Computador Herói ou Vilão na Educação?

Ana Maria Teixeira Rodrigues

O objetivo desta pesquisa é questionar o Computador como Herói ou Vilão na Educação?
A informática, desde a sua criação em meados do século XX, teve como objetivo o desenvolvimento humano, nos aspectos técnicos que facilitariam a vida do Homem em diversas áreas de atividades, especialmente as científicas.
A partir da década de 1970 nos EUA e fins da década de 1980 no Brasil, com o advento da Internet (Rede Internacional), a informática mudou a face do planeta, diminuindo distâncias, armazenando dados, facilitando as relações comerciais, e tornando-se sem sombra de dúvida, a maior enciclopédia livre que o mundo já conheceu. Inegável o progresso que a Internet tem desenvolvido nas últimas décadas, especialmente a partir da década de 1990, com sua popularização em escala global.
Para os acadêmicos, especialmente os profissionais de Educação física, é a informática, aliada à internet, a ferramenta indispensável às pesquisas, ao desenvolvimento de metodologias e de material didático além de facilitar a interação entre todos os profissionais e estudantes da área, independente da localização geográfica em que se encontrem.
Dentro do campo da Educação Física, a informática deve ser uma aliada do saber, explorando-se especialmente sua característica educativa, dotada de uma gama de conteúdos didáticos originários de todos os pontos do planeta disponível a apenas a um toque da mão. É um fabuloso laboratório onde podemos estudar e desenvolver novas idéias.
A informática é, portanto, uma ferramenta essencial ao desenvolvimento de projetos e ideias que contribuem de forma a facilitar a vida do profissional enquanto teórico, refletindo diretamente na qualidade do seu trabalho prático. Desde que se saiba separar os conteúdos e fontes no que se refere à internet, e que se manuseie a informática quanto aos seus componentes físicos e técnicos, podemos afirmar que o conjunto informática e internet são para os acadêmicos em geral, simplesmente imprescindíveis.


A tecnologia está presente em todos os lugares, o que certamente seria um exagero. Entretanto, não se pode negar que a informática, de forma mais ou menos agressiva, tem intensificado a sua presença em nossas vidas.
Almeida (2000: 79), estudioso do assunto, refere-se ao computador como "uma máquina que possibilita testar idéias ou hipóteses, que levam à criação de um mundo abstrato e simbólico, ao mesmo tempo em que permite introduzir diferentes formas de atuação e interação entre as pessoas." Sendo, por conseguinte, um equipamento que assume cada vez mais diversas funções. Como ferramenta de trabalho, contribui de forma significativa para uma elevação da produtividade, diminuição de custos e uma otimização da qualidade dos produtos e serviços. Já como ferramenta de entretenimento as suas possibilidades são quase infinitas.
O mesmo só será uma excelente ferramenta, se houver a consciência de que possibilitará mais rapidamente o acesso ao conhecimento e não, somente, utilizado como uma máquina de escrever, de entretenimento, de armazenagem de dados. Urge usá-lo como tecnologia a favor de uma educação mais dinâmica, como auxiliadora de professores e alunos, para uma aprendizagem mais consistente, não perdendo de vista que o computador deve ter um uso adequado e significativo, pois Informática Educativa nada tem a ver com aulas de computação.
Na mesma linha de raciocínio, proliferam em todo país, escolas especializadas no ensino de Informática, na qual o uso da máquina é o principal objeto de estudo, ou seja, o aluno adquire conceitos computacionais, como princípios de funcionamento do computador, noções de hardware e software, além de uso sociais da Tecnologia de Informação e Comunicação ? TICs.
A maioria dos docentes destes cursos, sequer tem formação universitária em Centros de Educação, são inexperientes, tem pouco conhecimento de didática e das teorias pedagógicas, enfim, acabam trazendo para sala de aula, o improviso e as práticas de ensino mecanicistas e repetitivas de cunho tradicionalista sem qualquer preocupação com o desenvolvimento cognitivo de seus alunos. Essa visão de informática pouco altera a realidade educacional, já que traz em seu bojo, um laboratório pouco dinâmico, "engessado" em apostilas estáticas cujas atualizações, quando ocorrem, desvirtuam a verdadeira função social da escola, pois, impossibilitam a construção do conhecimento e a troca de saberes.
A Informática Educativa se caracteriza pelo uso da informática como suporte ao professor, como um instrumento a mais em sua sala de aula, no qual o professor possa utilizar esses recursos colocados a sua disposição. Nesse nível, o computador é explorado pelo professor especialista em sua potencialidade e capacidade, tornando possível simular, praticar ou vivenciar situações, podendo até sugerir conjecturas abstratas, fundamentais a compreensão de um conhecimento ou modelo de conhecimento que se está construindo. (BORGES, 1999: 136).
A Informática Educativa privilegia a utilização do computador como a ferramenta pedagógica que auxilia no processo de construção do conhecimento. Neste momento, o computador é um meio e não um fim, devendo ser usado considerando o desenvolvimento dos componentes curriculares.
Quando o próprio aluno cria, faz, age sobre o software, decidindo o que melhor solucionaria seu problema, torna-se um sujeito ativo de sua aprendizagem O computador ao ser manipulado pelo indivíduo permite a construção e reconstrução do conhecimento, tornando a aprendizagem uma descoberta. Quando a informática é utilizada a serviço da educação emancipadora, o aluno ganha em qualidade de ensino e aprendizagem.
A mudança da função do computador como meio educacional acontece juntamente com um questionamento da função da escola e do papel do professor. A verdadeira função do aparato educacional não deve ser a de ensinar, mas sim a de criar condições de aprendizagem. Isso significa que o professor precisa deixar de ser o repassador de conhecimento ? o computador pode fazer isso e o faz tão eficiente quanto professor ? e passar a ser o criador de ambientes de aprendizagem e o facilitador do processo de desenvolvimento intelectual do aluno. (VALENTE, 1993: 06).
A chegada das tecnologias no ambiente escolar provoca uma mudança de paradigmas. A Informática Educativa nos oferece uma vastidão de recursos que, se bem aproveitados, nos dão suporte para o desenvolvimento de diversas atividades com os alunos. Todavia, a escola contemporânea continua muito arraigada ao padrão jesuítico, no qual o professor fala, o aluno escuta, o professor manda, o aluno obedece.
A democratização do acesso a esses produtos tecnológicos é talvez o maior desafio para esta sociedade demandando esforços e mudanças nas esferas econômica e educacional. Para que todos possam ter informações e utilizar-se de modo confortável as novas tecnologias, é preciso um grande esforço político. Como as tecnologias estão permanentemente em mudança, a aprendizagem contínua é conseqüência natural do momento social e tecnológico que vivemos, a ponto de podermos chamar nossa sociedade de "sociedade de aprendizagem". Todavia, a utilização de ferramentas computacionais em sala de aula, ainda parece ser um desafio para alguns professores que se sentem inseguros em conciliar os conteúdos acadêmicos com instrumentos e ambientes multimídia, os quais ainda não têm pleno domínio.
Certamente, o papel do professor está mudando, seu maior desafio é reaprender a aprender. Compreender que não é mais a única fonte de informação, o transmissor do conhecimento, aquele que ensina, mas aquele que faz aprender, tornando-se um mediador entre o conhecimento e a realidade, um especialista no processo de aprendizagem, em prol de uma educação que priorize não apenas o domínio dos conteúdos, mas o desenvolvimento de habilidades, competências, inteligências, atitudes e valores.
A utilização das TICs no ambiente escolar contribui para essa mudança de paradigmas, sobretudo, para o aumento da motivação em aprender, pois as ferramentas de informática exercem um fascínio em nossos alunos. Se a tecnologia for utilizada de forma adequada, tem muito a nos oferecer, a aprendizagem se tornará mais fácil e prazerosa, pois "as possibilidade de uso do computador como ferramenta educacional está crescendo e os limites dessa expansão são desconhecidos" (VALENTE, 1993: 01).
Compete ao professor e aluno explorarem ao máximo todos os recursos que a tecnologia nos apresenta, de forma a colaborar mais e mais com a aquisição de conhecimento. Ressalta-se ainda que o educando é antes de tudo, o fim, para quem se aplica o desenvolvimento das práticas educativas, levando-o a se inteirar e construir seu conhecimento, por intermédio da interatividade com o ambiente de aprendizado.
É papel da escola é democratizar o acesso ao computador, promovendo a inclusão sócio-digital de nossos alunos. É preciso também que os dirigentes discutam e compreendam as possibilidades pedagógicas deste valioso recurso. Contudo, é preciso estar conscientes de que não é somente a introdução da tecnologia em sala de aula, que trará mudanças na aprendizagem dos alunos, o computador não é uma "panacéia" para todos os problemas educacionais.
O grande desafio da atualidade consiste em trazer essa nova realidade para dentro da sala de aula, o que implica em mudar, de maneira significativa, o processo educacional como um todo.

Atualmente é muito fácil o acesso da criançada à internet (em casa, na escola ou em lan house), não como fim educativo, porém como forma de entretenimento. Nossas crianças muitas vezes buscam o uso do computador de forma educativa quando à escola impõe algum tipo de pesquisa.
A criança é muito curiosa, o computador um objeto de descobertas que a deixa cada vez mais fascinada por esse mundo de conhecimento e aprendizagem. Ela aprende com facilidade e vai criando manhas de manusear a tecnologia. Mas cabe orientação de pais e mestres para um uso controlado.

É importante, entre outras coisas, tomar medidas que preparem a sociedade, e em especial os jovens, para as transformações que estão acontecendo e as que vão ocorrer em decorrência da introdução maciça do computador na sociedade brasileira. E é aqui que a educação tem um papel a desempenhar. Uma política de informática real deve contemplar muito mais do que o simples fabricar de computadores: deve englobar as medidas necessárias para que a sociedade saiba fazer bom uso deles e esteja preparada para as transformações sociais e culturais que advirão de seu uso em larga escala.
A informática encontra-se presente em quase todos os seguimentos da sociedade moderna. Na educação não poderia ser diferente. A relação entre o mundo informático, representado por uma gama de recursos de software e hardware, e o mundo da educação tem crescido muito nestes últimos quinze anos. Foram avaliadas em ambos os segmentos como surgiu a iniciativa de incorporar o computador no processo de ensino, a necessidades curriculares, a forma de utilização desse recurso, o engajamento do corpo docente, assim como, as expectativas para um futuro próximo. Verificou-se que as motivações e abordagens são distintas em ambos os casos. Entretanto, o que se vislumbra é a falácia de que o computador tem-se tornado indispensável no processo de ensino.
O professor tradicional faz nas salas de aulas com uma lousa, isto é, passar as informações aos alunos, avaliar e administrar as atividades propostas e realizadas pelo aluno, como se o computador fosse um clone do professor; ou a utilização do computador na educação de forma inteligente, seria incluir mudanças no sistema atual de ensino, fazendo com que este fosse utilizado pelo aluno como uma ferramenta para a construção do conhecimento, possibilitando a ele criar, pensar e manipular a informação?
Certamente existem professores que participam de um sistema educacional mais conservador, que desejam ferramentas que tenham como característica o controle de diversas tarefas específicas do processo atual de ensino. Vários sistemas computacionais foram e ainda estão sendo desenvolvidos com essas características, desempenhando tarefas que contribuíram para essa abordagem educacional e que serão, com certeza, muito valorizados por profissionais que compartilham dessa visão de educação.
O uso inteligente do computador na educação deverá procurar promover mudanças na abordagem pedagógica vigente; e não apenas colaborar com o professor, para tornar mais eficiente o processo de transmissão de conhecimento. A utilização da informática na educação deve ser analisada como processo de modernização, renovação e troca de resultados.
Conclusão
A participação do computador dentro das salas de aulas, pode ser visto como um mundo muito novo, onde conceitos podem ser ensinados aos alunos de formas nunca antes imaginados através de sistemas audiovisuais, utilizando-se de sons e imagens, transformando assim a sala de aula em um laboratório virtual.
A partir deste novo contexto de ensino-aprendizagem, tanto o aluno quanto o professor obtêm resultados positivos; o aluno através da diversidade, da dinâmica de exploração das informações e do intercâmbio de informações e idéias com outros alunos de outras escolas e outras culturas e, já o professor através da possibilidade de reciclagem de conhecimentos, ampliação de conceitos e de sua didática.
Observa-se que, o uso da tecnologia pode contribuir para ajudar e viabilizar o ensino, criando novas possibilidades principalmente como apoio pedagógico e em cursos de Educação à Distância. A Internet é uma ferramenta pedagógica que facilita a comunicação e a troca de opiniões entre todos em geral.
O mundo da informação tecnológica cresce cada vez mais.