Platão.

O grande desejo  de Platão 428-348 antes da nossa era, foi comprender a verdadeira Ciência  do conhecimento falso  fundamentado apenas na crença.  Sua principal preocupação, como compreender o fluxo da natureza, a questão da mudança permanente das coisas.

 Tudo muda, estações do ano, sementes que transformam em árvores, o homem que envelhece e morre, e, da sua genética nasce um novo homem,  nada no mundo é prerene, o que existe é a mudança.

Como podemos ter certeza da explicação das coisas se os fenômenos naturais estão em permanentes transformações, mudanças, para Platão,  isso significava uma grande dificuldade.

Era difícil medir o tempo, a Matemática não bem desenvolvida, com pouco caráter da exatidão, como por exemplo entender a velocidade, teria que construir um modelo básico  para o pensamento científico,  o que era até certo modo muito complicado.

Como entender a natureza, quando os instrumentos Matemáticos eram aplicáveis apenas aos fundamentos de domínios da estatística e a movimentos parados não atendendo aos cíclos dos movimentos naturais.  

O mundo sempre esteve em permanente mudança, com efeito, jamais poderia de certo modo ser objeto  de conhecimento científico,  portanto, a grande dificuldade dos filósofos,  como entender o eterno fluir de tudo.  Com efeito, o mundo não poderia ser objeto de conhecimento científico.

Exatamente por essa razão, Platão na construção da sua epistemologia recusava a realidade do mundo na perspectiva da valorização dos sentidos, o que  referia especificamente as mudanças do mundo da natureza.

Naturalmente, todas as mudanças  que observamos no cotidiano, referentes ao eterno fluir das coisas, o movimento entendido por Heráclito era de certa forma, uma aparente ilusão, definidas como reflexos de uma realidade não compreensível pelo método empírico, pois o verdadeiro mundo era outro, das ideias e formas.   

Na verdade ele formulou uma ideologia, no uso da geometria, parte da Matemática, melhor formulada no seu tempo, como fundamental  para o conhecimento da supra Ciência sensível, a verdadeira realidade é do outro mundo, sendo o nosso mundo  apenas uma cópia imperfeita. A mudança sinônimo de um quadro de emperfeição.

Sendo assim,  só podemos ter conhecimento do domínio espistemológico do supra-sensivel,  Platão criou uma conceitualização própria, do domínio do mundo das ideias e formas perfeitas, pelo modelo da contemplação.

Então o verdadeiro conhecimento seria tão somente imaginativo, uma espécie de fuga da realidade, do método empírico.  Com efeito, a respeito do mundo sensível, dado seu eterno fluxo ou seja sua imperfeição, era portanto, sendo o mundo inferior e por ser seu domínio sensível, o conhecimento seria  impossível.

Para Platão a respeito do dominio empírico, o conhecimento, seria sempre ideologico, instável e nunca levaria a Ciência a uma verdade universal, eterna e imutável, nao é possivel conhecer o que pela sua natureza a priori,  nao teria sentido para o mundo verificável.

A grande questão,  a mesma coisa no seu fluir,  já não era verdade ao mesmo tempo, dado a sua movimentação, desse modo nada poderia ser conhecido.

Platão sempre viveu a ilusao entre dois mundos, o que levou ao mesmo, a formulação da distinção entre Ciência e opinião, conduzindo o conhecimento para a lógica aplicativa da metafísica, o que foi naturalmente um erro, motivo para  Aristóteles imaginá-lo como não científico, e, propõe uma nova lógica para o desenvolvimento das Ciências.

Então o entendimento das Ciências acontece pela distinção entre os dois mundos, na passagem do seu grande diálogo formulado por Timeu.

O que é perene tem em si seu fundamento, jamais vem de outra parte, o que também não transforma em outra coisa, porque sua realidade é em si mesma com seu próprio fundamento, o mundo real é a sua própria existência, e, nao faz parte da realidade da existencia desse mundo da práxis da aparência.  

Com efeito, o outro mundo, o real, nunca transformará  em outra coisa, devido a sua própria perfeição, de nenhuma maneira nasce, muito menos perece ou modifica, é um mundo em si, da sua idealidade, o seu entendimento é apenas contemplativo, jamais poderá ser empírico ou indutivo, por ser um mundo essencialmente metafísico.

Platão em Timeu, defendeu a seguinte tese, conhecer as ideias na perspectiva da contemplação,  seria em última instância o mesmo que conhecer  a verdade última das coisas. Sendo que as referidas seriam os modelos ou causas do objetos sensiveis.

Com efeito, para Platão só poderia falar de Ciência acerca das ideias, sendo que as mesmas não residiam nas coisas. Portanto, procurar entender as razões das coisas teriam que ir além delas mesmas, pois o verdadeiro mundo é outro sem significação prática ao mundo de natureza empírica.  

Portanto, para Platão a Ciência não era com efeito, o estudo acerca dos objetos que cercam ao homem e que só podemos  compreender o mundo das formas e das ideias, pelos sinais da contemplação.

 Esse modo de pensar, foi infelizmente assimilado pelo cristianismo provocando séculos de atraso, contra ao desenvolvimento, e que ainda hoje encontra respaldos em paises atrasados nas mãos de oportunistas, manipulando massas inocentes em benefícios de interesses econômicos.

Edjar Dias de Vasconcelos.