Resumo: O presente estudo tem como objetivo causar uma inquietação ao ponto de proporcionar novos olhares e conceitos para o que venha ser conhecimento e aprendizagem, bem como trazer a tona um conceito de morte que difere daquele que nos é apresentado desde quando nascemos uma morte como renascimento, como renovação-inovação. O que se quer é deixar margens para estudos posteriores, sem engavetar os pensamentos, fazendo com que estes possam ultrapassar as brechas do estático, e que transitem por possibilidades de um novo pensar sobre ensino-aprendizagem.
Palavras chaves: pensamentos,renovação-inovação, inquietação

"Confesso que, na minha experiência de ser humano, nunca me encontrei com a vida sob a forma de batidas de coração ou ondas cerebrais. A vida humana não se define biologicamente. Permanecemos humanos enquanto existe em nós a esperança da beleza e da alegria. Morta a possibilidade de sentir alegria ou gozar a beleza, o corpo se transforma numa casca de cigarra vazia". (RUBEM ALVES, ano e pagina)

Partindo do pressuposto que conhecimento é tudo aquilo que é absorvido por nós e posto em prática durante todo percurso das nossas vidas e aprendizagem como o que nos é passado de maneira compreensível que possibilita a utilização na prática, é que se pode fazer um paralelo com o que Nádia Bossa (2007) diz:

"É necessário perceber o interjogo entre o desejo de conhecer e o de ignorar"

E que tal se pensássemos o conhecimento como aquela bagagem que você carrega pro resto da vida e ninguém pode tomá-la e aprendizagem como uma morte diária para um novo renascer-aprender?

A morte aqui apresentada não é a tida como fim de tudo, mas sim aquela em que se renova diariamente a maneira de se fazer presente diante de toda e qualquer situação, uma nova forma de ser e estar vida. A morte como a grávida que morre para que renasça a mãe propriamente dita; como a lagarta que morre para que renasça borboleta, a morte do ódio e o renascimento do verdadeiro amor, a morte como vida. Uma morte em renascimento, como que a morte do bebê que engatinha para o renascimento da criança que explora o meio em que vive através de seus mal traçados passos. Assim, a aprendizagem nada mais é do que a morte daquilo que se absorveu hoje para que renasça o novo aprendizado de amanhã, um verdadeiro aprimoramento daquilo que se é captado seja através do meio em que vive ou das pessoas que o cerca.

Essa maneira um tanto quanto complexa de analisar e conceituar a aprendizagem não engaveta as possibilidades de pensá-la de maneira distinta, a intenção não perpassa o fechamento da visão, mas sim abre brechas de inquietações para buscarmos novos olhares nessa trajetória que é o ensino-aprendizagem. Propõem que repensemos a nossa postura enquanto ser atuante nesse processo de ensinar-aprender, isso se levarmos em conta de que a partir do momento que estamos ensinando algo, estamos concomitantemente aprendendo algo.

Repensar as nossas práticas dentro e fora do âmbito educacional ao qual estamos inseridos é o primeiro passo para entendermos o que chamamos de aprendizagem. Afinal, nada é dado de forma estática, tudo se encontra em transição naquela forma, o aluno ao chegar à sala de aula não está sem conhecimento, sem nada, ele está necessitando de lapidação daquilo que já possui, conhecimento, e inquietação para surgimento através da prática daquilo que estar por vir, aprendizagem, é um interjogo do desejo do aluno de querer conhecer mais, aprender, e do ignorar do professor da sua postura enquanto aquele que somente ensina. Para isso, é necessário que se leve em conta às realidades existentes para o aluno, tanto internas, quanto externas.

De acordo com Bossa (2007, p.22), [...] é importante, no entanto, ressaltar que a concepção de aprendizagem resulta de uma visão de homem [...]

Podemos assim, entender que precisamos de um conhecer mais ampliado, com aspectos evolutivos de áreas relacionadas à aprendizagem, bem como deter na integra o que venha ser realmente aprendizagem, para que assim, possamos identificar com sabedoria, os fatores que contribuem para que esta sofra oscilações que muitas vezes promovem o "fracasso" do processo de ensino-aprendizagem.

Diante de toda e qualquer situação que venha a surgir ao longo do nosso processo de ensino-aprendizagem, é necessário que possamos nos munir de todo conhecimento que nos fora promovido, através da nossa busca incessante por este, levando em consideração que em qualquer meio que nos fazemos presente, seja ele educacional ou não, até por quer todo meio de uma forma ou de outra proporciona o processo de ensino-aprendizagem, não podemos e nem devemos engavetar as coisas como dadas, concretas e finalizadas, mas sim encará-las como nós mesmos: mutáveis, transformáveis, em fim, vivos, reconstrutores, mortos-renascidos a cada dia a cada instante. Que reinventemos novas formas de pensar e novas maneiras de atuar por entre as brechas do viver intensa educação.

BIOGRAFIA

ALVES, Rubem, Sobre a morte e o morrer Texto publicado no jornal "Folha de São Paulo", Caderno "Sinapse" do dia 12-10-03. fls 3.

BOSSA, Nadia A. A Psicopedagogia no Brasil:contribuições a partir da prática. 3ed.- Porto Alegre: Artmed, 2007.