COMO O IDOSO E A IDOSA ESTÃO VEVENDO NO BRASIL 

Ana Luiza Pereira Dantas[1] 

RESUMO

O objetivo desse artigo é proporcionar conhecimento a respeito da população idosa, pois o número destes está crescendo a passos largos no Brasil, e devemos saber como tratá-los, pois infelizmente não estão sabendo cuidar das pessoas da terceira idade e, por conseguinte as condições de vida para essas pessoas não tem evoluído da mesma maneira como o seu crescimento. Para diminuir essa disparidade foi criado o Estatuto do Idoso visando garantir os direitos dessa população. Este artigo mostra ainda que a mulher idosa está envelhecendo de forma diferente, de modo a superar os desafios que a desigualdade de gênero proporciona a estas. A família é uma entidade de fundamental importância para os idosos, e ela que deveria tratar os seus entes mais velhos com respeito e dignidade, porque a vida deles depende disso.  Devemos abrir os olhos para o que está acontecendo com os idosos, pois eles são muito importantes, e por isso merecem muito respeito, e para tanto devemos fazer o que estiver ao nosso alcance para que seus direitos sejam efetivados, e só assim que os idosos do Brasil iram alcançar a vida digna que merecem por ter contribuído muito para suas famílias e para o seu país.  

 

Palavras - chaves: idoso/idosa; Estatuto do Idoso; Família.

ABSTRACT

The aim of this paper is to provide knowledge about the elderly population, as the number of these is growing by leaps and bounds in Brazil, and we know how to treat them, because unfortunately not knowing caring for the elderly and therefore the conditions of life for these people has not evolved in the same way as their growth and to reduce the disparity created the status of the elderly aiming thereby clarify and guarantee the rights of this population. This article also shows that older women are aging differently, in order to overcome the challenges that gender inequality gives them. The family is an entity of fundamental importance for the elderly, and she has to treat your loved elders with respect and dignity, because their life depends on it. We must open our eyes to what is happening to the elderly, because they are very important, and therefore deserve a lot of respect, and for that we must do everything in our power so that their rights to be paid, and so only the elderly Brazil's iram achieve dignified life they deserve to have contributed much to their families and for their country.

 

Keywords: elderly / elderly; status of the elderly; Family.

 

 

Introdução                                       

         

          Neste artigo iremos tratar sobre como está se dando a mudança na vida das mulheres idosas, o que as fazem ainda serem tratadas de modo inferior aos homens idosos e como estão fazendo para superar essas barreiras. Como a família destes o trata e como esse comportamento afeta a vida desses idosos.

A sociedade está passando cada vez mais por grandes mudanças. A tecnologia se desenvolvendo muito, os meios de comunicações bombardeiam mais rápido as informações e a nossa vida cotidiana ficando mais corrida, o tempo está parece que está ficando menor e as condições financeiras mais difíceis, principalmente à medida que as pessoas vivem mais. Será que o Brasil está dando condições dignas para que as pessoas envelheçam com qualidade, está efetivando como deveria os direitos dessa população? É preciso saber como está a condição dos idosos para que possamos ter a dimensão da problemática, para com isso desenvolvermos soluções para melhorar a vida destes.

          Temos que saber do que se trata o Estatuto do Idoso e como está estruturado, para que se possamos colocá-lo em prática, melhorando assim, a vida das pessoas da terceira idade.

         

 

  1. 1.    A população idosa do Brasil: uma breve consideração

“A população idosa se constituiu como um grupo bastante diferenciado, entre si e em relação aos demais grupos etários, tanto do ponto de vista das condições sociais, quanto dos aspectos demográficos e epidemiológicos. Qualquer que seja o enfoque escolhido para estudar esse grupo populacional é bastante expressivo os diferenciais por gênero, idade, renda, situação conjugal, educação, atividade econômica, etc.” (VERAS, 2003, p.8-9).

   

           Essa citação de VERAS nos mostra como é complexo estudar essa faixa etária, portanto temos que ter mais cuidado ao lidar com a questão do idoso. No Brasil essa população tem crescido expressivamente a cada ano, só para se ter uma idéia segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEIA) em 1940 o número de pessoas idosas correspondia a 4,1% dos brasileiros, já em 1970, representavam cerca de 5%, em 1980, já chegava a 6,1% e, em1991, já eram quase 7,4% da população do Brasil e em 2010 a população idosa chega a representar um contingente de quase 15 milhões de pessoas com 60 anos ou mais de idade (8,6% da população brasileira), deste percentual  as mulheres são maioria, pois vivem mais que os homens.

          A pesquisa revela ainda que 8,9 milhões (62,4%) dos idosos são responsáveis pelo seu próprio domicilio e têm, em média, 69 anos de idade e 3,4 anos de estudo e têm um rendimento médio de R$675,00. O idoso vem ocupando cada vez mais espaço e um papel de destaque nessa sociedade atual, mas infelizmente o suporte para essa população não evoluiu com a mesma velocidade a qual cresceu esta população, pois querendo ou não essa população requer mais cuidados que as outras, porque está mais exposta a riscos e vulnerabilidades, já que, mesmo representando cerca de 9% da população total, os idosos também representam aproximadamente 5% da população pobre do país.

          Segundo pesquisas, a maioria dos idosos vive em cidades grandes, é tanto que onde foi registrado o maior número de idosos no Brasil foi na cidade do Rio de Janeiro, mas isso não significa dizer que a condição de vida desse idosos seja adequada.    

          Apesar do crescimento da população idosa já comentada, e das transformações sociais decorrentes desse crescimento ainda não se tem um critério definido para se dizer quem é idoso e quem não é, pois a discussão sobre o envelhecimento se dá num contexto em que a diversidade de conceitos para explicar quem é idoso e como se caracteriza o processo de envelhecer, ainda está longe de diminuir, pois ficou evidenciado em estudos que o envelhecimento não é igual para todos, pois nesse processo há que se analisar, além da idade, as condições objetivas de vida em fases anteriores do ciclo vital, o acesso aos bens e serviços, bem como a cobertura da rede de proteção e atendimento social.

          A Organização Mundial de Saúde (OMS) “definiu como idoso a pessoa que tenha um limite de 60 anos ou mais para os países subdesenvolvidos” (como é o caso do Brasil). A qualidade de vida e o envelhecimento saudável requerem uma compreensão mais abrangente e adequada de um conjunto de fatores que compõem o dia-a-dia do idoso. Infelizmente o idoso no Brasil tem sido excluido e alvo de preconceitos, tratado como algo que no passado “já foi útil”, mas que no presente não “serve mais”, que tem que ficar isolado da família e da sociedade, esse é um contexto que tem que ser modificado, pois idoso tem que ser tratado com mais respeito e dignidade e principalmente como gente e cidadão.

  1. 2.    O Estatuto do Idoso e suas implicações relativas ao direito destes

          O Estatuto do Idoso (10.741/ 2003) lei sancionada há nove anos e garante vários direitos para este segmento entre eles tem o objetivo de assegurar saúde, lazer e bem-estar aos cidadãos brasileiros com 60 anos ou mais, já que contribuíram com o crescimento do país e que agora têm o direito de aproveitar melhor a chamada melhor idade, contudo na prática, muitos idosos não utilizam esse recurso por não conhecerem os seus direitos impostos pelos 117 artigos desse estatuto dentre eles, os principais são:

“o direito a vida que implica em viver com dignidade, com acesso aos bens e serviços socialmente produzidos; o direito a informação que da direito a ter conhecimento, trocar idéias, perguntar, questionar, compreender, o idoso deve ter direito ao acesso a tecnologia, a informática, à senha bancaria, aos eletroeletrônicos, as noticias, entre outras, deve saber também como funcionam os serviços prestados por meio das políticas sociais, como o poder público emprega o dinheiro na área do envelhecimento e entre outros; direito a vida familiar e a convivência social e comunitária onde devem receber apoio e apoiar a família, preservando laços e vínculos familiares, trocando experiências de vida e também receber suporte social, psicológico e emocional; tem também o direito ao respeito às diferenças, limitações ao modo de entender o mundo e de viver neste; existe também o direito a preservação da autonomia, ou seja, ter preservada a capacidade de realizar algumas tarefas sozinho ou com auxilio, ter preservada a privacidade, a capacidade de realizar tarefas da vida diária e da vida prática; tem também o direito de acessar serviços que garantam condições de vida acesso aos serviços de saúde, educação, moradia, lazer, entre outros, e por fim o direito de participar, opinar e decidir sobre sua própria vida”. (Estatuto do idoso)

          No papel esses direitos são belos, mas nem sempre são postos em prática que por ironia é quase sempre por falta de um desses direitos que é a informação, portanto, temos que dissemina-los e outros mais que os nossos idosos têm, para que eles possam ter uma qualidade de vida melhor e sentirem úteis, felizes e realizados.

 

  1. 3.    A mulher idosa na sociedade atual

          A mulher vem envelhecendo de forma diferente com o decorrer do tempo, apesar de ainda existir muito preconceito desencadeado pela desigualdade de gênero e por consequências históricas, como efeito disto são as mais cobradas pela sociedade a está seguindo padrões rígidos de beleza em relação a seu corpo, é tanto que o número de cirurgias plásticas vem aumentando consideravelmente, sendo exigindo, também que seus cabelos não mostrem as marcas da idade, com relação à sexualidade da idosa, a proporção de mulheres que após tornarem-se viúvas têm a sua vida sexual controlada e reprimida pela família até então é grande.  Apesar de tudo elas estão conseguindo envelhecer melhor e com uma maior independência inclusive sobre a sua sexualidade, mesmo que aos poucos, vem ultrapassando barreiras e quebrando tabus.            

          Estudos de DEBERT (1994) e MOTTA (1996) sobre gênero e envelhecimento, mostram que as programações voltadas para a terceira idade têm atingido mais o público feminino, fazendo com que essas idosas repensem e reformulem muitos de seus valores, atitudes e comportamentos.

           Com isso as mulheres estão se mostrando menos resignadas que os homens a se conformarem com situações de envelhecimento que estejam ligadas a ficarem inativas e descartadas socialmente, que é o que ainda infelizmente é repassando para esse grupo em alguns casos.

           As mulheres, atualmente quando chegam à terceira idade estão buscando uma "liberdade de gênero", ou seja, estão querendo uma maior autonomia sobre sua vida em todos os aspectos, não estão mais querendo ficar sob os mandos de seus filhos e ou marido. Essas mudanças estão acontecendo graças a uma identificação cada vez maior com as idéias feministas (que estão se propagando mais e mais a cada dia) e estão relacionadas também com recentes mudanças sociais em nossa sociedade.

 

 

  1. 4.    O papel que a família tem na vida do idoso

           De acordo com Moises Groisman a família é como uma moradia que oferece com suas paredes, portas e janelas, um lugar, aconchego, segurança e proteção.

          A família é alicerce para qualquer pessoa em todas as idades e na velhice não é diferente; a vida, o humor, a saúde e todos os aspectos da vida de um idoso dependem da sua base familiar, que muitas vezes infelizmente não é a ideal, pois muitas famílias tratam os seus idosos como um “encosto”, como algo sem serventia. Os sujeitos que vivem nessa realidade estão muito mais propícios a riscos de desenvolver depressão, pois a solidão é uma ameaça muito grande para o idoso e é preciso que ele se sinta acolhido e valorizado pela sua família, pois só assim poderá se sentir feliz, mas ainda bem que em contra a ponto a essa realidade terrível encontramos famílias que cuidam bem dos seus idosos(as), o fazem sentir-se útil e feliz.

          Portanto é na família que os idosos podem buscar recursos para poderem viver esta etapa (velhice) de confronto dos sonhos, perdas, mas também de realizações de forma mais afetiva e criativa.

 

 

Considerações finais

          Ao longo do presente artigo entramos em contato com a temática do idoso, acerca de como vivem no Brasil, de quem são e como devem ser tratados. Conhecendo um pouco mais a respeito do Estatuto do Idoso, que foi e é uma importante ferramenta de defesa dos direitos da pessoa idosa, mas ainda precisa ser acessível para os sujeitos ao qual foi criado, para só assim ser posto em prática em sua plenitude.

           Foi falado também da condição de vida da mulher idosa, como estão conseguindo superar os desafios e preconceito que são impostos a elas por uma condição histórica, alcançando assim uma melhor condição de vida. A família também mostrou ser um espaço muito importante na vida do idoso, pois muitas vezes dependem de como são tratados por estas para terem uma vida saudável e feliz.

          Com esta pesquisa foi contatado que precisamos conhecer melhor o perfil dos idoso/idosa para podermos proporcioná-los uma melhor qualidade de vida e assim garantirmos efetivamente os seus direitos.

            

 

 

 

Bibliografia

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[1] Aluna, discente do curso de serviço social 3° período na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN. E-mail: [email protected]