UNIÃO METROPOLITANA DE EDUCAÇÃO E CULTURA
CURSO DE PEDAGOGIA




JAKSON QUEIROZ RAMOS



ESTUDOS DA SOCIEDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL









Itabuna, 05/2011
JAKSON QUEIROZ RAMOS




Concepção de Infância e Educação Infantil

















Itabuna, 05/2011
A concepção de infância dos dias atuais é bem diferente de alguns séculos atrás. É importante salientar que a visão que se tem da criança é algo historicamente construído, por isso é que se pode perceber os grandes contrastes em relação ao sentimento de infância no decorrer dos tempos. O que hoje pode parecer uma aberração, como a indiferença destinada à criança pequena, há séculos atrás era algo absolutamente normal. Por maior estranheza que se cause a humanidade nem sempre viu a criança como um ser em particular, e por muito tempo a tratou como um adulto em miniatura.
Com base nesta afirmativa que o texto traz, podemos observar desde as produções literárias que só eram destinadas para o publico adulto como também as antigas vestimentas, em que não se tinha roupas adequadas para crianças verificando que as reproduziam como mini adultos.
Passar a observar a criança como um ser completo e não como uma tabula rasa, foi um avanço que podemos verificar e fundamentar nos estudos de Piaget onde ele diz (a criança não é uma tabula rasa), ou seja, a mente não é um vazio, partido destes pressupostos podemos entender e fazer com que as crianças possam demonstrar os seus desejos.
De um ser sem importância, quase imperceptível, a criança num processo secular ocupa um maior destaque na sociedade, e a humanidade lhe lança um novo olhar.
Passando a olhar a criança com outros olhos, tanto cognitivamente como socialmente, respeitando seus anseios e vontades, o adulto passou não só a respeitá-la como também se verificou as dimensões do ser afetivo e único.
É importante salientar como afirma Áries que até o século XVII, a duração da infância não era bem definida, usando-se este termo até aos jovens de 18 anos ou mais. Observando o que afirma Áries podemos entender o porquê de hoje ainda encontrarmos famílias que não entende o que realmente a criança é, e fazendo-se assim com que a criança deixe cada vez mais cedo sua infância e assuma uma posição de responsabilidade, até mesmo como chefe de família assumindo o sustento da mesma.
É muito interessante que o texto fala de uma mesma época e de maneiras de se tratar a criança diferente, baseando-se no contexto social, ou seja, a criança burguesa era tratada de maneira diferente, desde suas vestimentas até o contato social que não eram feitos com adultos e sim com outras crianças. No entanto está maneira da burguesia influenciou bastante na concepção de crianças no geral, pois este fato essencial aparece logo ao primeiro olhar lançado às numerosas representações de criança do inicio do século XVII.
A maneira de se educar as crianças durante muito tempo se foi dado através das famílias que davam a base e a estrutura para sua formação, principalmente os valores e crenças que eram passados através da mãe. Sendo assim como afirma o texto, depois do desmame a criança já era vista como um adulto e já podia ajudar os adultos nas atividades do dia-a-dia. Nesta época ainda não se tinha a junção de educar e cuidar, desrespeitando a identidade pessoal da criança.
Na Europa com a Revolução Industrial, a sociedade agrário-mercantil transforma-se em urbano-manufatureira, num cenário de conflitos, onde as crianças eram vítimas de pobreza, abandono e maus-tratos, com grande índice de mortalidade. Aos poucos o atendimento às crianças torna-se mais formal, como resposta a essa situação, foram surgindo instituições para o atendimento de crianças desfavorecidas ou crianças cujos pais trabalhavam nas fábricas (OLIVEIRA, 2002).
Partindo desta afirmação que o texto mostra, podemos entender o porquê que o educar e cuidar não são respeitados até os dias atuais, pois a idéia de instituições para o atendimento as crianças, que foram criados depois da Revolução Industrial, só cuidavam dos pequeninos e não tinha uma formação pedagógica, isso se encarnou na sociedade, e traz seus reflexos nos dias atuais, onde pais mandam seus filhos para estas instituições como creche só com o objetivo de que sues filhos sejam cuidados, pois eles estão fazendo outras tarefas como trabalhar fora ou até mesmo descansar dos próprios filhos.
É muito preocupante, pois podemos verificar nos discursos dos pais quando indagamos o porquê de colocar seu filho numa creche, e a resposta na sua maioria é porque preciso trabalhar e não tem quem fique com eles. O pedagógico precisa ser aplicado e o direito da criança aprender precisa ser respeitado, contudo esse contraste só passará a mudar, quando a resposta dos pais a está pergunta for: Porque é direito do meu filho que ele aprenda, e estar numa creche o ajudará no seu desenvolvimento humano. De certo que é direito que da criança ser respeitada e ter estímulos no seu desenvolvimento que o ajudará não só a ter um desenvolvimento humano, como psicológico e social. Uma criança trabalhada desde o seu período motor, ou seja, estando sendo respeitada as suas vontades, desejos e emoções, fará com que os aspectos pedagógicos cognitivos, possam ajudar para que se transforme num ser autônomo, um cidadão crítico.
Sé é preciso respeitar o tempo da criança, colocar uma criança numa creche, pensando no cunho pedagógico, não é obrigar que elas estejam lendo e escrevendo no período de 4 a 5 anos, mas sim respeitar o seu tempo, dando para ela o máximo de sensações que possam ajudá-la na construção do seu pensamento e de seu raciocínio lógico.
No Brasil, a criança também era vista como uma tabula rasa, não se tendo literatura apropriada, nem vestimentas especificas, nem escolas feitas para elas. Por falar em escolas até os dias atuais ainda são muito poucas as escolas feitas pensando na criança, ou seja, ainda não se há um investimento serio verificando que a criança é um ser único. Isso se justifica partindo da idéia que fomos colonizados por um país europeu falido, e que ainda temos resquícios desta cultura imposta.
Depois dos anos noventa e mais uma vez falando na concepção de infância, partindo da idéia de que a criança é um ser totalmente diferente do adulto, aqui no Brasil começa a mudar a concepção de criança, se torna mais presente uma preocupação em entendê-la e atende-la. A afirmação de Vigotsky, que enfatiza a criança como um sujeito social ou seja ela se sustenta do meio em que vive, absorvendo e entendo tudo que se passa a sua volta, surgiu a Lei de Diretrizes e Bases com a Lei n. 9394/96, que incorpora a Educação Infantil como primeiro nível da educação básica, sedo fortalecido pelo ECA, Estatuto da Criança e do Adolescente, e o Referencial Curricular, somam força para melhorar e qualificar a educação das nossas crianças.
No entanto a ECA, quanto o Referencial, já se encontra ultrapassados, precisando ser reformulados, o avanço com estes documentos foram enormes, contudo ainda se é preciso que se faça valer o que nele foi decorrido. Um referencial que foi criado no ano de 1998, a LDB com a Lei 9394 do ano de 1996 e o ECA que foi criado há 21 anos, precisa passar por muitas reformulações para de fato tentar garantir o que nos garante a Constituição Federal que foi reformulada no ano de 1988, onde a concepção de infância, o contexto histórico da época, e os valores eram outros.






REFERÊNCIA
http://www.artigonal.com/educacao-infantil-artigos/concepcao-de-infancia-e-educacao-infantil-1080579.html