COMPLICAÇÕES NEUROLÓGICAS E AUDITIVAS DECORRENTES DA MENINGITE BACTERIANA EM NEONATOS

Jamille de Paula1;

 Quíssila Souza2;

Robércia Dias3;

 Juliane Vilela4

RESUMO: A meningite bacteriana neonatal trata-se de um problema de saúde publica, devido a sua fácil disseminação, associada à elevação da morbidade e letalidade, onde o tratamento tardio pode levar a sequelas definitivas. O objetivo do estudo consiste em determinar as complicações neurológicas e auditivas decorrentes da meningite bacteriana neonatal, cuja são caracterizadas como as principais sequelas desenvolvidas a partir do processo infeccioso. Os neonatos hospitalizados nas UTIs, devido a imaturidade do sistema imunológico e pelo baixo peso, são submetidos a vários procedimentos invasivos aumentando ainda mais o risco de infecções. Esse artigo tem como propósito informar como a meningite bacteriana pode acometer de forma negativa a vida dos neonatos. Conclui -se a importância do conhecimento dos profissionais de saúde, a respeito da precoce identificação das manifestações clínicas dos agentes etiológicos, prevenindo o surgimento de complicações na audições e no SNC.

 

PALAVRAS CHAVES: Meningite bacteriana, complicações neurológicas e auditivas, neonatos.

­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­1Discente do Curso de Enfermagem Bacharelado- Faculdade São Francisco de Barreiras- FASB

 ­­­­­­­­­­­­­­­­­­­2Discente do Curso de Enfermagem Bacharelado- Faculdade São Francisco de Barreiras- FASB

 ­­­­­­­­­­­­­­­­­­­3Discente do Curso de Enfermagem Bacharelado- Faculdade São Francisco de Barreiras- FASB

 ­­­­­­­­­­­­­­­­­­ 5Enfermeira, Pós- Graduada em Enfermagem do trabalho, Docente na Faculdade São Francisco de Barreiras - BA

 

  1. 1.                 INTRODUÇÃO

A meningite bacteriana é uma doença de aspecto grave, que causa inflamação nas meninges, cuja se refere a uma membrana que reveste o encéfalo (cérebro, bulbo e cerebelo) e a medula espinhal que está localizada na coluna vertebral abrangendo as estruturas do sistema nervoso central. ¹ Possuem um grande percentual endêmico e epidêmico, com maior incidência de meningite bacteriana em recém-nascidos apresentando elevada probabilidade de morbidade e letalidade, com dados que variam de 4% a 10%,2 sendo a 10ª maior causa de mortalidade no mundo.3

A referida doença tem um alto índice de contaminação e se dissemina com muita facilidade, alcançando grandes proporções, sendo um problema de saúde pública principalmente nos países em desenvolvimento, tornando assustador o número de internamentos hospitalares e de óbitos. Pelo ensejo do neonato ser tão susceptível a este tipo de infecção, requer uma maior atenção na forma de prevenção, controle e tratamento1, sendo de fundamental importância a visita frequente da vigilância epidemiológica na unidade hospitalar. 6

Em neonatos os casos ocorrem com maior frequência entre o nascimento e o 28ª dia de vida, 7 com uma incidência que varia de 0,3 a 1 caso por 1000 nascidos vivos.8-9 Nessa faixa etária, o baixo peso e a imaturidade do sistema imune consistem na deficiência de anticorpos e das funções do sistema complemento.7-10 A imaturidade da barreira hemato-encefálica são consideráveis fatores que contribuem para este tipo de infecção, sendo que os sobreviventes dessa patologia podem apresentar complicações neurológicas e auditivas, onde o tratamento tardio pode acarretar em sequelas definitivas.11

O processo inflamatório inicia-se quando as bactérias invadem as barreiras hematoencefalica, onde através das condições favoráveis encontradas no espaço subaracnoideo liberam endotoxinas. As células cerebrais são estimuladas pelos componentes liberados pelas bactérias a produzirem citosinas, causando um aumento da permeabilidade da barreira hematoencefálica proporcionando um edema cerebral. 12 Nessa área do Sistema Nervoso Central (SNC), as principais sequelas ocasionadas devido ao prognóstico tardio são o atraso no desenvolvimento psicomotor, abscesso cerebral, hidrocefalia, convulsões e alterações motoras sob a forma de tetraplegia, hemiparesia, displegia, ataxia, ventriculite e envolvimento de nervos cranianos podendo afetar o nervo oculomotor e nervo vestibulococlear, provocando a deficiência visual e outras alterações como a surdez neurossensorial que geralmente esta relacionada ao processo inflamatório direto do nervo auditivo, proporcionando a destruição completa ou parcial dos receptores sensoriais. 1

 Diante do que foram abordadas pelo autor estas complicações citadas acima acarretará um comprometimento do desenvolvimento geral da criança, gerando grandes problemas neurológicos, dificultando assim a capacidade de comunicação oral e de aprendizagem desses indivíduos.

Os patógenos, que podem ser encontrados no período neonatal envolvidos na formação das meningites são: Estreptococcus do grupo B (Streptococcus agalactiae), Escherichia coli e Listeria Monocytogenes. A bibliografia nos mostra que alguns desses micro-organismos são raríssimos entre nós, seu encontro varia de acordo com a área geográfica, e socioeconômica e a idade. 14

Os surtos de meningite neonatal contribuem para o desenvolvimento de infecções agressivas devido à deficiência que o recém-nascido está susceptível. A antibioticoterapia é a forma de tratamento que apresenta o melhor resultado terapêutico e eficácia no duelo contra os agentes etiológicos, vale salientar quanto a interrupção do tratamento, pois poderá acarretar em complicações severas.15 Os cuidados com os neonatos devem ser intensivos para detecção de alterações durante a evolução do tratamento da meningite bacteriana, a manutenção do equilíbrio do ácido básico e da termo neutralidade, suporte nutricional, se necessário por via parenteral, transfusões de plasma, leucócitos. Atenção redobrada ao mantimento do equilíbrio hidroeletrolítico, devido à síndrome de excreção desregulada de hormônio antidiurético. 16

De acordo com a importância do tema, delinear-se como objetivo geral, que consiste em determinar as complicações neurológicas e auditivas decorrentes da meningite bacteriana em neonatos. Para o alcance do objetivo é necessário apontar os fatores que influenciam a meningite bacteriana neonatal, relatar as manifestações clínicas da meningite bacteriana em neonatos e identificar os principais meios de tratamento da meningite bacteriana.

O propósito deste estudo é informar os leitores mostrando de modo claro e significativo o quanto a meningite bacteriana proporciona um grande problema de saúde pública, principalmente no que se refere às complicações auditivas e neurológicas, acometendo de forma negativa a vida dos neonatos, pois possuem maior susceptibilidade a adquirir tal patologia, devido à imaturidade do sistema imunológico que dificultando o desenvolvimento do mesmo.

  1. 2.                 METODOLOGIA

Esta é uma pesquisa de abordagem descritiva de caráter exploratório bibliográfico, onde foram realizados a partir de livros, artigos científicos fundamentados através da base de dados disponível no Bireme, Scielo e Google Acadêmico. No decorrer deste trabalho foram selecionados 27 referências de diferentes anos, seguindo os seguintes critérios: idade, pacientes que sobreviveram à infecção bacteriana e que desenvolveram complicações audiológica ou neurológica. A evolução deste estudo fundamentou-se a partir dos seguintes meios: escolha do tema, escolha dos objetivos gerais e específicos, definição dos critérios de inclusão e exclusão, escolha dos assuntos a serem abordadas, assim como o estudo, análise e interpretação dos conteúdos.

A partir dos critérios de inclusão, foram selecionados artigos com neonatos que após a infecção desenvolveram algum tipo de complicação neurológica ou aditiva. Como critério de exclusão: artigos sobre óbitos e neonatos que não desenvolveram sequelas pós-meningite.

  1. 3.                 RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 Principais complicações neurológicas e auditivas

A meningite bacteriana é caracterizada como o processo inflamatório envolvendo as meninges, sendo causadas por microrganismos, que se enquadra no índice elevado de morbidade e mortalidade, decorrente da inflamação da pia-máter, aracnoide e do LCR, devido à invasão de micro-organismos nas meninges – membrana que envolve o encéfalo. 21

A literatura registra que as crianças menores de um ano, estão mais susceptíveis a desenvolverem lesões irreversíveis no sistema nervoso central e auditivo, devido ao processo infeccioso da bacteremia da meningite. A meningite bacteriana é uma das principais patologias para o desenvolvimento de complicações neurológicas devido ao surgimento da infecção do sistema nervoso central (SNC), como também tem uma alta prevalência para o surgimento de deficiência auditiva. 22

A referida doença se origina á partir de uma infecção que ocorre na nasofaringe e geralmente acompanhada por septicemia. Em decorrência de lesões e fraturas cranianas, há uma colonização de micro-organismos, ocorrendo um disseminamento de bactérias para a medula espinhal e diversa locais do crânio, ocorrendo uma danificação devido ao exsudato meníngeo, hipoperfusão e vasculite. No entanto, há uma elevação da permeabilidade da barreira hematoencefalica, pressão intracraniana aumentada e edema cerebral, isso sucede através das complicações relacionadas à meningite bacteriana23.

No que se refere às complicações neurológicas, quando ocorre uma invasão das bactérias no espaço subracnóideo tem como propósito atingir o desenvolvimento psicomotor, ocasionando manifestações neuropatológicas como o aumento da pressão intracraniana, resultando em diminuição do nível de consciência, perda de reflexos pupilar, obstrução do fluxo normal e paralisia dos nervos cranianos,arterites de vasos cranianos, flebites e tromboflebites, herniações encefálicas e secreção inadequada de hormônio antidiurético.1        Alguns neonatos podem mostrar sequelas neurológicas tardias tais como: paralisia cerebral, atraso mental, hidrocefalia, disfunção cerebral mínima, sequelas medulares as mais incidente: paralisia flácidas, pós aracnoidites e mielopatias.1  Esses fatores acontecem com grande frequência em neonatos, devido possuírem uma imaturidade no seu sistema de defesa. Por meio da via hematogenica, ocorre à migração dos micro-organismos patógenos ate o Sistema Nervoso Central (SNC). 1

Complicações neurológicas mais severas estão acompanhadas de um aniquilamento da massa encefálica, devido os neonatos possuírem um sistema de defesa imaturo, valendo ressaltar que na fase aguda as sequelas da meningite bacteriana neonatal abrangem: edema cerebral, ventriculite, aracnoidite e encefalopatia. Podem surgir outras complicações no transcorrer do progresso da patologia como: hidrocefalia aguda, efusões subdurais, abscesso cerebral e paralisia flácida1

Ainda concordando com a afirmação acima as principais complicações acometidas aos portadores da meningite bacteriana que possuem problemas neurológicos são: paralisia cerebral, hidrocefalia, dislexia, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) 27.                                                                                              As complicações da meningite bacteriana decorrente do processo inflamatório, que envolve as meninges e seus vasos sanguíneos, podendo danificar cérebro ou nervos cranianos, lesões cerebrais focais, hidrocefalia, paralisia de nervos cranianos22.

 A audição é um fator determinante no desenvolvimento linguístico, onde a perda ou deficiência auditiva do neonato age de forma negativa na linguagem, interferindo diretamente no aprendizado e no convívio do individuo, devido à dificuldade de comunicação que o mesmo poderá apresentar posteriomente4. Essa perda de audição está relacionada no inicio do período da bacteremia, antes que se manifestam os sinais clínicos da patologia. A lesão pode ser desencadeada pela disseminação de bactérias e toxinas que atinge o nervo vestibulococlear, levando ao desenvolvimento de labirintite supurativa ou neurite do oitavo par do nervo craniano. 8

Observa-se que a perda auditiva é uma sequela frequente causada pela meningite bacteriana, apesar de autores referirem-se de não haver relatos que comprovem a ligação entre historia patológica com a função auditiva após a infecção. Em contrapartida, as investigações realizadas através de pesquisas afirmaram que a presença de infecção bacteriana, sem comprometimento coclear, não prejudicaria a audição desses indivíduos, apontando a cóclea como o principal fator desencadeante da perda auditiva uma vez comprometida24.

A carência auditiva é uma das sequelas acometida por uma lesão que ocorre no oitavo nervo do crânio (ouvido interno ou centro de processamento do cérebro), onde há uma conquista da bactéria na cóclea e labirinto desenvolvendo uma perda neurossensorial. O agente etiológico mais atuante na geração das meningites do recém- nascidos são: Streptococcus do grupo B, Escherichia coli e Listeria monocytogenes. 4 Os prováveis mecanismo desencadeantes da perda da audição foram: migração das bactérias para a cóclea e labirinto, comprometimento dos pequenos vasos e atuação ontotoxica e dano do oitavo par do nervo craniano provocados pelas toxinas25.

 

3.2 Fatores que influenciam a meningite bacteriana neonatal

Os neonatos de baixo peso, especialmente aqueles hospitalizados nas unidades de terapias intensivas (UTI’s), nos quais são submetidos a procedimentos invasivos, constituíram um fator favorável para o desenvolvimento da meningite bacteriana. Devido à deficiência do sistema imunológico, os neonatos quando hospitalizados, estão sujeitos a procedimentos, tais como: a inserção da cânula traqueal, aspiração traqueal, cujo procedimento se torna frequente nos mesmos, justificado pela imaturidade pulmonar ou asfixia perinatal, levando assim a proliferação de micro-organismos para a região lesionada e aumentando ainda mais o índice de infecção. A presença de cateteres também constitui uma enorme entrada para esses agentes patogênicos na circulação sanguínea. 17

Foi observado um apontamento na predominância da meningite bacteriana em neonatos, cuja profilaxia satisfaz a um determinante fator para o controle da doença. Alguns autores também apontam como grandes causadores de infecções, as visitas dos familiares na unidade, onde apesar desses visitantes seguirem normas específicas da Unidade de Terapia Intensiva (UTIs), os mesmos podem apresentar índices que predispõe para esse tipo de infecção19, sendo eles: o visitante é proibido de ter qualquer tipo de contato com os outros neonatos internado na unidade, não podendo manusear os equipamentos do setor sem autorização assim como, não pode ter histórico recente de nenhuma doença infecto contagiosa. 26

Segundo o referido autor o surgimento de infecções hospitalares gera problemas para a instituição e para a equipe da unidade, aumentando tanto o numero de internações do individuo quanto os custos gerados pelo grande período de internamento. Apesar dos recursos fornecidos, como, UTIs capacitadas e melhores condições nas realizações dos pré-natais, pode-se observar que ainda é significativo o número de crianças que ainda nascem prematuras em decorrência do baixo peso, tendo uma maior predisposição para apresentar quadros infecciosos ao nascimento, levando o aumento de hospitalização, e elevação da taxa de mortalidade26.

Outros estudos mostram como forma de contaminação a passagem do feto pelo canal de parto, contraída pela mãe ou possivelmente pelo contato de pessoas contaminadas no caso de infecções do sistema urinário ou no âmbito hospitalar. Entretanto outros autores afirmam que no decorrer do tempo ocorreu uma diminuição do índice de mortalidade devido ao desenvolvimento da qualidade dos processos curativos, melhores condições socioeconômicas, facilidade no acesso das medidas terapêuticas e profiláticas, evolução da qualidade clínica hospitalar prestada aos pacientes16.

                       3.3 Manifestações clínicas da meningite bacteriana em neonatos

Os sintomas predominantes em neonatos no inicio da meningite são mais difíceis de serem percebidos, em geral são manifestados por: choro irritado, hipoatividade, hipo ou hipertemia, gemência, rigidez na nuca, convulsões causadas por cerebrite, abaulamento de fontanela (caracterizada como um excelente sinal) devem chamar a atenção para um possível diagnóstico.12

Além dos casos abordados, pode ocorrer o aparecimento de herpes labial, erupção cutânea com petequias ou hemorragias e conjuntivite.  A rigidez de nuca é um sinal sugestivo que aparece no transpor da doença. No primeiro período da patologia o recém - nascido apresenta irritabilidade, choro agudo e forte, havendo a possibilidade de aparecimento de episódios de torpor e coma. 12-13.

Em concordância com as afirmações acima, à rigidez de nuca destaca-se como o principal sinal da doença. De acordo com vários autores a apresentação dos sinais e sintomas caracteriza – se pela presença de vômitos, febre, letargia, cefaleia, na maioria das vezes associado às convulsões e as manifestações neurológicas. O aparecimento de náuseas e vômitos no período da infecção é um fator desencadeante para o surgimento da cefaleia e da dor na nuca. O autor também ressalta que, a frequência respiratória elevada e o pulso acelerado como também a elevação da pressão intracraniana causa comprometimento da fontanela.21

3.4 Principais meios de tratamento da meningite bacteriana

A medida de tratamento da meningite bacteriana neonatal incide na administração de antibióticos, o qual deverá possuir boa permeabilidade a barreira hemoliquórica e alcançar níveis de concentração bactericida no líquido cefalorraquiano LCR16. As melhorias alcançadas em relação aos cuidados neonatais, como a inserção de novos antibióticos, melhora a taxa de mortalidade causada pela meningite bacteriana.5

No entanto não houve uma diminuição da morbidade neurológica entre os sobreviventes, sendo que a mesma se enquadra entre as mais perigosas do momento5. As cefalosporinas de 3ª geração, ceftriaxona e cefotaxima, são antibióticos que possuem uma grande importância para o combate das bactérias que provocam meningite em recém-nascidos, tendo como função esterilizar ligeiramente o LCR, além de proporcionar poucos efeitos adversos.  Nas meningites acometidas ao neonato, tem a prioridade a utilização de cefotaxima, por apresentar uma maior eficácia durante o seu tratamento 26.

 A abordagem terapêutica que deve ser iniciada nas manifestações da doença após diagnóstico1.  No caso das cefalosporinas de terceira geração, assim como ceftriaxona, devem ser utilizadas como primeira opção. Caso não esteja disponível é substituída pela penicilina. 14-15

Os casos de meningite bacteriana são analisados como emergências, na qual é necessário dá inicio ao tratamento, mesmo sem conhecer o agente etiológico.16  Essa patologia pode em alguns casos levar subitamente para  falência de múltiplos órgãos, choque e óbito em 24 horas, caso não ocorrer tratamento imediato.5

É utilizado anticonvulsivante no decorrer do desenvolvimento da patologia. É usado o fenobarbital por via endovenosa, sendo que necessitam conter as crises com a realização de um eletroecenfalograma, como dose de ataque administra-se de 20-40 mg/kg e dose de manutenção de 5 mg/kg/dia por via endovenosa ou oral.16

Em resumo pode-se dizer que é de extrema importância o acompanhamento dos neonatos que possuem meningite bacteriana até a idade escolar, em consequência da gravidade das sequelas. No que se refere à meningite bacteriana neonatal, o tratamento imediato previne em alguns casos a predisposição de sequelas e incapacidade inalteráveis. 9

 

4.  CONSIDERAÇÔES FINAIS

            Diante do exposto, conclui-se, que a invasão de micro-organismos no cérebro, acarreta o desenvolvimento do processo inflamatório das meninges, levando assim, a maioria dos óbitos. Aos que sobrevivem, pode-se afirmar que se não houver um diagnóstico e tratamento precoce, há o desenvolvimento na maioria dos casos considerável de sequelas auditivas e/ou neurológicas prejudicando toda a evolução global desse recém - nascido. O processo infeccioso das meninges é caracterizado como grande problema de saúde publica a nível mundial, estando presente na lista de doenças de notificação compulsória. Diante disso, é de fundamental importância o conhecimento dos profissionais de saúde, a respeito da fisiopatologia da precoce identificação dos sinais e sintomas dos agentes etiológicos e de todos os outros aspectos relacionados. A respeito da infecção meníngea, é fornecido um diagnóstico e consequentemente um tratamento precoce, com o intuito da melhora do quadro do neonato. 

               Portanto o artigo teve uma favorável contribuição para os estudantes do campo da enfermagem como outros em geral, possibilitando assim um amplo conhecimento á partir do tema abordado, e esclarecendo como a meningite bacteriana pode afetar negativamente o neonato, e que o tratamento tardio pode levar á sequelas definitivas.

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