“...Assim,quando o tempo passa,pode ser percebido e medido.Porém quando já decorreu,ninguém o pode medir ou sentir,porque já não existe.”

                                          Confissões, Santo Agostinho, M.Claret- pg. 271

                    A compreensão do tempo é possível, a partir do momento em que  ele passa, pois  assim podemos medi-lo, em um intervalo que separa o começo e o fim do acontecimento,o que foi vivenciado e gravado em  nossa memória.Segundo Aristóteles “o tempo é o número do movimento, segundo antes e  o depois”, ou seja a ordem mensurável do movimento.Então tempo está diretamente relacionado com movimento. Também assim definiram os estóicos, só que, para eles era o intervalo do movimento cósmico.

              Na idade média essa Ideia foi compartilhada, pelos realistas (Tómas de Aquino) e por nominalistas (Ockham).

              Para compreendermos  é necessário  entender, que o tempo é uma sucessão de eventos ligados por uma cadeia de casualidade,conforme acreditava,Leibniz, ou seja, os  eventos  vão acontecendo, e quando um  acaba o outro começa e assim sucessivamente.

               Santo Agostinho, concluiu que somente existe o presente, no lugar e no modo como estiverem, pois o passado já foi e o futuro, ainda não é.

            O paradoxo do tempo  consiste em: “A atenção presente vai lançando o futuro para o passado. E o passado cresce com a diminuição do

futuro, até que esgotado o futuro, não haja mais que passado.” Confissões, Agostinho- Pg 281.como é admissível algo que não existe(futuro) ser lançado para o passado(que também não existe mais), o conceito de paradoxo é exatamente neste sentido, de definições contrárias ao senso comum.

        Quando Santo Agostinho afirma que: “Se ninguém me pergunta (o que é o tempo), eu sei; mas se quiser explicar a quem indaga, já não sei”, por que um paradoxo é difícil explicar, mas  para nossa compreensão pessoal, há um entendimento. E se medimos o tempo através de  fatos vivenciados por nós e registrados em nossa memória, baseando-nos no começo e final de tais fatos, esta situação dificulta na maioria das vezes as explicações, pois dependemos de nossos sentidos.

 

Bibliografia:

   Nicola,A. Dicionário de Filosofia –Martins Fontes -2007

   Agostinho,A Confissões – Trad. Alex Marins- Martins Claret – 2008

   Holanda, A.B – Dicionário da Língua Portuguesa -  Nova Fronteira -1984

       Por.

 Neusa Maria da Silva – Graduada em filosofia