Ariane de Jesus Pereira Lima¹, Carine Cristina Silva dos Santos¹

Graduação em Fisioterapia ¹, Universidade Federal da Bahia.

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Ana Quênia Gomes da Silva²

Departamento de Biorregulação ², Universidade Federal da Bahia, Instituto de Ciências da Saúde.

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Resumo:Dismenorreia é definida como dor pélvica pré-menstrual, com ou sem associação a sintomas sistêmicos.O presente artigo teve como objetivoavaliar a eficácia do método Pilates e da Acupuntura no alívio da dismenorreia primária. Trata-se de uma revisão de literatura. A pesquisa foi realizada nas bases de dados eletrônicas Medline, Scielo e Lilacs.Para inclusão no estudo os artigos precisavam conter os seguintes parâmetros: (1) apresentar o texto na integra, e de forma gratuita; (2) ser escritos em português ou ter tradução; (3) abordar a Dismenorreia, ou as técnicas de Acupuntura e Pilates como método de tratamento; (4) ter sido realizados entre os anos de 2004 a 2015; (5) ter um enfoque na Fisioterapia; (6) falar da dismenorreia primária.E como critérios de exclusão (1) estudos com animais; (2) que não abordassem tratamentos para a dismenorreia; (3) estudos que abordassem a dismenorreia secundária; (4) estudos que abordassem apenas tratamentos farmacológicos.Por fim foram selecionados quatroque traziam a relação entre a melhora dos sintomas da dismenorreia primária com as respectivas técnicas de acupuntura e Pilates. Observamos que ambas as técnicas possuem efetiva melhora nos sintomas da dismenorreia primária, diminuindo ou cessando consideravelmente as dores sentidas pelas pacientes ou o uso de anti-inflamatórios.

Palavras Chave:Dismenorreia, Fisioterapia, Dor Pélvica, Acupuntura,Pilates.

Introdução

A menstruação pode ser conceituada como hemorragia uterina cíclica dependente de desintegração e esfoliação do endométrio. Com uma duração de 2 a 8 dias e uma perda sanguínea de 20 a 60 ml, a menstruação repete-se por 40 anos, vai desde a menarca até a menopausa. Um ciclo normal varia de 21 a 45 dias (Gerson et al, 2014)(Augusto,1900).

De acordo com a ginecologista (Rehme,2011)para uma menstruação ser considerada normal, é preciso ter um sistema hormonal intacto, útero e ovários normais, uma vagina que comunique o útero ao trato genital externo. Para que o ciclo menstrual ocorra é preciso que o hipotálamo estimule a hipófise e a mesma produza os hormônios FSH e LH.Estes hormônios por sua vezestimulam o crescimento dos folículos nos ovários que passam a aumentar a produção de estrogênio e após a ovulação, a produção de progesterona. O estrogênio faz com que o endométrio cresça e a progesterona estabiliza esse crescimento. Não havendo gravidez, o corpo lúteo entra em processo de atresia (destruição) o endométrio torna-se frágil pela diminuição dos níveis de progesterona e por fim se desprende em forma de menstruação começando-se um novo ciclo.

A dismenorreia é uma dor severa, pélvica, crônica e cíclica associada à menstruação. Acomete cerca de 90% das mulheres que irão experimentar este quadro em alguma fase da vida.Por possuir sintomas suportáveis, uma grande maioria das mulheres não procura assistência médica (Giraldo et al, 2008).

A dismenorreia pode ser classificada de duas formas, a primária, quando não há doença evidente que a justifique, e a secundária, que ocorre em decorrência de outra condição orgânica (Giraldo et al, 2008).

É bastante difícil estimar a prevalência da dismenorreia, por ter sintomas subjetivos, mas é uma das queixas mais frequentes em consultorias de ginecologia e que varia entre 45% a 95%. Na maioria das vezes podem vir acompanhadas de náuseas e vômitos, dor de cabeça, dor mamaria, desconforto digestivo, como diarreia ou constipação, desmaios e inchaço abdominal que podem durar toda a menstruação. Na minoria das vezes o quadro sintomatológico é violento, atingindo a vida social e produtiva da mulher, a ponto de ocasionar afastamento no trabalho (Giraldo et al, 2008).

Na fisioterapia existem diversos recursos terapêuticos que visam aliviar os desconfortos da dismenorreia, como o TENS (neuroestimulação elétrica transcutânea), a termoterapia, a acupuntura, a cinesioterapia, a massagem terapêutica e o Pilates.

O método Pilates foi desenvolvido por um alemão, Joseph Hubertus Pilates (1880-1967) durante a guerra mundial. Inicialmente foi criado para ganho de força muscular, entretanto na década de 90 ganhou popularidade na área de reabilitação obtendo assim novos objetivos, como o alívio das dismenorreias (Silva e Mannrich,2009).

Outro método bastante utilizado para o tratamento da dismenorreia é a acupuntura, uma prática milenar, datada a mais de 5.000 anos. A acupuntura faz parte da Medicina Tradicional Chinesa, e consiste basicamente na estimulação de pontos de energia específicos no corpo mediante a inserção de agulhas.Atualmente vem sendo muito utilizada para o tratamento da dismenorreia por ser um método rápido, eficaz e com poucos ou quase nenhum efeito colateral.

Objetivo

O objetivo deste estudo foi comparar a eficácia do método Pilates com a Acupuntura no alívio da dismenorreia primária.

Método

Este trabalho consistiu em uma revisão de literatura, na qual foram identificados estudos através de uma busca nas bases de dados eletrônicas Medline, Scielo e Lilacs, durante os meses de janeiro, fevereiro e março de 2016.

Foram selecionados para análise artigos que tivessem sido publicados entre os anos de 2009 a 2015.

Os artigos foram encontrados a partir da utilização dos descritores: “Dismenorréia”, “Fisioterapia”, “Dor Pélvica”, “Terapia de Acupuntura”, ”Pilates” e seus equivalentes em inglês e espanhol, sendo combinados os termos com o uso dos operadores “And” e “Or”.

Para inclusão do estudo os artigos precisavam conter os seguintes parâmetros: (1) que apresentassem o texto na integra, e de forma gratuita; (2) que fossem escritos em português ou que apresentassem tradução; (3) que abordassem a dismenorreia, ou as técnicas deAcupuntura e Pilates como método de tratamento; (4) que tivessem sido realizados entre os anos de 2004 a 2015; (5) que tivessem um enfoque na Fisioterapia; (6) que falassem da dismenorreia primária.

Sem restrição para o número de artigos a serem apresentados pelas bases de dados, além dos termos utilizados para pesquisa. Foram utilizados como critério de exclusão no estudo, artigos que obtivessem os seguintes parâmetros: (1) estudos com animais; (2) que não abordassem tratamentos para a dismenorreia; (3) estudos que abordassem a dismenorreia secundária; (4) estudos que abordassem apenas tratamentos farmacológicos; (5) que fossem repetidos

A busca bibliográfica na base de dados resultou em 225 artigos (213 no Medline; 10 no Lilacs; 2 no Scielo). Após a leitura dos trabalhos foram excluídos 219 artigos que não contemplavam o período estipulado, o tema proposto ou que fossem repetidos.

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