Há poucos dias ouvimos um depoimento surpreendente  de uma famosa apresentadora em nosso país que afirmou  ter sido vítima de abuso sexual. Fiquei realmente impressionada com a reação do público e com a crueldade de algumas pessoas em questionar a veracidade dos fatos ao ponto de satirizar e brincar com um tema tão sério e tão presente em todos os recantos desse país.  

    Não sou fã dessa apresentadora, nem muito menos defensora de suas práticas, mas sou humana,  e como educadora trabalhando ativamente em escolas públicas desse país sei que essas pessoas geralmente não falam desse assunto, nem mesmo com suas melhores amigas ou amigos. Por isso admiro sua coragem de enfrentar a vergonha e a exposição em rede nacional.

    Essa é uma prática que infelizmente ainda é muito comum em muitos lares brasileiros, e pasmem, independe de classe social ou religião. Por isso é bom sempre estar atento às reações das crianças e adolescentes que podem indicar que este pode estar sendo vítima de algum tipo de violência sexual.

    A violência sexual contra criança e adolescente pode ocorrer pelo menos de duas maneiras: Através da exploração sexual em que as crianças são utilizadas sexualmente como meio para obtenção de lucros; E o abuso sexual propriamente dito em que o corpo  da vítima é utilizado para qualquer prática de natureza sexual. No último caso geralmente o agressor é alguém que possuí uma relação de confiança com a vítima e que participa de seu convívio social.

    Crianças e adolescentes vítimas de abuso sexual geralmente apresentam comportamentos característicos como:

- Medo excessivo;

-perda de apetite;

-medo de estar sozinho, medo do escuro;

-humor inconstante;

- problemas estomacais frequentes sem motivo aparente;

-costumam voltar a fazer xixi na cama;

-comportamento herotizado utilizando brinquedos ou mesmo outras pessoas.

-Tristeza incomum;

- choro sem motivo;

    Fique também atento a qualquer tipo de lesão ou marcas pelo corpo, desconfie de dinheiro ou presentes como doces que a criança apareça dizendo que achou.

    Vale lembrar que esses sinais não devem ser analisados sozinhos. O que configura realmente um abuso é geralmente a combinação de mais de um desses itens. Para prevenir ou identificar procure sempre ouvir o que a criança tem a dizer, mantenha sempre um diálogo. Preste sempre atenção nos adultos que convivem com essa criança e ao menor sinal e desconfiança não hesite em denunciar. Atualmente o órgão mais indicado para fazer esse tipo de denúncia é o disque 100, a ligação é gratuita e a sua identidade ficará guardada em sigilo.