Existe uma importante diferença entre os termos regra e instrução, embora ambos sejam considerados estimulos verbais. O termo Regra é usado para contingências generalizadas e instrução para Contingências especificas ( Castanhaira, 2001 ; Cerutti 1989 ).
Regras / instruções e auto regras podem participar do controle do comportamento verbal e nao verbal ja que sao adiquiridos por contingências ambientais. Pensando nas vantagens e desvantagens entre essas formas de mudança do comportamento do cliente, podemos dizer que entre as vantagens que a instrução oferece é que existe uma facilitação à aquisição de novos comportamentos, principalmente quando são contingências complexas.
Segundo Skinner ( 1969 ) a instrução é utilizada para complementar contingências ambientais com baixo grau de discriminação. O problema é que usada em excesso, pode provocar uma redução na sensibilidade comportamental. De qualquer forma, a terapia como agência de controle, pode determinar a extenção da variabilidade do responder sob controle da contingência em vigor.
A Regra passada por um locutor, é diferente da auto instrução que é um estimulo verbal gerado pelo proprio individuo. Pensando na Analise Aplicada do Comportamento em contexto clinico, é sabido que é comum que o cliente se comporte em relação ao terapeuta da mesma forma que se comporta no ambiente em relação as outras pessoas. O controle exercido pelo terapeuta com instruções ou mesmo exercidas pelas auto-instruções facilitam a aquisição do repertório comportamental, mas pode reduzir a sensibilidade as mudanças nas contingências ambientais.
O terapeuta pode se utilizar de modelagem consequênciada diferencialmente as verbalizações do cliente de modo a selecionar por aproximações sucessivas o objetivo final ou apresentar análises funcionais prontas interpretando o comportamento do cliente, alem é claro do uso das instruções.
Como a instrução facilita a aquisição de novos comportamentos, mas pode diminuir a sensibilidade a contingência, é interessante se utilizar de estratégias de modelagem simultaneamente para evitar ou minimizar o efeito negativo que pode acontecer. Quanto o terapeuta, clara e precisamente aponta as variaveis de controle do comportamento problema e sugere um comportamento alternativo, a aquisição do novo comportamento é rapido, portanto é bom o terapeuta promover variabilidade comportamental de modo que, no caso de mudanças ambientais ( muitas delas imprevisiveis ), o cliente dispusesse de alternativas para lidar com essas mesmas mudanças, já que a manutenção do controle verbal é mais provavel quando existe um hístorico de reforçamento de comportamento de seguir regras.
O terapeuta tambem pode treinar seu cliente para discriminar quais intruções e auto-instruções devem ser seguidas ou não, por meio de reforçamento diferencial, já que um dos principais objetivos de uma terapia é estabelecer correspondência entre o quê o cliente diz ao terapeuta e o quê de fato o cliente faz em seu ambiente natural.
O terapeuta, através do comportamento verbal pode estabelecer contingências apropriadas para a aquisição de uma maior correspondencia entre dizer-fazer, sendo que pode ser implementadas contingências e considerar que o controle por auto-instruções é mais provável quando o dizer do cliente é desenvolvido por meio de modelagem, em vez de ser adiquirido por meio de instruções.
O terapeuta tambem pode treinar o cliente a implementar o comportamento alvo gradualmente fora da sessão e com isso diminuir a probabilidade de punição.

Referência

Rodrigues, J, A ; Heck, E.T.S : Instruções e Auto Instruções - Contribuições da pesquisa Basica. Cap 10