Autores: ALISSON FERREIRA PUPULIM*, ANDREY BIFF SARRIS*, LUIZ GUSTAVO RACHID FERNANDES*, MAKI CAROLINE NAKAMURA*, RODRIGO LUIZ STAICHAK* e BERNARDO PASSOS SOBREIRO**

 *Acadêmicos Medicina - UEPG. **Professor Adjunto Urologia - UEPG

Comparação entre as principais medicações para tratamento da disfunção erétil: Viagra (Sildenafil), Cialis (Tadalafila) e Levitra (Vardenafila)

      Os inibidores da PDE-5 devem ser apenas utilizados sob prescrição médica e na presença de desejo sexual. No Brasil, o Sildenafil existe nas dosagens 25, 50 e 100mg; o Vardenafil, nas dosagens 5, 10 e 20mg e o Tadalafil na dose de 5mg (uso diário) e 20mg. As principais diferenças entre os três inibidores, Sildenafil, Vardenafil e Tadalafil, são a potência de inibição da enzima e as propriedades farmacocinéticas, como velocidade de absorção, meia-vida plasmática e duração do efeito (TABELA 2).

     O “Estudo Observacional da Disfunção Erétil” (EDOS) foi um estudo prospectivo, sem intervenção, observacional, longitudinal e com 6 meses de duração, entre 2003 e 2004, realizado em 9 países europeus. O objetivo do estudo foi avaliar a satisfação com o tratamento para DE, a mudança de tratamento e outros fatores associados. Especificamente na Espanha, 1029 pacientes se submeteram ao acompanhamento. O acompanhamento foi realizado depois de 3 meses e após os 6 meses da data de inclusão. Após os primeiros 3 meses, 96,5% do grupo de uso de Tadalafil relatou uma melhora na ereção enquanto o Sildenafil demonstrou uma resposta positiva por 85,7% dos pacientes e o Vardenafil por 87,2%. No acompanhamento de 6 meses, não houve diferença estatística para a melhora de ereção entre as amostras de Tadalafil, Sildenafil e Vardenafil (97,5%, 94,7% e 97,3%, respectivamente). No estudo EDOS como um todo, não houve diferença estatística significativa entre a melhora da ereção entre os três grupos tanto no acompanhamento de 3 meses como no de 6 meses. 

Tabela 2. Comparação entre Sildenafil, Vardenafil e Tadalafil

SILDENAFIL

VARDENAFIL

TADALAFIL

Concentração Plasmática Máxima (Cmáx) – ng/ml

450

20,9

378

Tempo para Cmáx – horas

0,8

0,7-0,9

2

Início da ação – minutos

15-60

15-60

15-120

Meia-Vida – horas

3-5

4-5

17,5

Biodisponibilidade

40%

15%

-

Comidas gordurosas

Reduzem a absorção

Reduzem a absorção

Sem efeito

Efeitos adversos:

            - Cefaleia, dispepsia e flush cutâneo

            - Mialgia e dor lombar

            - Prejuízo visual

 

Sim

Sim

Sim

Raro

Raro

Sim

Sim

Raro

Raro

Precaução com uso de antiarrítmicos

Não

Sim

Não

Contraindicação com uso de nitratos

Sim

Sim

Sim

     Vardenafil é mais potente que o Sildenafil e Tadalafil e possui uma meia-vida maior, aproximadamente 17h. Já o Tadalafil tem ação menor sobre os inibidores da PDE-6 em relação ao Sildenafil e Vardenafil, mostrando assim, uma redução da probabilidade de efeitos colaterais da visão em relação aos outros dois (0,1% para o Tadalafil comparado com os 3% do Sildenafil).

     Os efeitos colaterais costumam ser transitórios e de leve intensidade. Os mais frequentes são: cefaleia, rubor facial, dispepsia e congestão nasal. Dor lombar e mialgia são mais frequentes com o uso do Tadalafil. Os efeitos adversos dos inibidores da PDE-5 provavelmente resultam da vasodilatação sistêmica. A cefaleia e o rubor são provavelmente produzidos pela vasodilatação dos leitos vasculares cerebrais e cutâneos, respectivamente. Os efeitos adversos são raros devido a baixa dose dos inibidores em relação a musculatura vascular. Outro efeito adverso possível dos inibidores de PDE-5 é uma perda de visão transitória ou até mesmo permanente, devido a uma afecção denominada neuropatia óptica isquêmica não-arterítica. Não há certeza sobre o mecanismo e o papel dos inibidores nessa afecção.

     Os inibidores da PDE-5 são metabolizados primordialmente pela via do citocromo CYP3A4. Sendo assim, inibidores deste citocromo (Ritonavir, Saquinavir etc.) e outras drogas metabolizadas por essa via (Cetonoconazol) retardam a metabolização dos inibidores, aumentando seus níveis plasmáticos. A Rifampicina, inibidor seletivo do CYP3A4, pode reduzir os níveis dos inibidores da PDE-5.