Compreendendo o que é educação na visão de Émile Durkheim e Karl Mannheim.
Publicado em 22 de janeiro de 2013 por Jacinto R. Fontes
O pensam Durkheim e Mannheim sobre a educação?
Este artigo pretende analisar o fenômeno educação, a partir dos pensamentos de Émile Durkheim e Karl Mannheim, bem como compreender com base nesses pensadores o desenvolvimento dessas ideias, visto que se tornaram revolucionarias e impulsionaram outros pensadores.
A educação é um fenômeno humano e social que possuem algumas características especificas tais como: dimensão intencional, deliberação e sistematização. O ato educativo é interpessoal e sempre acontece entre sujeitos, portanto não tem como educar espontaneamente, casualmente e principalmente aleatoriamente. O ato de educar visa uma aprendizagem.
Emile Durkheim defendia a tese de que a educação varia com o espaço e o tempo; que em cada sociedade, ela realiza um universo de interesses, visões de mundo, habilidades, competências requeridos, desejados e considerados necessários a própria existência do indivíduo, quanto da sociedade em geral.
Na sua relação com a sociedade, à educação é vista como um processo metódico de formação das novas gerações pelas gerações mais velhas, segundo a ordem considerada legítima e vigente. Em suas palavras: “não há povo em que não exista certo número de ideias, sentimentos e práticas que a educação deve inculcar a todas as crianças, indistintamente, seja qual for à categoria social a que pertençam”.
Esse modo de conceber, de investigar e fazer educação são considerados conservadores, pois acentua um papel social da educação relacionado única e exclusivamente com a manutenção da ordem social, da tradição e dos interesses vigentes em determinada sociedade. O educando aqui é descrito como objeto, metodicamente submetido ao contexto social e histórico; enquanto o educador é posicionado como sujeito, que age sobre o educando segundo o que é determinado pelo meio em que vive. O conteúdo da educação é o que foi construído pelas gerações passadas como legado cultural.
Já Karl Mannheim conclui que a educação é um tipo de técnica social. “Por técnicas sociais refiro-me a todos os métodos de influenciar o comportamento humano de maneira que este se enquadre nos padrões vigentes de interação e organização sociais”. A educação seria uma ferramenta de controle social, de ajustamento do indivíduo no complexo contexto societário; em geral e nos diversos agrupamentos particulares constitutivos da sociedade à exemplo, da fábrica, do exército, da família, da igreja, do partido, do sindicato etc. Além disso, defende que as transformações ocorridas da organização societária capitalista, a exemplo, do processo de democratização.
Deste modo a forte presença da comunidade na definição das políticas públicas e do desenvolvimento científico e tecnológico ampliaram o universo conceitual e a atuação social da educação.
Jacinto R. Fontes