Como ficará o mercado de planos de saúde nos próximos anos? O que restará de opção ao consumidor?

Analisando que há alguns poucos anos atrás havia uma quantidade enorme de empresas de planos de assistência medica, que em muitos casos eram verdadeiras armadilhas para seus clientes, vamos relembrar um pouco do que aconteceu.

Em 1997 o então governador Mario Covas resolveu por um pouco de ordem no mercado paulista de planos de saúde, sancionando uma lei de autoria do então Deputado Paulo Teixeira.

Porem era inconstitucional a regulamentação estadual, pois esse assunto deveria ser regulado pela união; mas estava surgindo ali o embrião da Lei 9.656/98, que entrou em vigor em janeiro de 1.999; abrigando sob seu guarda-chuva, todas as empresas que comercializavam algum tipo de cobertura medica.

Tornou-se assim igual perante a referida lei, todas aquelas empresas, fossem: Hospital que tinha lá o seu plano, cooperativas medica, seguradoras, e grandes, pequenas ou médias empresas. Sem distinção de capital financeiro ou aptidão todas foram denominadas "operadoras" de planos de saúde.

Sabia-se então que haveria um enxugamento destas operadoras, nos próximos anos que seguia aquele momento; pois muitas delas tinham sérios problemas financeiros, de gestão, e de reserva técnica que deveria começar a apresentar perante a ANS, a agencia reguladora criada para por ordem no setor.

Algumas operadoras tinham um problema ainda mais grave, suas carteiras estavam envelhecidas (muitas pessoas acima de 50 anos), e precisavam desesperadamente oxigená-las com a entrada de novos usuários preferencialmente com uma faixa etária menor.

Porem o que era obrigatório para algumas, era o desejo de todas as demais operadoras; e com isso acirrou-se a concorrência, fazendo com que imediatamente as seguradoras uma após outra deixassem de comercializar os planos de pessoa física, restringindo suas vendas a planos corporativos e de pequenas e medias empresas os chamados PMEs.

As demais operadoras virão nos PMEs um grande filão, pois estes contratos não eram regulamentados pela ANS, e podiam ser cancelados unilateralmente por desequilíbrio financeiro a tal sinistralidade, ou seja, quando o plano deixasse de ser interessante financeiramente para a operadora.

Nestes dez anos que se seguiram da regulamentação, cerca de 40% das operadoras faliram, foram vendidas, ou incorporadas por outras; e os consumidores foram levados a rastos como gado miúdo para uma operadora que em muitos casos, a pessoa nem sabia da sua existência.

Muitos puderam trocar para outra operadora de seu desejo, porem milhares de pessoas por questões diversas como: Estar em tratamento medico, ou simplesmente porque a outra opção era inviável financeiramente, tiveram que se manter na vala comum a que fora jogado.

Agora o governo com as intenções supostamente benéficas do PAC, novamente mexe no mercado através da ANS e regulamenta também os planos de adesão coletiva, e por extensão os planos para pequenas e medias empresas.

As operadoras ainda nem sabem como continuar operando, e cada uma esta esperando a atitude da outra para se posicionar e traçar sua estratégia.

Certamente nos próximos anos teremos muito que assistir, pois mais algumas dezenas ou centenas delas não resistirão ao mercado, e muito provavelmente teremos menos operadoras daqui a cinco ou seis anos.

Por isso procure saber exatamente onde seu barco esta ancorado, pois alguns ancoradouros já estão com sérios problemas.