Comparativo: Cidadão Kane X Muito Além do Cidadão Kane

* Heráclito Ney Suiter

** Gilberto Correia

 

            Como parte de avaliação na disciplina de Teoria das Comunicações, do curso de Comunicação Social/Jornalismo da UnirG, o professor da cadeira  solicitou que fosse feita uma análise comparativa entre dois filmes Cidadão Kane e Muito Além do Cidadão Kane.

            O primeiro, produzido em 1941 nos EUA e dirigido por Orson Wells, foi baseado na biografia do magnata da comunicação Willian Randolph Hearst; o segundo, um documentário dirigido por Simon Hartog, para a BBC de Londres em 1993, alicerçado em fatos das manobras do também magnata Roberto Irineu Marinho, da Rede Globo de Televisão.

            Ao analisar o contexto histórico retratado pelos dois filmes, a obra estadudinense se passa em um período em que a mídia impressa era dominante e acabara de entrar em um estágio de reestruturação editorial e de diagramação, período esse similar ao auge do também magnata brasileiro Assis Chateaubriand.

            No caso do documentário inglês, os fatos ocorrem a partir do início do período ditatorial do Brasil (década de 60) até o final do século XX.  Nesta comparação, compreende-se o termo “muito além” utilizado no título do documentário, pois os fatos ocorridos no Brasil se passaram em uma época em que questões de legislação e ética nos meios de comunicação já se encontravam, ou pelo menos deveriam estar mais instituídos.

            Fica difícil traçar o perfil psicológico dos protagonistas, mas uma coisa é bastante evidente, Hearst era de fato um jornalista, respirava e vivia intensamente sua atividade de comunicador, enquanto Marinho, nem tanto. Outra realidade é que, enquanto o povo norte-americano foi alienado através do cinema, o brasileiro o foi pelos canais abertos de televisão, e neste ponto podemos destacar que o caso do documentário/denúncia produzido pela BBC é bem mais grave em termos de manipulação de uma nação.

            Em especial, dois pontos chamam a atenção neste estudo: 1º - O perigo do monopólio de empresas de comunicação e; 2º - As manobras dos meios de comunicação nem sempre funcionam na seara política.

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* Acadêmico do 2º período de Comunicação Social/Jornalismo da UnirG.

** Professor de Comunicação Social/Jornalismo da Unirg.