Recomendo a leitura de “Execução” de Larry Bossidy e Ram Charan.   

Não sou remunerado pela editora – infelizmente - mas este livro é uma grata mistura de teoria e prática, com exemplos reais, um de seus principais pontos fortes.  Os casos relatados pelos autores ajudam a ilustrar a teoria e nos inspiram a tomar ação - executar o que foi planejamento.

O que faço agora é compartilhar uma experiência de estudo de caso.   Reuni-me recentemente com uma equipe de líderes de uma grande empresa de outsourcing de atendimento ao cliente para um trabalho de avaliação de sucesso dos últimos planos de ação implementados.  Todos, como lição de casa, receberam o referido livro com recomendações para que a leitura fosse acompanhada de comentários para debate em grupo, tendo como ponto de partida, uma análise dos sucessos e fracassos na implementação dos últimos planos de melhoria contínua. Juntos estudamos os principais comportamentos essenciais do líder.  Foi uma experiência fascinante.  O debate franco e aberto, com exemplos do nosso dia a dia, trouxe a luz alguns elementos chaves que precisávamos mudar para criar uma cultura de execução na nossa organização. 

A conclusão final do trabalho foi simples: Executar então é por literalmente a mão na massa! Todos! Explico para os céticos... Os líderes mais experientes tornavam-se os mentores, consultores especializados em “planejar”, em adaptar as metodologias acadêmicas e relacioná-las principalmente com os seus fracassos anteriores.  A execução, parte visível da ação, era relegada para as liderança mais inexperientes.  Esta atitude provou-se em mais de uma oportunidade ser um grande erro.  Perdia-se recursos e tempo precioso em retrabalhos ou caminhos equivocados.  A lição aprendida é que alguns insucessos só eram percebidos no fim de um ciclo e normalmente eram fruto da inexperiência na execução e não há culpa nenhuma destes gestores.  Além disso, os ciclos PDCA (Plan, Do, Control, Action) necessitavam de intervalos tão curtos, que frequentemente tinham seus comitês de avaliação esvaziados por serem repetitivamente curtos, outro grande equívoco.  Pareceu-nos erros tão primários que olhamo-nos com grandes sorrisos amarelos.  Passamos então a dividir mais adequadamente as equipes para termos gestores experientes também diretamente envolvidos na execução dos planos, literalmente “respirando a poeira que subia” a cada ação realizada.

Talvez você pergunte:  Só houve fracassos?  Nenhum plano de ação foi implementado com sucesso, mesmo com esta estranha divisão de atividades?   Claro que tivemos mais sucessos que fracassos – felizmente - mas os sucessos estiveram principalmente vinculados ao brilhantismo de alguns jovens líderes ou foram fruto de planejamentos celestialmente perfeitos.   Sinceramente, para sua saúde e empregabilidade, não recomendo apoiar-se em pilares tão frágeis, certo?

Segue para conhecimento, um resumo da nossa opinião sobre os sete comportamentos essenciais do líder que o livro detalha e exemplifica muito bem:

1 - Conheça sua equipe e sua empresa - O líder que se distancia de sua equipe e da realidade do dia a dia da organização não é realmente um líder.   Líderes autênticos vivem a empresa. Não é suficiente receber relatórios sobre a situação da empresa e sobre o desempenho dos funcionários. Relatórios podem trazer cenários equivocados ou estarem errados e as nunca substituirão a convivência com os processos e as pessoas. 

2 - Insista no realismo - A verdade deve ser sempre ser confrontada. Líderes que fogem de conflitos ou problemas levam a organização a uma cultura de fracasso. Os autênticos líderes encaram a realidade da empresa e motivam sua equipe a superar as dificuldades.  Dificuldades são oportunidades de fazer a diferença.  Não é possível viver uma mentira na empresa e conseguir a superação ao mesmo tempo.

3 - Estabeleça metas e prioridades claras - A equipe deve ter uma visão transparente da direção que devem seguir. As metas e prioridades devem ser objetivas e documentadas.  As dúvidas devem ser esclarecidas, todas!  Somente assim haverá a união do grupo e a realização da estratégia da organização.

4 - Conclua o que foi planejado - Projetos e iniciativas abandonadas pela metade tiram a motivação da equipe.   Pior ainda, as iniciativas futuras não serão levadas a sério. Além de escolher corretamente os projetos que devem ser executados, estes devem ser levados adiante com seriedade e compromisso do líder. Este comportamento se refletirá na atitude dos envolvidos. Se realmente é necessário cancelar um projeto, isto deve ser feito formalmente, registrando as lições aprendidas e ações corretivas no planejamento.

5 - Recompense quem faz - Isto parece óbvio, mas muitas empresas ainda tratam todos os colaboradores como iguais.  A organização deve reconhecer as diferenças de desempenho e alimentar uma cultura baseada no crescimento pelo mérito.

6 - Amplie as habilidades das pessoas pela orientação - O treinamento formal é importante, mas a orientação do líder (coaching) também é um fator essencial para o amadurecimento da equipe. A experiência deve ser usada como diferencial de desenvolvimento. Orientar é uma das atividades mais importantes do líder, e aquele que foge desta responsabilidade levará sua equipe ao insucesso.

7 - Conheça a si Próprio - Conheça suas fortaleças e fraquezas, aprenda a ter equilíbrio emocional e lide com suas fracassos e dificuldades.  Não fique cego pela posição que ocupa, ou tomará decisões erradas. Se você é experiente, use seus erros do passado a seu favor.

Vocês acreditam neste modelo?