COMUNIDADE ESCOLAR E A POLÍTICA DE INCLUSÃO

Leila Martins da Silva

PALAVRA-CHAVE: Comunidade escolar, política de inclusão, família.

O presente trabalho aborda a questão da inclusão e comunidade escolar, pois quando se trata do questionamento da educação inclusiva surgem então temores e preocupações para a comunidade, temores esses que dificultam que a inclusão ocorra de verdade. As escolas em geral conhecem a existência das leis quanto a inclusão de pessoas com necessidades especiais em âmbito escolar e que tem o dever de garantir a entrada dos portadores de necessidades especiais mostrando-se favoráveis a política de inclusão e ai que surgem as dificuldades, como por exemplo: escolas sem estruturas ideais para atendimento sem falar em profissionais mal preparados para lidar com portadores de necessidades especiais. Quando se fala em inclusão surge sempre alguma resistência na comunidade escolar em pensar na transformação que a escola irá receber, na tentativa de receber crianças especiais alguns profissionais acreditam que a estrutura das escolas é de certa forma inclusiva e promotora de laços sociais e que somente nela seria possível a permanência do aluno especial.

Inclusão e participação são essenciais à dignidade humana e ao gozo e exercício dos direitos humanos. No campo da educação, tal se reflete no desenvolvimento de estratégias que procuram proporcionar uma equalização genuína de oportunidades. As experiências em muitos países demonstram que a integração de crianças e jovens com necessidades educacionais especiais e mais eficazmente alcançadas em escolas inclusivas que servem a todas as crianças de uma comunidade. (DECLARAÇÃO DE SALAMANCA, 1994, p. 61).

Conforme foi citada acima a inclusão e a participação são caminhos para o ser humano obter sua dignidade e assim exercer sua cidadania. Porém sabe-se que o professor sem a ajuda de uma equipe interdisciplinar que permita pensar o trabalho educativo nos diversos campos do conhecimento, poderá fazer muito pouco diante de um problema tão complexo. O trabalho em conjunto é fundamental para compor uma prática inclusiva. A Educação Especial engloba uma imensa diversidade de necessidades educativas especiais, assim como uma equipe multidisciplinar, composta pelos mais diversos profissionais e especialistas. Seu objetivo principal é promover uma melhor qualidade de vida àqueles que, por algum motivo, necessitam de um atendimento mais adequado à sua realidade física, mental, sensorial e social.

      Com isso é importante que a família se interaja com seus filhos com naturalidade, e assim, facilite sua inclusão dentro da sociedade para que no futuro possam exercer sua cidadania. É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, a saúde, a alimentação, a educação, ao esporte, ao laser, a profissionalização, a cultura, a dignidade, ao respeito, a liberdade e a convivência familiar e comunitária.

A família pode colaborar de maneira muito especial para o desenvolvimento da criança portadora de necessidades especiais na escola, principalmente fornecendo aos profissionais informações sobre as formas de comunicação da criança. Havendo pelo menos uma forma de comunicação utilizada pela criança, outras podem ser desenvolvidas. (PETEERS, 1998, p. 78).

       Conforme Peteers (1998) a família é de grande ajuda na inclusão das crianças, pois ela é quem informa para a instituição de ensino quais são as maneiras que a criança possui para se comunicar e assim interagir melhor com as outras pessoas no ambiente onde será inserida, assim, a escola, o professor e a família têm papel determinante na mediação sócio-cultural para que o aluno avance no processo de desenvolvimento, aprendizagem e na formação humana através de situações desafiadoras para o desenvolvimento positivo da auto imagem, independência e autonomia.

       As atividades desenvolvidas no contexto sócio-educativo seguem uma perspectiva interdisciplinar, cujos profissionais independentemente de suas atividades, responsabilidades e especificidades atuam de forma integrada e conjunta, devendo associar o embasamento teórico combinado com a intuição, tendo bom senso para enfrentar os desafios de uma prática social específica, devendo utilizar o planejamento e avaliação como instrumentos importantes na superação do espontaneísmo e ativismo para a consecução dos objetivos sócio-educativos, tendo por finalidade apoiar na prestação de auxílio ao professor e ao aluno no ensino regular no que diz respeito a recursos materiais, físicos e humanos e sala de recursos, assim como complementar o currículo viabilizando o acesso quando necessário em turno inverso e suplementar ampliando, aprofundando ou enriquecendo o currículo escolar.

          Para atender essa nova perspectiva a escola inclusiva de acordo com Minetto (2006, p. 51) é aquela que se organiza para oferecer condições reais de aprendizagem e não só à socialização, o que implica um remanejamento e reestruturação dos recursos e do suporte psicoeducacional.

           Ao contrário da integração o processo de Inclusão tem por objetivo atender a todos os alunos, cuja sua efetivação se deu após a Conferência Mundial sobre Necessidades Educativas Especiais, realizada na Espanha em Salamanca, da qual segundo Fernandes (2006, p. 36 e 55) resultou a Declaração de Salamanca, que defendia uma escola única para todos, independentemente de suas diferenças individuais.

Referências bibliográficas:

CARVALHO, R. E; A Nova LDB e a Educação Especial. Rio de Janeiro: WVA,1997.

MANTOAN, Maria Tereza Egler. Inclusão escolar- o que e? Por quê? Como fazer?. Campinas.2003.

MEC, Saberes e práticas da inclusão: recomendações para a construção de escolas inclusivas. [2.ed.]/ coordenação geral SEESP/ MEC.- Brasília: MEC, Secretaria de Educação Especial,2006.

MINETTO, Maria de Fátima. Currículo na Educação Inclusiva: entendendo esse desafio. Curitiba: IBPEX, 2006.ira; Educação inclusiva: análise e intervenção em uma sala de recursos. Disponível em http://www.scielo.br, acesso 12/07/12.

UNESCO, Declaração de Salamanca, http://www.spn.pt/notvar.