mais exercícios e 56 achavam que o professor deveria fazer mais experiências, levá-los para visitar parques, zoológico, visitar outras cidades, ir para o laboratório de informática, trabalhar em grupo, apresentando trabalho e participando de apresentações de auditório.

Apesar da roda de entrevista não possibilitar de forma sistemática uma análise mais criteriosa das respostas, foi possível identificar os modelos de ensino aprendizagem que os alunos possuem a cerca das suas práticas educativas.

Todo trabalho foi direcionado procurando identificar o modelo didático tradicional, tecnológico,espontaneísta e o alternativo proposto por Garcia Pérez (2000),

Quando os alunos respondem que só aprendem escrevendo ou escutando o professor, podemos identificar de certa forma nesta fala o modelo tradicional, baseado em concepções que valoriza os conteúdos, o papel do aluno no processo e passivo e o professor é o único detentor do conhecimento.

Foi identificado também o modelo alternativo que baseia-se em atividades de investigação de situações problemas o que foi constatado quando os alunos respondem que achavam que professores de ciências deveriam fazer mais experiências e trabalho de campo. Neste modelo o professor e o aluno exercem um papel ativo e as idéias e interesses dos alunos são considerados. No mesmo grupo de respostas citada acima, poderíamos incluir o modelo espontaneísta onde o aluno é tido como foco do processo, sendo valorizado o interesse dos alunos, e a partir deste interesse o professor elabora seu planejamento. Os alunos têm papel ativo no processo, aprendendo por descobertas e são capazes de compreender o contexto social em que vivem. O professor é visto como um líder que coordena o trabalho dos alunos.

Como a roda de entrevista não continha elementos suficientes para uma analise mais eficaz das respostas, o modelo tecnológico que seria uma espécie de modernização do modelo tradicional onde o papel do aluno é de executar todas as atividades programadas pelo professor valorizando os conteúdos mais modernos ligados a temáticas sociais e ambientais onde a função do professor é de direcionar o andamento das atividades, não foi identifico satisfatoriamente.

Conclusão

Os resultados aqui obtidos permitem analisar que as concepções apresentadas pelos alunos demonstram a predominância do modelo didático tradicional, onde acreditam que a melhor forma de aprender é através da transmissão de conhecimento, onde o professor éa personagem principal.

Entretanto, apesar de ser a minoria, percebi que o grupo de alunos que apresentam características que endossam o modelo alternativo e espontaneista de ensino, são alunos dinâmicos, interessados e participativos.

Referências:

García Pérez F. Francisco. Los modelos didácticos como instrumento de análises y de

intervención em La realidad educativa. Revista Bibliográfica de Geografia y Ciencias

Sociales, número 207, fev, 2000.

João Batista Santos Junior1, Maria Eunice Ribeiro Marcondes. Um estudo sobre os modelos didáticos de um grupo de professores de Química. XIV Encontro Nacional de Ensino de Química (XIV ENEQ). Disponível em:

<http://74.125.47.132/search?q=cache:jkz8DJtbqVAJ:www.quimica.ufpr.br/eduquim/eneq2008/resumos/R0381-1.pdf+Garc%C3%ADa+P%C3%A9rez+(2000)&cd=13&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br> Acesso em: 13/03/2008

Dannuza Dias Cavalcante , Aparecida de Fátima Andrade da Silva – Modelos Didáticos de professore: concepções de ensino – aprendizagem e esperimentação. XIV Encontro Nacional de Ensino de Química (XIV ENEQ) Disponível em:<

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